ESTUDO VII

A PERMISSÃO DO MAL 
E SUA RELAÇÃO COM O PLANO DE DEUS

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Por que foi permitido o Mal? 
O Bem e o Mal como princípios. 
O sentido moral. 
Deus permite o Mal, e fará que resulte em Bem
Deus não é o autor do pecado
A prova de Adão não foi uma farsa
Sua severa tentação
Pecou voluntariamente
A pena do pecado não é injusta nem demasiado severa
A Sabedoria, o Amor e a Justiça demonstrados ao
     condenar a todos em Adão

A Lei de Deus é universal.   [135]

 

 

 

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Por que foi permitido o Mal?

     O MAL é a causa da infelicidade; o que direta ou indiretamente ocasiona sofrimentos de qualquer espécie. — Webster. 

    Este tema, portanto, não é limitado para averiguar o relacionado com as doenças humanas, ou sofrimentos, as penas, as fraquezas e a morte, senão que deixando atrás tudo isto, passa a considerar sua causa primordial — o pecado — e seu remédio. 

    Se o pecado é a causa de todos os males, destruí-lo é o único meio de curar radicalmente a doença.

   Talvez não haja outra dificuldade que se apresente tão a miúdo à mente investigadora do que as perguntas: 

    Por que Deus permite o atual predomínio do Mal? 

    Por que Deus, depois de haver criado perfeitos e justos os nossos primeiros pais, permitiu que Satanás os tentasse? 

    Por que pôs entre as boas a árvore proibida? 

    Apesar de todos os esforços para iludi-la, a pergunta nos confronta: 

    Se não podia Deus impedir todas as possibilidades da queda?

A permissão do mal se designa para obrar um mais grande bom 

 

Uma lição duradera e valiosa.

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     Sem dúvida alguma que a dificuldade provém por não compreender o plano de Deus. Ele podia ter impedido a entrada do pecado, mas o fato de que não o fez deveria ser prova suficiente de que conforme os seus desígnios, a presente permissão do mal redundará finalmente em grande bem. 

     Vistos em sua inteireza, os planos de Deus demonstrarão a sabedoria do proceder seguido. Alguns perguntam: Não podia Deus, para quem tudo é possível, ter intervido a tempo e impedir a completa realização dos desígnios de Satanás? 

     Indubitavelmente que podia, mas tal intervenção haveria frustrado a execução de seus próprios desígnios. Seu propósito foi manifestar a perfeição, a majestade e a legítima autoridade de sua lei, e demonstrar aos homens e aos anjos as más conseqüências que resultam de sua violação. 

     Além disso, algumas coisas, por causa da natureza de tais, são impossíveis ao mesmo Deus, assim como as Escrituras afirmam: 

“é impossível que Deus minta”. (Hebreus 6:18) 

“Ele não pode negar-se a si mesmo”. (2 Timóteu 2:13) 

     Ele não pode fazer o mal, de maneira que não podia escolher outro plano que o mais sábio, e o melhor, para introduzir as suas criaturas na vida, ainda quando por algum tempo nossa curta capacidade nos impede distinguir os ocultos recursos de sua infinita sabedoria.

“Porque tu não és um Deus que tenha prazer na iniqüidade ...”  Salmos 5:4

 

Ainda que em oposição ao mal, Deus o permite.

     As Escrituras declaram que todas as coisas foram criadas pela vontade de Deus. (Apocalipse 4:11) Sem dúvida alguma que isto foi feito pelo prazer de dispensar suas bênçãos e de exercitar os atributos de seu glorioso ser. E apesar de que em seus desígnios benévolos permite o mal e deixa os iníquos tomar uma parte ativa, não é pelo amor do mal, nem porque tenha alguma liga com o pecado, porque está escrito: 

“Tu não és um Deus que tenha prazer na iniqüidade”. (Salmo 5:4,  AL; IBB) 

     Ainda quando oposto ao mal em todos seus sentidos, Deus o permite (isto é, não o impede) por um tempo, porque em sua sabedoria vê a maneira em que há de tornar-se em uma durável e valiosa lição para suas criaturas.

“Bom” e “Mal” são os resultados de princípios retos e maus em ação.

     É uma manifesta verdade que por cada princípio bom existe um correspondente princípio mal, por exemplo: verdade e falsidade, amor e ódio, justiça e injustiça. Estes princípios opostos os distinguimos como o do bem e do mal, segundo seus efeitos quando são postos em ação. 

     O princípio que quando ativo redunda em bem é o promotor da harmonia, da ordem e da felicidade, o qualificamos de bom princípio; ao contrário, quando redunda em discórdias, em infelicidade, e em destruição, então o qualificamos como um princípio mal

     Aos resutados destes princípios em ação, chamamos os de bem e mal; e aos seres dotados de raciocínio, que são competentes para distinguir entre o princípio do bem e do mal, e quais voluntariamente se governam por um ou outro, respectivamente, os chamamos justos ou pecadores.

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Deus não fez ao homem uma marionete.

 

Porque Deus não limitou à experiência do homem? 

    A faculdade que temos de discernir entre os princípios do bem e do mal, chama-se sentido moral ou consciência. Exercitando este sentido moral com qual Deus há dotado o homem, nós estamos em condições de julgá-lo e de reconhecer que Ele é bom. 

     Para provar sua retidão e justiça, Deus sempre apela a este sentido moral, e por meio desse mesmo sentido, Adão, ainda antes de familiarizar-se com as conseqüências do pecado, ou injustiça, muito bem podia discernir o mal deste. Os seres inferiores da categoria do homem não estão dotados deste sentido moral. 

     O cão tem alguma inteligência, mas não até este ponto, apesar de que consegue compreender que certas ações suas dão gusto ao seu dono, e que outras o desagradam.

     Em caso de roubar ou de tirar a vida não poderia ser aplicado-lhe o qualificativo de pecador, e tampouco pode se tomá-lo por virtuoso se protege a propriedade ou a vida de alguém, porque ignora a qualidade moral de suas ações.

Deus permitou ao homem experimentar à excessiva pecabilidade do pecado.

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Caim e Abel

Somente por comparar os resultados pode o homem pròpriamente avaliar o bom e o mal.

 

 

A liberdade de escolho é uma parte da doação original do homem.

     Deus podia ter criado a humanidade desprovida da habilidade de discernir entre o bem e o mal, ou somente competente para compreender e fazer o bem; sendo esse o caso, haveria fabricado uma máquina vivente, e o homem estaria muito longe de ser uma imagem mental de seu Criador. 

     Também podia ter feito o homem perfeito e com livre arbítrio, como o fez, mas resguardando-o da tentação de Satanás. Em tal caso, sendo a experiência do homem limitada ao bom, estaria exposto continuamente às más insinuações exteriores e a suas próprias ambições no interior; tal coisa haveria deixado incerto o futuro eterno, cabendo sempre nelas a possibilidade de uma rebelião ou um arrebatamento de desobediência; além disso, sem pô-lo em contraste com o mal, o bem não poderia ser tão altamente apreciado.

     No princípio Deus fez conhecer o bem a suas criaturas, rodeando-as dele no Eden; mais tarde e como castigo por sua desobediência, lhes deu o amargo conhecimento do mal. Expulsos dali e privados de seu favor, os deixou que experimentassem enfermidades, dores e morte, para que desta maneira, e uma vez para sempre, conhecessem o mal e as terríveis conseqüências do pecado.

     Por meio da comparação dos resultados, vieram a apreciar devidamente o bem e o mal. “Então disse o Senhor Deus: Eis que o homem se tem tornado como um de nós, conhecendo o bem e o mal.” (Gênesis 3:22, IBB) 

     Nisto sua posteridade participa, com a diferença que primeiramente adquirem o conhecimento do mal, e não podem compreender totalmente o que é o bem, até que o experimentem no milênio do reino de Cristo na Terra, como resultado de sua redenção por aquele que será seu Juiz e Rei.

Deus quer obediência inteligente e voluntariosa, antes que servíço ignorante, mecânico.
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     O sentido moral ou juízo entre o bem e o mal, junto com a liberdade de usá-lo que Adão possuía, foram dos delineamentos mais importantes de sua semelhança com Deus. A lei do bem e do mal estava inscrita em sua constituição, e formava parte de sua natureza, assim como o forma da divina. 

     Mas não olvidemos que esta imagem e semelhança a Deus, esta natureza do homem originalmente tendo inscrito a lei de Deus, por causa da influência degradante e manchada do pecado tem permitido muito de seu claro desenho, e portanto agora não é o que foi no primeiro homem. 

     A faculdade de amar implica a faculdade de aborrecer; deste modo vemos que Deus não podia fazer o homem a sua própria imagem, com capacidade de amar e fazer o bem, sem dotá-lo da correspondente capacidade de aborrecer e de fazer o mal. Tal liberdade de escolher, a qual chamamos livre arbítrio ou livre vontade, forma parte dos dotes originais do homem, e junto com a medida cheia de suas faculdades mentais o constitue na imagem do Criador. 

     Desta semelhança original, tanto se tem borrado pelo pecado depois de seis mil anos de degradação, que já não somos livres, senão que em maior ou menor grau somos escravos do pecado e suas conseqüências, até o extremo de que para a raça caída, é mais fácil e grato que a virtude.

     Que Deus podia dar a Adão uma impressão tão vívida dos muitos e funestos resultados do pecado, que lhe tivesse impedido de experimentá-lo, nem sequer duvidamos por um momento; cremos que Deus previu como uma experiência do mal em cabeça própria seria a mais vantajosa e perdurável lição que havia de servir à raça eternamente. 

     Por essa razão Deus não impediu senão que permitiu ao homem escolher a seu gusto e que sofrera as conseqüências do mal. Se não fosse permitido o pecado, o homem não teria a oportunidade de resisti-lo e portanto, não haveria nem valor nem mérito no seu bem-fazer. Deus procura a tais que o adorem em espírito e em verdade; em vez de um serviço mecânico e cego, deseja obediência agradável e consciente. 

     Já tinha Ele em operação, para levar a efeito sua vontade, certos instrumentos inanimados e mecânicos; mas seu desígnio agora era de criar algo mais nobre, uma criatura inteligente, à sua própria imagem, um senhor para a terra cuja lealdade e retidão estivessem baseadas em apreciação do justo e do injusto, do bem e do mal.

     Os princípios do bem e do mal, como princípios, sempre têm existido e sempre existirão; todas as criaturas perfeitas e inteligentes, feitas à semelhança de Deus, devem ser livres de escolher entre o bem e o mal, ainda quando o princípio do bem seja o único que continue ativo para sempre. 

     As Escrituras nos informam que quando a atividade do mal haja sido permitida por tempo suficiente para levar a efeito os planos de Deus, então o mal cessará para sempre de ser ativo, e os que continuarão submetendo-se ao seu domínio cessarão para sempre de existir. (1 Coríntios 15:25, 26; Hebreus 2:14) 

     Somente o bem-fazer e os que fazem o bem continuarão para sempre.

Quatro avenidas de conhecimento:

1.  Intuição

2.  Observação

3.  Experiência

4.  Informação

 

     De novo se apresenta a pergunta em outra forma; Não podia o homem haver obtido o conhecimento do mal de outro modo a não ser por meio da experiência? Existem quatro maneiras de conhecer as coisas: por intuição, por observação, por experiência, e por informação recebida de fontes aceitadas como positivamente verdadeiras. 

     Um conhecimento intuitivo seria uma percepção direita, sem o processo de raciocínios nem a necessidade de provas. Tal conhecimento pertence somente a Jeová, a eterna fonte de toda sabedoria e verdade, quem forçosamente e na própria natureza das coisas, é superior a todas suas criaturas. Assim é que no homem, o conhecimento do bem e do mal não podia ser intuitivo; poderia adquiri-lo por observação, mas nesse caso se necessitaria que se exibisse de alguma forma o mal e os seus resultados para o homem observar. 

     Isto implicaria a permissão do mal em alguma parte e entre alguns seres, e por que não entre os homens e sobre a terra, em vez dentre outras criaturas e em outra parte?

O homem aprende por experiência practical.

     Por que não haveria de ser o homem a ilustração, e assim alcançar esse conhecimento por meio da prática através de uma experiência própria? Tal tem sido o caso, o homem recebe o benefício da prática e da experiência, e ao mesmo tempo oferece a outros um exemplo, sendo “um espetáculo aos anjos”.

Adão e Eva caíram na tentação que Deus sabiamente permitiu.

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Ainda que decepcionada, Eva foi um transgressor.

     Adão teve um conhecimento do mal por informação, mas foi lhe insuficiente para retraí-lo de seus desejos de experimentar. Adão e Eva conheciam a Deus como seu Criador e como o único que tinha direito de governá-los. 

     Deus havia ditto da árvore proibida: “No dia em que dela comeres, certamente morrerás.” De modo que eles tinham um conhecimento teórico do mal, ainda quando nunca haviam observado nem experimentado seus efeitos. 

     Por conseguinte, não apreciavam a amante autoridade, nem a lei benéfica do Criador, como tampouco se aperceberam dos perigos de que Ele havia proposto livrá-los. Por causa disto cederam a tentação, a qual Deus permitiu, havendo previsto em sua sabedoria a utilidade de semelhante experiência.

    Poucos conseguem apreciar a severidade da prova sob cujo peso sucumbiram nossos primeiros pais; tampouco alcançam a compreender a justiça em impor tão dura pena a qual a muitos parece uma ofensa demasiado leve; tudo isto aclara-se ao fazer uma pequena reflexão.

     As Escrituras nos relatam a singela história de como a mulher, a mais débil, foi enganada e transgrediu. A experiência, e o conhecimento de Deus que ela tinha, eram mais limitados que os de Adão, porque este foi criado primeiro, e a ele diretamente, antes de criar a Eva, Deus havia comunicado a qualidade de pena que causaria o pecado; Eva provavelmente recebeu esta informação da boca de Adão. 

     Ao participar da fruta, havendo posto sua confiança na enganosa falsidade de Satanás, evidentemente não percebeu o tamanho da transgressão, ainda quando não deixaria de ter receios nem de compreender que estava procedendo mal. Apesar de ser enganada, Paulo disse que ela transgrediu, mas não foi tão culpável como se tivesse mais luz.

Adão voluntariosamente participou no ato de Eva de desobediência.

     Adão não foi enganado (1 Timóteo 2:14, AL; IBB) de maneira que, muito diferente o caso da Eva, ele desobedeceu com mais pleno conhecimento do que fazia, e com o castigo em perspectiva, porque sabia certamente que devia morrer. Facilmente podemos deduzir qual foi a tentação que o induziu a incorrer em pena pronunciada. 

     Tendo em conta que ambos eram seres perfeitos, a imagem moral de seu Fazedor, raciocinamos que o divino atributo de amor em grau altíssimo adornava o homem perfeito, e formosamente se exibia por este em sua conduta para com a mulher perfeita, sua companheira amada. 

     Ao perceber o pecado de Eva, e temendo sua morte, isto é, sua perda (sem esperança de recobrá-la, porque nenhuma foi dada), em sua desesperação Adão inconsideradamente determinou não viver sem ela, julgando sua própria vida infeliz e sem agrados, faltando-lhe sua companheira; de maneira que com pleno conhecimento do ato que fazia cometeu o ato de desobediência, para asim participar da sentença da morte que provavelmente como ele supunha pesava sobre Eva. 

     Conforme o apóstolo Paulo, ambos tiveram parte “em transgressão”. (Romanos 5:14; 1 Timóteo 2:14) Entretanto Adão e Eva eram um e não “dois”; de maneira que Eva participou da sentença que sua conduta contribuiu para motivar sobre Adão. — Romanos 5:12, 17-19.

O homem, por meio da diminuição da sua natureza moral, deseja o pecado.

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     Não somente previu Deus que, ao conceder ao homem a faculdade de escolher, este, por falta de uma apreciação completa do pecado e de seus resultados, havia de incorrer nele, senão também previu que, depois de familiarizar-se com este, o preferiria por causa de que o contacto deterioraria sua natureza moral, até que o mal gradualmente viesse a ser lhe mais aceitável e mais desejável do que o bem. 

     Apesar de tudo, Deus optou por permitir o mal havendo determinado os passos necessarios para libertar o homem de suas conseqüências, viu que o resultado seria guiá-lo por meio da experiência até o ponto em que chegasse a compreender a “excessive maldade do pecado” e se apercebesse do esplendor sem par da virtude, em contraste com aquele. 

     Tudo isto com o fim de ensinar-lhe a amar e honrar o seu Criador, manancial e fonte de todo bem, fazendo-o apartar-se para sempre de tudo o que só causou-lhe a miséria e a dor. O resultado final será um grande amor para Deus, maior ódio a tudo o que se opõe a sua vontade, e por conseguinte, o firme estabelecimento em justiça eterna de todos os que aproveitam as lições que agora Deus ensina ao permitir o pecado e seus males correlativos. 

     Existe não obstante uma grande diferença entre o fato indiscutível de que Deus permite o pecado, e o sério erro de alguns que acusam de ser seu autor e instigador.

Deus tem permitido ao pecado, mas não é o autor dele.

     Tal opinião é blasfêmia e contradiz as doutrinas apresentadas na Bíblia. Aqueles que neste erro caem, em geral tem sido por causa de querer encontrar um plano de salvação diferente do provido por Deus por meio do sacrifício de Jesus como preço do resgate. 

     Ao lograr convencer-se a si mesmos e aos outros que Deus é responsável por todo pecado, maldade e crime* e que o homem, qual inocente instrumento em sua mão, se viu forçado a cometer o pecado, então chegam a crer na teoria de que não se requere misericórdia de sua parte, como tampouco sacrifício algum pelos nossos pecados, mas somente o exercício da JUSTIÇA.

O mal não sempre é pecado.
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*Dois textos das Escrituras (Isaías 45:7 e Amós 3:6 — Na versão Moderna, leia as notas correspondentes) são citados para corroborar esta teoria, mas isto se deve a uma errônea interpretação da palavra mal em ambos os textos. 

O pecado é sempre um mal, mas um mal não é sempre um pecado. Um terremoto, uma conflagração, uma inundação ou uma pestilência podem ser uma calamidade ou um mal, mas nunca um pecado. 

Nestes textos a palavra mal significa calamidade. A mesma palavra hebraica está traduzida aflição nos Salmos 34:19, AL; SBB; IBB; 107:39, AL; SBB; IBB; 107:26, AL; SBB; IBB. É traduzida como angústias nos Salmos 88:3, AL; SBB; 107:26, AL; SBB. É traduzida calamidade e adversidade em Jeremias 51:2, AL; SBB; IBB; 48:16, IBB; Salmos 10:6, AL; IBB; 27:5, AL; SBB; IBB; 94:13, IBB; Eclesiastes 7:14, AL; SBB; IBB. É traduzida males em 1 Samuel 10:19, AL; SBB; IBB. É tradizida opróbrio em Neemias 2:17, AL; SBB; IBB. 

A palavra mal também está em Lamentações 1:21, AL; SBB; IBB. Salmos 41:1, AL; SBB; IBB; 14:4, AL; SBB; IBB. Em muitos outros lugares a mesma palavra é interpretada como agravo, injuria, dano, miséria, pesar e tristeza.

A qualidade mais noble do homem é a liberdade de escolher.


Se isto se lhe quita, seria o homem inferior aos insetos.

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     Desta maneira colocam os fundamentos para outra das fases de ensinos erroneous, tal como o universalismo com suas pretensões de que sendo Deus o causador de todo pecado, de toda maldade e de todo crime, Ele também fará o conducente para que a humanidade inteira seja libertada do pecado e da morte. 

     Além disso, ao raciocinar que Deus quis e causou o pecado, e que ninguém pôde resistir-lhe, inferem que quando Ele determinar que prevaleça a justiça, igualmente todos serão impotentes para iludi-la. 

     Notemos que com tais raciocínios se degrada o homem à simples condição de uma máquina cujos atos não são próprios, e por completo se põe de lado a mais nobre qualidade em um ser, a liberdade de escolher e de exercer seu livre arbítrio, o delineamento mais admirável da semelhança ao seu Criador. 

     Se assim fosse, o homem, longe de ser o senhor da terra, seria inferior ainda aos insetos, os que indiscutivelmente possuem vontade ou faculdade de escolher. Ainda a insignificante formiga está dotada de uma vontade tal, que o homem, apesar de sua superioridade, somente está em condições de opor-se ou frustrá-la, mas nunca consegue destruí-la.

     Em Isaias 45:7 e Amós 3:6 o Senhor lembra a Israel, seu povo a aliança ou o pacto feito com Ele, havendo lembrado que se eles obedeciam suas leis, os abençoaria e os protegeria das calamidades e males comuns da humanidade; mas quando se apartassem Dele então como castigos traria sobre eles calamidades (males). Veja Deuteronômio 28:1-14, 15-32; Levítico 26:14-16; Josué 23:6-11, 12-16.

Deus procura a adoração voluntariosa.

     Quando as calamidades sobrevinham a Israel, eles se inclinavam a considerá-las como acidentais mais bem do que como corretivos da parte de Jeová. 

     Portanto, Deus enviava-lhes a palavra por meio de seus profetas, lembrando-lhes de seu pacto e dizendo: que tais calamidades eram enviadas por Ele para sua correção. Sempre e quando que estes textos não se referem no mais mínimo ao pecado, é absurdo de usá-los para comprovar que Deus é o autor dele.

Quando o homem foi permitido a escolher para si mesmo, caiu da comunhão divina.

Deus não forçou ao homem a pecar, mas na sua sabedoria amante proveu um meio para a sua recuperação.

     Não se pode pôr em dúvida o fato de que se Deus assim quiser, muito bem podia forçar o homem a pecar ou a praticar a justiça, no entanto a sua Palavra nos informa que não é esse seu propósito. Como Deus “não pode negar-se a si mesmo”, não forçaria o homem a cometer o pecado; tal proceder seria incompatível com a retidão de seu caráter, portanto, uma impossibilidade. 

     Além disso, sabemos que Ele apenas busca o amor e homenagem de tais que o adoram em espírito e em verdade, e por isto há dotado o homem de liberdade e vontade semelhante a sua e deseja que por si mesmo escolha a retidão. A permissão que Deus concedeu ao homem deu lugar à queda deste, fazendo-lhe perder o favor e a comunhão com seu Criador e causando-lhe a morte. 

     Por meio da experiência, o homem aprende de uma maneira prática aquilo que Deus ofereceu ensinar-lhe teoricamente, sem ter que provar o pecado nem seus resultados. O conhecimento que de antemão Deus teve com respeito ao futuro proceder do homem, não o usou contra este como pretexto para rebaixá-lo até o extremo de convertê-lo em um autômato. 

     Muito ao contrário, sua presciência foi em favor do homem, porque conhecendo o curso que este tomaria ao ter a liberdade de escolher, não o estorvou que experimentasse o pecado e seus resultados, mas em troca, começou a fazer preparativos para recobrá-lo de sua primeira transgressão; proviu um Redentor, um grande Salvador, capaz de salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus. 

     Com o fim de que o homem tivesse vontade própria e que ao mesmo tempo aproveitasse a lição obtida por causa de fazer uso dela desobedecendo-o, Deus não somente há provido um resgate por todos, mas também quer que esta oportunidade de reconciliação com Ele “a seu tempo” chegue a ouvidos da humanidade inteira. — 1 Timóteo 2:3-6, AL; IBB.

“Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor.”  Romanos 6:23

     A severidade da prova não pode tornar-se como uma manifestação de ódio nem de malignidade da parte de Deus, mas como uma conseqüência necessária e inevitável do mal, que ao permiti-lo Deus deu ao homem a oportunidade de ver e de sentir seus resultados. 

     Deus pode prolongar uma vida até tanto tempo, como considera isto por conveniente e ainda contra o poder destrutivo do mal em exercício, mas assim como lhe é impossível mentir, também lhe seria impossível preservar eternamente a vida de um ser perverso; isto seria uma impossibilidade moral. 

     Uma vida semelhante apenas se tornaria mais e mais em um manancial de infelicidade para si mesma e para os demais; por isto Deus, quem é demasiadamente bondoso para perpetuar uma existência tão inútil e prejudicial, lhe retira seu poder sustentador dando lugar à destruição, o resultado natural do mal. A vida é um dom, um favor de Deus, e só será eterna para os obedientes.

A vida é um favor, um dom de Deus.

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     Por não proporcionar uma prova individual a cada um, não tinha sido cometida injustiça alguma com a posteridade de Adão. Sob nenhuma circunstância estava Jeová obrigado a dar-nos o ser, como tampouco depois de dar-nos, nenhuma lei de eqüidade ou de justiça o precisava perpetuá-lo, nem ainda sequer a submeter-nos à prova com a promessa de vida eterna se fôssemos obedientes. 

     Este é um ponto que devemos meditar. Apesar de todos os males e desenganos a vida presente, que desde o berço até o túmulo não é outra coisa que um contínuo processo de morte, vem a ser uma graça ou favor, ainda mesmo se não houvesse nenhuma vida futura. 

     A maioria opina desta maneira, com a exceção dos suicidas que são poucos em comparação, e dos quais repetidamente as cortes de justiça têm decidido que são vítimas de um desequilíbrio mental, porque de outra maneira não se privariam das bênçãos presentes. Além disso, o proceder de Adão, o homem perfeito, nos deixa de entrever qual seria a conduta de seus filhos sob as mesmas circunstâncias.

“Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação.”  Tiago 1:17

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A doutrina de tortura eterna NÃO é:
1. De acordo com a Escritura
2. Consistente com o caráter de Deus
3. Parte do plano de Deus

     Muitos têm infundido a idéia errônea de que Deus tem posto a raça à prova pela vida com a alternativa de tormento eterno; tal coisa nem sequer se alude em sentença. O favor ou bênção que para seus filhos obedientes concede, é a vida — a vida contínua — extinta de dor, de enfermidades de toda outra causa de decaimento e morte. 

     A Adão foi lhe dada esta bênção a mãos cheias, e foi lhe feito presente que este “dom” lhe seria retirado se desobedecia a Deus. Foi lhe dito: “no dia em que dela comeres, certamente morrerás”. 

     Ele nada soube de uma vida em tormentos, como penalidade máxima do pecado. A ninguém mais que aos obedientes está oferecida a vida eterna. A vida é a dádiva de Deus, e o oposto a vida ou seja a morte, é a pena prescrita. 

     A tortura eterna nem sequer se insinua nas Escrituras do Antigo Testamento, e nas Escrituras do Novo Testamento somente alguns relatos, mal interpretados, podem ensinar algo parecido. Estes se encontram entre os simbolismos do Apocalipse, e entre as parábolas e ditos obscuros do nosso Senhor que não foram entendidos pelo povo que os ouvia (Lucas 8:10) e que parecem ser apenas pouco melhor entendidos hoje. 

     A Bíblia sem rodeios nos declara que “o salário do pecado é a morte” (Romanos 6:23), e que “a alma que pecar essa morrerá”. — Ezequiel 18:4, 20.

Como todos em Adão participaram da sua condenaçao ...

     Muitos supõem que Deus procedeu injustamente ao dispor que toda a raça sofresse a condenação imposta a Adão, em vez de proporcionar a cada um uma oportunidade para ganhar a vida eterna, tal qual foi concedida a Adão. 

     Que diriam ao inteirar-se de que a oportunidade para alcançar a vida eterna, que há de gozar todo membro da caída humanidade, será em grande maneira mais favorável que a proporcionada a Adão, e tudo porque Deus adotou este plano de permitir para a raça participar de uma maneira natural, da pena a aquele imposta? Cremos que tal é o caso, e procuraremos fazê-lo evidente.

Todos em Cristo participarão das bênçãos da restauração.

 

     Deus nos assegura que assim como em Adão a sentença recaiu sobre todos, em seu amor há provido um novo Líder, pai ou doador da vida para a raça, ao qual, por meio da fé e da obediência, todos podem ser transferidos; também nos assegura que da maneira como todos em Adão participam da maldição da morte, assim também todos em Cristo, excetuando a Igreja de Cristo, participarão das bênçãos da Restituição. (Romanos 5:12, 18, 19) 

     Olhando desde este ponto de vista, nós percebemos de que a morte do puro e imaculado Jesus foi com o objetivo de levar a efeito uma completa reparação com Deus por causa do pecado de Adão. Assim como o pecado de um só homem atraiu o castigo sobre toda a posteridade, igualmente ao pagar a pena de um só pecador, Jesus não somente comprou a Adão, mas também comprou os seus filhos “todos”, a raça inteira, que por herança participa da debilidade e do pecado, como também do resultado ou penalidade destes — a morte.

Cristo comprou a raça de Adão.

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     Nosso Senhor, “Cristo Jesus, homem”, irrepreensível, aprovado de Deus (levando em si a semente de uma raça sem mácula), deu o todo de sua vida humana e o direito a ela, como o completo preço de resgate por Adão e a raça ou descendência que nele foi sentenciada.

     Havendo plenamente resgatado a vida de Adão e de sua raça, Cristo oferece adotar como filhos seus, sua descendência, a todos os filhos de Adão que queiram aceitar as condições do Pacto Novo, e que desejam por meio da fé, vir a formar parte de sua família, a família de Deus, para logo receber a vida eterna. 

     Neste sentido o Redentor “verá a sua posteridade [quantos filhos de Adão aceitam a adoção sob tais condições] e prolongará os seus dias [pela ressurreição para a mais alta natureza do que a humana, dada-lhe pelo Pai, como recompensa pela sua obediência]” e isto, de uma maneira quase inverossímil, por meio do sacrifício de sua própria vida, e de sua posteridade. 

     Por isto está escrito: “Pois como em Adão todos morrem, do mesmo modo em Cristo todos serão vivificados.” — 1 Coríntios 15:22, IBB.

 

 

 


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“...todos os que estão nos sepulcros ... sairão.”

     O dano que recebemos por causa da queda de Adão (não sofremos injustiça alguma), será mais que contrabalançado pelo favor que Deus nos subministra pelo conduto de Cristo, e tarde ou cedo, “a seu tempo” todo membro da raça terá uma plena oportunidade de ser restaurado à mesma condição de que gozava Adão antes de pecar. 

     Aqueles que no tempo presente não hajam obtido o favor de Deus (e estes compõem a grande maioria, incluindo as crianças e pagãos) terão estes os privilégios no “mundo vindouro” que é a dispensação ou idade que segue a presente. Com este fim, “todos os que estão nos sepulcros … sairão”. 

     À medida que cada um (já seja nesta idade ou na próxima) se dê conta completa do preço do resgate oferecido por Jesus, e dos privilégios que dele se derivam, desde esse momento será considerado em prova como esteve Adão; a obediência trará a vida eterna, entanto que a desobediência causará a morte eterna, “a  segunda morte”. 

     Entretanto, a menos que não se possua perfeita habilidade para rendê-la, de ninguém será requerida perfeita obediência. Durante a Idade Evangélica, e sob o Pacto da Graça, aos membros da Igreja lhes é imputado por meio da fé o mérito da justiça de Cristo, saldando assim as faltas involuntárias motivadas pela fraqueza da carne. 

     Na Idade Milenária, esta mesma Graça Divina operará sobre “quem quiser” dentre o mundo. Até que não seja obtida a perfeição (privilégio que estará ao alcance de todos até finalizar o Milênio), de ninguém se esperará a absoluta perfeição moral. Essa nova prova obtida por causa do resgate e do Novo Pacto, diferirá da primeira, no Éden, porquanto os atos pessoais apenas afetarão o futuro do indivíduo.

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“Se é só para esta vida que esperamos em Cristo, 
somos de todos os homens os mais dignos de lástima.

“Mas na realidade Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem.

“Porque, assim como por um homem veio a morte, 
também por um homem veio a ressurreição dos mortos.

“Pois como em Adão todos morrem, 
do mesmo modo em Cristo todos serão vivificados.”
I Coríntios 15:19-22

Segunda Oportunidade

contra

Primeira Oportunidade Individual

 

 

 

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“Novas de grande alegria que o será para todo o povo.”

     Haverá quem pergunte: Não seria isto dar a alguns membros da raça humana uma segunda oportunidade para conseguir a vida eterna? Respondemos: Adão por meio de sua desobediência não aproveitou a primeira oportunidade de ganhar a vida eterna, tanto para si mesmo como para a raça que ainda estava “em seus lombos”. 

     Sob a prova original, “veio o juízo sobre todos os homens para condenação”; Deus propôs que por meio do sacrifício de redenção oferecido por Cristo, depois que tiverem provado a excessiva maldade do pecado; afim de que pelo mandamento o pecado se manifestasse excessivamente maligno, e havendo sentido o peso da pena, Adão, e todos os que perderam a vida por causa da queda deste, tivessem a oportunidade de voltar a entrar em harmonia com Ele por meio da fé no Redentor. 

     Se alguém deseja chamar a isto uma “segunda oportunidade”, que o faça; certamente será para Adão, e também, em certo grau pelo menos, para a raça em geral; será no entanto a primeira oportunidade individual para os descendentes daquele, que ao nascer se encontravam já sob a condenação da morte. 

     Chamai isto como quereis, o fato vem a ser o mesmo: todos foram sentenciados a morte por causa da desobediência de Adão, e por meio das favoráveis cláusulas do Novo Pacto (na idade Milenária) todos gozarão de uma plena oportunidade de alcançar a vida eterna. 

     Conforme o anunciaram os anjos, estas são boas “novas de grande alegria, que o será para todo o povo”; e como declarou o Apóstolo, sobre esta graça de Deus, o fato de que Cristo “se deu a si mesmo em resgate por todos”, “para servir de testemunho” a todos “a seu tempo”. (Romanos 5:17-19; I Timóteo 2:4-6, IBB) 

     Os homens, não Deus, limitaram à Idade Evangélica esta prova ou oportunidade de obter a vida. Pelo contrário, Deus nos informa que a Idade Evangélica é com o objetivo de escolher sua Igreja, ou Sacerdócio Real, por meio de qual, na idade subseqüente, todos os demais serão trazidos ao pleno conhecimento da Verdade, sendo concedida-lhes uma plena oportunidade de obterem a vida eterna sob o Novo Pacto.

Porque tanta miséria sobre tantos?

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Se dados uma oportunidade individual, quantos se teriam achados dignos da vida?

    Mas, que vantagens existem neste método? Por que não dar uma prova individual a cada um, sem o longo processo da queda de Adão e sua condenação, a participação de seus descendentes nessa condenação, a redenção de todos por meio do sacrifício de Cristo, e a nova oferta de vida eterna sob as condições do Pacto Novo? 

     Se por causa do livre arbítrio do homem deve permitir-se o mal, por que é efetuado seu extermínio de uma maneira tão estranha e tão cheia de rodeios? Por que foi permitido que tanta miséria se assanhasse sobre muitos dos que têm de receber finalmente o galardão de vida, como filhos obedientes de Deus?

     Ah! Esse é o ponto central de interesse neste tema. Se Deus tivesse disposto a propagação da espécie duma maneira diferente, não participando os filhos dos pecados de seus pais (não participando de suas debilidades mentais, morais e físicas), se houvesse feito o conducente para que quando foi provado cada um gozasse de uma condição tão favorável como no Éden, determinando que unicamente os transgressores sofressem a condenação e fossem destruídos, quantos podemos presumir que sob essas condições se mostrariam dignos, e quantos indignos de vida?

     Se tomamos o caso de Adão como base para nosso critério (e recordemos que ele foi em todo sentido uma mostra ou exemplo da humanidade perfeita), chegaríamos à conclusão de que nenhum seria achado perfeitamente obediente e digno, sempre e quando que nenhum possuiria um claro conhecimento de Deus, nem teria experimentado seus favores até o grau de desenvolver uma absoluta confiança em Suas leis, ainda no caso de achar-se em luta com os seus ditames pessoais. 

     Esta nos assegurando que o conhecimento que do Pai tinha Jesus, o habilitou para obedecer e confiar Nele implicitamente. (Isaías 53:11) Vamos supor que a quarta parte da raça alcançará a vida, ou, mais bem suponhamos que a metade fosse achada digna de vida, e que outra metade recebesse a morte como salário do pecado. 

     Suponhamos além disso que os obedientes nunca houvessem experimentado nem presenciado o mal, não seria de esperar que de continuo sentiriam curiosidade pelas coisas proibidas, evitando-as somente por temor a Deus e ao castigo? 

     Em tal caso seu serviço não chegaria a ser tão decidido como ao haver-se familiarizado com o bem e o mal, adquirindo assim o apreço devido pelos benévolos desígnios do Criador, ao ditar as leis, que governam seu próprio caminho e o de suas criaturas.

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     Pensemos agora em outra metade, os que por causa do seu pecado voluntário receberiam a morte. Para sempre seriam privados da vida, e sua única esperança seria a de que Deus em seu amor, ao lembrar-se deles como criaturas suas, obra de suas mãos, lhes subministrasse outra prova. 

     E isto com que objetivo? O único imaginável seria a esperança de que se lhes fosse dada novamente a vida para serem provados outra vez, alguns deles tendo já mais experiência, decidiriam então ser obedientes e viver.

     Ainda quando esse plano fosse tão bom em seus resultados como aquele, que Deus tem adotado, apresenta sérias objeções.

A sabedoria de Deus restringe o pecado a certos límites.

     Quanto melhor se exibe a sabedoria de Deus ao restringir o pecado dentro de certos limites, como tem feito em seu plano! Ainda nossas finitas mentes podem discernir quão preferível é ter uma só lei, perfeita e imparcial, a qual declara que o salário do pecado é a morte — a destruição, a suspensão da vida! 

     Nós percebemos que Deus tem limitado o mal, que Ele permite, ao dispor que o Reino Milenário de Cristo efetue sua completa extinção, junto com aqueles que o praticarem voluntariosamente, para introduzir em seu lugar uma eternidade de justiça em um conhecimento cabal e em obediência perfeita e voluntária de seres perfeitos.

Outras objeções a dar uma oportunidade individual agora:

1. Requeriria um redentor para cada um condenado

2. Não permitiria a seleção de “o corpo”

     Mas existem duas outras objeções ao plano sugerido, de provar no princípio a cada qual separadamente. No plano adotado por Deus só um Redentor é requerido porque só um pecou, e só um foi condenado (os demais participaram da sua condenação). Mas se a primeira prova fosse individual, queria dizer que se a metade da raça pecasse e cada um fosse individualmente credor da pena, por cada um deles se requereria o sacrifício de um redentor. 

     Uma vida cujo direito não se havia perdido, apenas poderia redimir outra vida perdida, mas nada mais que essa. Sob nenhuma das outras circunstâncias do que essa do plano a qual Deus escolheu, o homem perfeito, “Cristo Jesus, homem”, poderia dar-se “em resgate (como preço correspondente) por TODOS”. Sua vida redime a de Adão, e também tudo o que perdemos neste.

 

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     Se calculamos em cem bilhões o número total de seres humanos que têm existido desde o tempo de Adão, e que só a metade desse número houvesse pecado, então, para dar um resgate (um preço correspondente) por todos, se requereria o sacrifício de outros cinqüenta bilhões de homens perfeitos e obedientes. 

     Desta maneira a morte também passaria sobre todos, e tal plano não envolveria menos sofrimentos do que os agora experimentados.

    A outra objeção a esse plano é a de que ocasionaria uma séria falta de ordem quanto ao propósito divino de eleger e de elevar até a natureza divina, o “pequeno rebanho”, o “corpo de Cristo”, a companhia da qual Cristo é o Cabeça e Senhor. Sempre e quando que por meio de sua obediência os cinqüenta bilhões de filhos obedientes houvessem alcançado o direito de vida eterna, em justiça Deus não podia exigir-lhes que renunciassem a seus direitos, a sua vida, e a seus privilégios, para dar-se em resgate pelos pecadores. 

     Se Ele lhes houvesse proposto oferecer-se em resgate dos caídos, também lhes haveria oferecido, como no caso de Jesus, uma recompensa especial para que pelo gozo apresentado a eles, pudessem suportar o castigo de seus irmãos. 

     Se lhes dava a mesma recompensa que foi dada a Jesus, ou seja a de participar da natureza divina e serem elevados acima dos anjos, muito acima de todo principado, e autoridade, e poder, e domínio, e de todo nome que se nomeia—depois do de Jeová (Efésios 1:20, 21), haveria um imenso número no plano da natureza divina, o qual evidentemente não mereceu a aprovação da sabedoria divina. 

     Por último, sob tais circunstâncias, estes cinqüenta bilhões se encontrariam no mesmo nivel, não havendo entre eles nenhum líder ou cabeça. O plano que Deus adotou, em contraste com o já examinado, requere só um Redentor, o qual tem sido exaltado soberanamente à natureza divina; dá também lugar a um “pequeno rebanho” dos redimidos por esse Redentor, aqueles que “andam nas suas pisadas” de sofrimento e abnegação com a esperança de ser participantes de seu nome, de sua honra, de sua glória e de sua natureza, da maneira em que a esposa participa de tudo o que a seu esposo pertence.

O resgate é uma solução a muitas perplexidades.

     Os que conseguem apreciar este delineamento do plano de Deus, por meio do qual condenando a todos num representante, abriu o caminho do resgate e da restauração de todos por meio de um Redentor, acharão nele a solução de muitas perplexidades. 

     Se aperceberão de que a condenação de todos em um, longe de ser-lhes prejudicial, quando se tem em conta o plano de Deus de prover por meio do sacrifício do outro a justificação para todos, redundará em grande benefício a todos. 

     Quando os benefícios derivados do resgate hajam sido extendidos até o raio que alcançou a penalidade pelo pecado, então, havendo-se já levado a efeito o propósito divino em permiti-lo, este será extinguido para sempre. 

     No entanto, a apreciação correta desta parte do plano é impossível quando deixa-se de reconhecer plenamente a excessiva maldade do pecado; a natureza da pena imposta — a morte; a importância do resgate que deu nosso Senhor, e a completa restauração de cada indivíduo a condições favoráveis, sob as quais lhes será proporcionada uma prova ampla e cabal, antes de declará-lo merecedor da recompensa ou do castigo: a vida eterna ou a morte eterna, respectivamente.

Bênçãos resultarão pela permissão do mal.

     Ao compreender este grande plano de redenção, e a conseguinte “restauração de todas as coisas”, por meio de Cristo, podemos apreciar as grandes bênçãos que resultam por haver sido permitido o mal, talvez em um grau tal que não houvesse sido possível de outra maneira.

Todos poderão ver claramente
—a Sabedoria—
— a Justiça —
— o Amor e —
— o Poder —

de Deus como demonstrados no resgate.

     Os homens não somente receberão um perpétuo benefício por causa da experiência obtida, e os anjos pela observação de tais experiências, mas também por conhecer mais fundo o caráter de Deus, como se manifesta no seu plano, terão todos adquirido esta nova vantagem. 

     Quando seu plano será por completo levado a efeito, nele poderão todos ler sua sabedoria, sua justiça, seu amor e seu poder. Todos hão de se inteirar da justiça que se demonstra em não violar os decretos divinos, e em não salvar a raça justamente condenada sem antes cancelar a pena por meio de um redentor voluntário. 

     Perceberão o amor demonstrado por prover este nobre sacrifício, que exaltou soberanamente o Redentor até a destra de Deus, dando-lhe autoridade e o poder para restaurar a vida aos que comprou com seu precioso sangue. 

     Poderão também contemplar a sabedoria e poder demonstrados em preparação de um glorioso destino para suas criaturas, que pôde governar toda influência contrária, e que soube aproveitar tanto os agentes voluntários como os involuntários, para o avanço e final execução de seus grandes desígnios. 

     Não podemos compreender como seriam obtidos estes mesmos resultados se não fosse permitido o mal e não seria dominado de tal maneira pela providência divina. A permissão do mal entre os homens, e durante certo tempo, deixa transluzir uma sabedoria e perspicácia ilimitadas que, aproveitando todas as circunstâncias correlativas, ideou o remédio, e, por meio de sua graça e de seu poder, marcou o resultado final.

     Durante a Dispensação Evangélica , o pecado e sua coorte de males, também têm sido utilizados para disciplinar e preparar a Igreja. Se não fosse permitido o mal, não teria sido possível o sacrifício de Jesus e de sua Igreja, cuja recompensa é a natureza divina.

A Lei de Deus é o Amor.

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     Parece muito razoável que, em substância, a mesma lei divina à qual agora está submetida à humanidade, a obediência a qual proporciona a vida eterna, e sua desobediência a pena da morte, há de reger por último a todas as criaturas racionais formadas por Deus. 

     Como nosso Senhor a define, essa lei se resumia na palavra Amor: 

“Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo.” (Lucas 10:27) 

     Quando os propósitos de Deus serão efetuados, se manifestará a suas criaturas a glória de seu caráter divino; então a permissão temporal do mal será apreciada por todos como um delineamento sábio de seu proceder. 

     Agora isto somente pode ser discernido com os olhos da fé, estudando na Palavra de Deus as coisas anunciadas por todos os santos profetas que desde o princípio do mundo hão falado em nome de Jeová: 

A RESTAURAÇÃO DE 
TODAS AS COISAS.

VENHA O TEU REINO

Venha o teu Reino, oh Deus, venha o teu Reino!
 De manhã a noite é minha oração;
Venha o teu Reino, oh Deus, venha o teu Reino!
E acabe deste mundo a opressão.

Quando busco um consolo nesta terra,
Onde quer olho, só vejo dor;
Uns aos outros, e em sanhuda guerra
Os homens se batem com ardor.

 O rico, todo o ouro monopoliza
Negando ao pobre sua porção,
E contempla o operário, qual sonhara,
Voltando aos anos de opressão.

 O clero, que se disse muito cristão,
E que o Cristo deveria predicar,
Como é em extremo darwiniano
Se ocupa tua Palavra “criticar”.

 E a imprensa, que em suas páginas deveria
Afanar-se o bem em apresentar
Hoje, apenas parece que tivera
Homicídios e roubos que tratar.

 E em tanto que cegada se apressa
Esta ordem a terrível destruição,
Só em tua Palavra se assegura
Paz e bem-estar, depois da lição.

 Venha o teu Reino, oh Deus, venha o teu Reino!
Continuará sendo minha oração.
Venha o teu Reino, oh Deus, venha o Milênio!

A prometida GRANDE RESTITUIÇÃO!

 

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