ESTUDO III

A BÍBLIA COMO UMA REVELAÇÃO DIVINA EXAMINADA 
À LUZ DA RAZÃO

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― Pretensões da Bíblia e suas evidências exteriores de credibilidade. 
― Sua antiguidade e preservação. 
― Sua influência moral. 
― Motivos dos escritores. 
― Caráter geral de seus escritos. 
― Os livros de Moisés. 
― A Lei de Moisés. 
― Particularidades do governo instituído por Moisés. 
― Não foi um sistema de embuste sacerdotal. 
― Instruções aos governantes civis. 
― Igualdade dos ricos e dos pobres diante da Lei. 
― Salvaguarda para impedir o desarranjo contra os direitos do povo. 
― O Sacerdócio não era uma classe favorecida. 
― Maneira como se sustentava. 
― Os estrangeiros, as viúvas, os orfãos, e os servos protegidos contra 
     a opressão. 
― Os Profetas da Bíblia. 
― Existe um comum vínculo de união entre os livros da Lei, os Profetas 
     e o Novo Testamento? 
― Razoabilidade dos Milagres. 
― Conclusão Lógica.

 

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Uma mente razoável e pensativo examinará a Palavra de Deus

     A BÍBLIA é a lâmpada da civilização e da liberdade. Sua influência pelo bem da sociedade tem sido reconhecida pelos mais notáveis homens públicos, apesar de que em sua maior parte a têm visto através de várias lentes dos credos em conflito, os que, ao mesmo tempo que a põem em alto, hão falsificado lastimosamente seus ensinamentos. 

     O grande livro antigo tem sido não de intento, mas tristemente caluniado pelos seus partidários, muitos dos quais dariam suas vidas por ele; os quais, não obstante, ao sustentar as falsas concepções da verdade recebidas pelos canais das tradições de seus pais, lhe fazem mais dano vital que seus próprios inimigos. Pois então que tais despertassem, examinassem de novo seu oráculo, e pusessem em confusão a seus inimigos desarmando-os.

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Bíblia de Gutenberg, impresso 1452-1455 em Mainz, Alemanha, por Johannes Gutenberg

A Bíblia tem sido preservado milagrosamente

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A Bíblia de Tyndale

    Sempre e quando que o conhecimento da natureza nos conduz a esperar uma revelação de Deus mais completa que a subministrada por aquela, toda mente reflexiva estará pronta para examinar as pretensões de qualquer coisa que alegue ser uma revelação divina, e que apresente exteriormente evidências razoáveis da veracidade de suas pretensões. 

     A Bíblia declara ser essa revelação de Deus, e até a nós chega apresentando razoáveis e claramente discerníveis evidências que comprovam o provável de suas pretensões; além disso, nos proporciona uma razoável esperança de que uma investigação minuciosa porá em descoberto evidências mais completas e positivas de que com efeito é a Palavra de Deus.

    A Bíblia é o livro mais antigo e tem sobrevivido aos embates de trinta séculos. Os homens têm procurado, por todos os meios possíveis, desterrá-la da face da terra; a hão  escondido; a hão queimado; possuí-la tem sido delito castigado com a pena de morte, e os que tinham fé nela têm sido o alvo das mais implacáveis perseguições; contudo o livro ainda existe.

     Hoje, quando muitos de seus inimigos dormem o sono da morte, e quando centenas de volumes escritos contra ela, para desacreditar e aniquilar sua influência, faz muito tempo que foram esquecidos, a Bíblia se abre com passo longo em todas as nações e linguas da terra: mais de duzentas traduções (ano de 1886) foram feitas dela!

     O que este livro tem sobrevivido por tão longo tempo, apesar de semelhantes esforços sem paralelo para desterrá-lo e destruí-lo, é pelo menos uma forte evidência circunstancial de que o grande Ser que o livro apresenta como seu Autor tem sido também seu Preservador.

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Cavernas de Cunrã

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Rolos do Mar Morto

    Datando de entre 100 A.C. e 100 E.C., os Rolos do Mar Morto se preservaram em urnas de barro nas cavernas de Cunrã até o seu descobrimento em 1948. 
   Todo livro no Velho Testamento, com exceção do de Estera, está representado.

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Mosteiro de Santa Catarina

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Manuscrito Sinaítico

    Pergaminhos de valor incalculável do Manuscrito Sinaítico, do quarto século E.C., se reservaram dentro das paredes do Mosteiro de Santa Catarina no centro de Sinaí.  Descoberto em 1859 E.C. pelo Conde Tischendorf, o Códex Sinaíticus contem o Novo Testamento e partes do Velho Testamento.

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A Bíblia de Genebra

    Verdade é que a influência moral da Bíblia sempre tem sido e ainda é a melhor. Os que chegam a ser estudantes cuidadosos de suas páginas, invariavelmente se elevam a uma vida superior.

      Outros escritos sobre religião e várias ciências hão redundado em bem, enobrecendo e bendizendo a humanidade até certo grau, mas todos os outros livros em conjunto não têm podido subministrar à gemente criação o gozo, a paz e as bênçãos que a Bíblia há proporcionado tanto a ricos como a pobres, a instruídos como também a ignorantes.

A Bíblia se refere e aponta para um caráter proeminente: Jesus de Nazaré.

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    A Bíblia não é somente um livro de leitura, é um livro para estudar-se com cuidado e reflexão, porque os pensamentos de Deus são mais altos do que os nossos pensamentos, e os seus caminhos mais altos do que os nossos caminhos. Se queremos compreender o plano e os pensamentos de Deus infinito, devemos empregar todas nossas energias nessa importantíssima tarefa. Os tesouros mais preciosos de verdade nem sempre repousam na superfície.

     Este livro constantemente assinala e se refere a um personagem proeminente: Jesus de Nazaré, qual, segundo afirma, foi Filho de Deus. De princípio ao fim, seu nome, seu ofício e sua obra se fazem proeminentes. Que um homem chamado Jesus de Nazaré existiu e foi notável em tempo indicado pelos escritores da Bíblia, à parte das Escrituras, é um fato histórico e plenamente pelas várias fontes corroborado.

      Que este Jesus foi crucificado porque se fez ofensivo aos judeus e a seu sacerdócio, é outro fato estabelecido pela história além das evidências apresentadas pelos escritores do Novo Testamento. Os escritores do Novo Testamento (com exceção de Paulo e Lucas) foram conhecidos pessoalmente e ainda discípulos de Jesus de Nazaré, cujas doutrinas expõem em seus escritos.

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Tanque de Siloé

Jesus curou um cego ao Tanque de Siloé  João 9:11.

     O tanque é uma das poucas localidades indiscutíveis em Jerusalém antigo. Águas do Mancial Giom manam ao Tanque de Siloé através dum túnel que foi construído pelo Rei Ezequias em 715 A.C. Ainda hoje se pode atravessar ao túnel de Ezequias, uma distância de 1750 pés (533 m.)

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Gólgota
“...e ele, carregando a sua própria cruz, saiu para o lugar chamado Caveira, que em hebraico se chama Gólgota,” João 19:17

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Sepulcro no Jardim
“No lugar onde Jesus foi crucificado havia um jardim, e nesse jardim um sepulcro novo ...” João 19:41

Os discípulos se comprometeram a uma causa pouco popular.

 

 

 

 

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    A existência de um livro implica motivos da parte do escritor. Perguntamos então: Que motivo pode inspirar estes homens a dedicar todas suas energias em defesa da causa de tal pessoa? Ele foi condenado a morte e crucificado pelos judeus como um malfeitor, os mais religiosos dentre eles consentindo e ainda demandando sua morte, julgando-o indigno de existir.

     Ao defender sua causa e promulgar suas doutrinas estes homens fizeram frente ao menosprezo, para as privações e amargas perseguições ao risco da própria vida, e ainda em alguns casos sofreram o martírio. Admitindo que enquanto Jesus viveu foi uma pessoa muito notável tanto pela sua vida como pelos seus ensinos, que motivo poderia impulsar a alguém para defender sua causa depois de morto, especialmente quando sua morte foi tão ignominiosa? 

     E se supomos que estes escritores inventaram suas narrações e que Jesus apenas foi seu ideal ou seu herói imaginário, depois de haver proclamado que era Filho de Deus, que havia sido gerado de uma maneira sobrenatural, que possuía poderes extraordinários para curar os leprosos, para devolver a vista aos cegos de nascimento, para fazer ouvir aos surdos e para levantar até os mortos, não seria absurdo supor que homens prudentes concluiriam a história de tal personagem narrando que uma pequena banda de inimigos seus o executaram como a um criminoso, ao mesmo tempo que todos seus amigos e discípulos, inclusivamente os mesmos escritores, deixando-o fugiram no momento crítico?

O que motivou aos escritores das Escrituras?

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Jeremias

    O fato de que a história profana não está de acordo em alguns pontos com estes escritores, não deveria conduzir-nos a julgar suas declarações como falsas. Os que elevam a semelhante conclusão deveriam assinalar e provar os motivos da parte dos escritores para afirmar falsidades.

     Que motivos puderam incitá-los? Razoavelmente podiam eles por isso esperar alguma vantagem terrestre, fortuna, fama, ou poder? Semelhante suposição se contradiz ao ter em conta a pobreza dos amigos de Jesus, o mesmo que a pouca popularidade de seu herói para com os grandes religionistas de Judéia; em troca o fato que morreu como um malfeitor, e perturbador da paz, sem procurar reputação alguma, nenhuma fama invejável nem prosperidade terrestre oferecida para aqueles que intentaram restabelecer suas doutrinas.

     Ao contrário, se esse houvesse sido o propósito dos que predicaram a Jeasus, não houvessem desistido dele ao perceber de que só lhes causava deshonra, perseguição, a perda de sua liberdade, açoites e muitas vezes a morte?

     A razão claramente nos ensina que homens sacrificando o lar, reputação, honra e vida, e que não viveram para o deleite presente, senão que seu anelo principal foi o de elevar a seus semelhantes e inculcar-lhes a mais alta forma de moral, não somente foram impulsados por um motivo, senão além disso, que esse motivo deve haver sido puro, e suas intenções em grande maneira sublimes.

     A razão também indica que o testemunho de tais homens, atuando só por motivos puros e nobres, é dez vezes mais digno de crédito e de consideração que o de escritores ordinários. Esses homens não eram fanáticos, eram homens de mente sensata e racional; em todo caso apresentavam argumentos bem fundados em defesa de sua fé e de sua esperança, e sempre foram perseverantemente fiéis a suas razoáveis convicções.

Os escritores da Bíblia eram honestos e fiéis ao Senhor.

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    Tudo anteriormente dito é também aplicável aos vários escritores do Antigo Testamento. Em sua maioria, eles foram homens notáveis pela sua fidelidade ao Senhor; a história bíblica com muita imparcialidade, ao mesmo tempo que relata e reprova suas fraquezas e debilidades, enaltece também suas virtudes e sua fidelidade. Isto deve surpreender aos que presumem que a Bíblia é uma história manufaturada com o especial objetivo de amedrontar aos homens por meio da reverência para um sistema religioso.

     A Bíblia tem tal integridade, que marca suas palavras com o selo da verdade. Indivíduos mal intencionados, em seus esforços para fazer aparecer a um homem como grande e, tratando especialmente de apresentar alguns de seus escritos como inspirados por Deus, haveriam indubitavelmente descrito seu caráter como irrepreensível e nobre até onde foi possível.

     O fato de que a Bíblia não faz uso de semelhante proceder, é uma evidência razoável de que não foi escrita fraudulentamente com o propósito de enganar.

Examine ao caráter dos escritos

     Tendo razão de esperar uma revelação da vontade e plano divinos, e havendo-nos já assegurado de que a Bíblia, a que pretende ser tal revelação, foi escrita por homens cujos motivos não podemos impugnar senão ao contrário nós estamos forçados a elogiar, passemos agora a examinar as qualidades distintivas desses escritos que se dizem inspirados, com o objetivo de verificarmos se seus ensinamentos concordam com o caráter que razoavelmente temos atribuído a Deus, e ver se apresenta evidências internas de sua veracidade.

Os escritores conheciam de primeira mão os fatos

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     Os primeiros cinco livros do Novo Testamento, e vários do Antigo, são narrações de fato conhecidas e testemunhados pelos escritores. Todos podem ver, sem a menor dificuldade, que para simplesmente dizer a verdade referente a certos assuntos com os quais eles estavam intima e plenamente informados não se requeria uma revelacão especial.

     Não obstante, o fato de que estas histórias de acontecimentos passados estão mutuamente relacionadas com a revelação, e ao ter em conta de que Deus desejava fazer ao homem essa revelação, são argumentos suficientes para razoavelmente inferir que Deus supervisou e arranjou as coisas de tal maneira que os sinceros escritores escolhidos para isto foram postos em contato com os acontecimentos indispensáveis. 

     O crédito que podemos dar às porções históricas da Bíblia descança no caráter e em motivos de seus escritores. Homens bons não comunicam falsidades. Uma fonte pura não dá águas amargas, e o testemunho unido destes escritores destrói toda suspeita de que seus autores disseram ou fizeram o mal para que o bem viesse.

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     A veracidade de alguns livros da Bíblia como os de Reis, de Crônicas, de Juízes, e outros, não se invalida nem no mais mínimo ao dizer que estas são simplesmente histórias verídicas e cuidadosamente preservadas de sucessos e pessoas proeminentes em seu tempo.

     Quando recordamos que as Escrituras Hebraicas além da Lei e das profecias contêm também história, e que aquelas histórias geneológicas, etc., por motivo de que se esperava o Messias em uma linhagem particular de Abraão, foram as mais explícitas em detalhar toda classe de circunstâncias, vemos uma razão para se registrar os fatos históricos considerados pouco delicados à luz deste século dezenove.

     Por exemplo: querendo dar um registro claro da origem dos moabitas e amonitas junto do seu parentesco com Abraão e os israelitas, provavelmente surgiu na mente do historiador a necessidade de dar uma detalhada história de como vieram a existência. (Gênesis 19:36-38) Também se dá uma minuciosa relação dos filhos de Judá de quem procede o rei Davi, para desta maneira poder trazer, por meio dele até Abraão, a geneologia de Maria mãe de Jesus, o mesmo que a do seu esposo José. (Lucas 3:23, 31, 33, 34; Mateus 1:2-16)

     Sem dúvida alguma que a necessidade de estabelecer essa geneologia era o mais importante, porque desta tribo (Gênesis 49:10), deveria vir o Rei de Israel, o mesmo que o prometido Messias; essa é a causa das minúcias de detalhes, os quais se omitem em outros casos. ― Gênesis 38.

Achamos uma razão para os detalhes

     Pode haver razões parecidas ou diferentes para outros fatos históricos registrados na Bíblia dos que mais tarde poderemos ver a utilidade, e que, se esta não fosse história mas simplesmente um tratado de moral, sem prejuízo algum podiam ser omitidos; apesar de tudo, ninguém pode dizer fundadamente que a Bíblia em alguma parte sanciona a impureza.

     É bom também recordar que os mesmos fatos poderiam mais ou menos delicadamente ser narrados em qualquer idioma, e que os tradutores da Bíblia, ainda quando foram bastante conscienciosos para não omitir detalhe algum, não obstante, viveram em um tempo em que não havia tanta escrupulosidade para escolher expressões refinadas como fazemos hoje em dia; o mesmo pode inferir-se em quanto aos tempos remotos que a Bíblia faz referência e no tocante à forma de expressão dessas épocas.

     Certamente que o mais melindroso não pode reprovar coisa alguma sobre este respeito a nenhuma expressão do Novo Testamento.

 

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Moisés conduzindo a Israel fora do Egito

Os Livros de Moisés e as Lissos
 Neles Promulgadas

     Os cinco primeiros livros da Bíblia são conhecidos com o nome de Livros de Moisés, apesar de que eles em nenhuma parte mencionam seu nome como autor. Que foram escritos pelo Moisés, ou quando menos, sob sua supervisão, é uma inferência que não carece de fundamento; o relato de sua morte e enterro sendo devidamente acrescentados pelo seu secretário.

     O que nestes livros não se afirme positivamente que são escritos por Moisés, nada prova ao contrário, porque se outro os houvesse escrito para enganar e cometer fraude, seguramente teria pretendido que fossem escritos pelo grande chefe e estadista de Israel, para desse modo poder dar visos de verdade para a fraude. (Deuteronômio 31:9-27)

     De uma coisa estamos certos, Moisés tirou do Egito os hebreus. Ele organizou eles com uma nação sob as leis assentadas nestes livros, e de comum acordo, essa mesma nação há dito por mais de três mil anos que esses livros lhes foram dados por Moisés, e que são tão sagrados que nenhuma jota nem um til deve se lhes alterar, dessa maneira garantindo a pureza do texto.

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“Ele estende o norte sobre o vazio; suspende a terra sobre o nada.” Jó 26:7

     Estes escritos de Moisés contêm a única história fidedigna dentre as histórias existentes que se referem a época de que se trata. A história Chinesa afeta começar com a criação; disse que Deus saiu em um bote, que logo com sua mão tomou um punhado de terra que arrojou na água, e que desta maneira formou-se o planeta em que vivemos. Semelhante história está tão desprovida de sentido em sua totalidade, que nem ainda a mente de um menino seria enganada por ela. 

     Ao contrário, a relação dada em Gênesis começa com a razoável inferência de que já existia um Deus, um Criador, uma Inteligente Causa Primordial. Não trata de que Deus haja tido um princípio, senão de sua obra, do começo e do progresso sistemático desta; “No princípio criou Deus os Céus e a terra.” 

     Logo, passando da origem da terra, sem detalhes nem explicações, procede a narração dos seis dias (épocas) em que esta foi preparada para o homem. Tal relato está solidamente corroborado pela luz da ciência acumulada em quatro mil anos, de maneira que é mais lógico aceitar a declaração de que Moisés, seu autor foi divinamente inspirado, em vez de supor que a inteligência combinada e à investigação do resto da raça durante os três mil anos, ajudada pelos aparelhos modernos e despesas de milhões em dinheiro.

A Lei Mosaica ficava sem par.
Hoje baseamos as nossas leis na Lei de Moisés

A Lei de Moisés

     Examinemos agora o sistema de leis que se encontram nestes escritos. Certamente eram sem igual em seu dia, e ainda são neste século dezenove; as leis do século presente se acham fundadas sobre os princípios da Lei Mosaica, e são em sua maior parte delineadas por homens que reconheceram a Lei de Moisés como de origem divina.

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Moisés ensinando ao Povo de Israel

 

     O decálogo é uma breve sinopse da lei inteira. Esses dez mandamentos compreendem códigos de adoração e moral, que à vista de todo estudante deveriam ressaltar como coisa asombrosa; e se nunca tiveram sido conhecidos antes, e agora se encontrassem entre as ruínas ou relíquias da Grécia, Roma, ou da Babilônia (nações que se levantaram e caíram muito tempo depois de que essas leis foram expedidas), seriam reconhecidos como algo maravilhoso se não sobrenatural.

     A familiaridade com eles, o mesmo que suas pretensões, hão gerado uma considerável indiferença para estes, a tal grau que sua grandeza real só é apreciada por uns poucos. Em verdade, esses mandamentos não ensinam nada com referência a Cristo, mas devemos recordar que não foram dados aos cristãos senão aos hebreus; não para ensinar a fé em um resgate, mas para convencer os homens de seu estado pecaminoso e da necessidade de um resgate. O resumo destes mandamentos foi grandiosamente condensado pelo ilustre fundador do cristianismo em palavras:

“Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de todas as tuas forças.” “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo”. ― Marcos 12:30, 31, IBB.

Os israelitas viviam sob o governo de Deus

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O Sacerdócio Levítico

     O governo instituído por Moisés diferenciava-se de todos os outros, antigos e modernos, em que pretendia ser do próprio Criador, e em que o povo era a Ele responsável; suas leis e instituições civis e religiosas eram apresentadas como procedentes de Deus, e como logo veremos, estavam em perfeita harmonia com o que a razão nos indica com respeito ao caráter de Deus.

     O Tabernáculo, no centro do acampamento, tinha em seu lugar “Santíssimo” uma manifestação da presença de Jeová como Rei desse povo, desde onde, de um modo sobrenatural, eles recebiam instruções para acertadamente administrar seus assuntos nacionais. Uma ordem de sacerdotes, que tinha o cargo completo do Tabernáculo, foi estabelecida, e só por mediação sua se permitia o acesso e comunhão com Jeová.

O Tabernáculo no centro do Acampamento teve uma manifestação da presença de Deus no seu apartamento Santíssimo.

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Arca do Testemunho no Santíssimo

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Os privilégios dos sacerdotes estavam limitados

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Sacerdote no Santíssimo

      O primeiro pensamento de alguém em relação a isto indubitavelmente será: “Ah já demos com o objetivo de sua organização: nesta, o mesmo que em outras, os sacerdotes hão governado o povo impondo-se por meio da credulidade e excitando seus temores em proveito e honra próprios!” 

     Um pouco de calma, amigos, não nos precipitemos a fazer deduções. Havendo uma oportunidade tão boa de estudar este assunto por meio dos fatos, seria irracional sem eles passar às conclusões. As evidências inegáveis são contrárias a semelhante suposição. 

     Os direitos e os privilégios dos sacerdotes eram limitados; nenhum poder civil lhes foi confiado, careciam por completo da oportunidade de fazer uso de seu ofício para impor-se sobre os direitos e as consciências do povo, e o mais notável é que este arranjo foi levado a cabo por Moisés, um membro da linhagem sacerdotal.

Estabeleceu-se um governo teocrático

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Moisés

 

 

 

 

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Anciãos de Israel

     Ao libertar os israelitas do jugo egípcio, em sua qualidade de representante de Deus, a força de circunstâncias centralizou em suas mãos o governo, convertendo o humilde Moisés em um autocrata em poder e autoridade; no entanto, por causa da humildade de sua disposição, ele na verdade foi o mais ocupado servidor do povo até o grau de que sua própria vida extenuava-se pelos cuidados onerosos de sua situação. Então se inaugurou um governo civil, o qual de fato, foi uma democracia. 

     Não nos entenda mal: segundo o modo de ver dos não crentes poderíamos considerar o governo de Israel como uma democracia; mas se o examinamos à luz de suas próprias pretensões, percebemos de que era uma teocracia, isto é, um governo divino, porque as leis da parte de Deus dadas por meio de Moisés não consentiam emenda nem era possível tirar ou acrescentar coisa alguma a esse código. Ao olhar esse governo sob este ponto de vista, nós nos inteiramos que foi diferente a qualquer outro governo civil anterior ou posterior.

     “Disse o Senhor a Moisés: ajunta-me setenta homens dos anciãos de Israel, que sabes serem os anciãos do povo e seus oficiais; e os trarás perante a tenda da revelação, para que estejam ali contigo. Então descerei e ali falarei contigo; tirarei do espírito que está sobre ti, e o porei sobre eles, e contigo levarão o peso do povo para que não o leves só.” (Números 11:16, 17, IBB ― consultem também os versículos vinte e quatro a trinta e se verá neles exemplo de sincera humildade e de bom governo.)

     Moisés, relatando detalhadamente este mesmo incidente, disse: “Tomei, pois, os cabeças de vossas tribos, homens sábios e experimentados, e os constituí por cabeças sobre vós, chefes de mil, chefes de cem, chefes de cinqüenta, e chefes de dez, por oficiais, segundo as vossas tribos.” ― Deuteronômio 1:15, IBB; Êxodo 18:13-26.

Esta forma de governo foi calculado para cultivar ao espírito da liberdade verdadeira.

 

 

 

De ser Moisés ambicioso, teria abusado o seu poder

 

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Moisés ungindo a Arão como Sumo Sacerdote

     Desta maneira é evidente que o distinguido legislador longe de procurar a perpetuação ou aumento do seu próprio poder ao pôr o governo sob a potestade da tribo sacerdotal, que se encontrava diretamente relacionada a ele, e assim restringir os direitos e a liberdade do povo por meio da autoridade religiosa, fez tudo contrário a isto: introduziu ao povo uma forma de governo calculada para cultivar o espírito de liberdade.

     Não se encontra paralelo algum de semelhante proceder nas histórias de outras nações e governantes. Estas sempre hão procurado seu próprio engrandecimento e seu aumento de poder. Ainda em casos em que hão ajudado a estabelecer repúblicas, os acontecimentos posteriores hão demonstrado que fizeram por conveniência, para poder obter o favor do povo e assim perpetuar seu próprio poder.

     Qualquer homem ambicioso, encontrando-se nas mesmas circunstâncias que Moisés, impulsado pelos desejos de dominar, e atentando perpetuar uma fraude, teria lutado para obter a mais completa centralização do poder em si mesmo e em sua família; tal tarefa teria sido fácil estando já a autoridade religiosa em mãos dessa tribo, e crendo esta nação, como acreditavam, que desde o Tabernáculo eram governados por Deus.

     Não é de supor-se que um homem competente para formular tais leis, e de governar um povo como esse, fosse tão curto de entendimento que não pudesse aperceber-se do rumo que sua tática tomaria. A tal grau estava o governo nas mãos do povo, que apesar do estipulado com respeito aos casos graves que não podendo resolver-se por esses governantes seriam trazidos a Moisés, com tudo, eles mesmos eram os juízes que decidiam quais casos deveriam ser lhe apresentados: “e a causa que vos for difícil demais, a trareis a mim, e eu a ouvirei.” ― Deuteronômio 1:17, IBB.

O povo pediu um rei

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Samuel ungindo a Saul como rei

A República de Israel

     Sob este ponto, Israel era uma república cujos funcionários trabalhavam sob uma comissão divina. Para confusão dos que com ignorância asseveram que a Bíblia sanciona e que estabeleceu a forma imperial de governo para dominar o povo, em vez de “um governo do povo pelo próprio povo”, note que esta forma republicana de governo civil subsistiu pelo espaço de quatrocentos anos.

      Então, a petição dos “Anciãos”, foi trocada por um reino, sem a aprovação de Deus quem disse a Samuel, sendo naquele momento devido chefe, na qualidade de presidente: “Ouve à voz do povo em tudo quanto te dizem, pois não é a ti que têm rejeitado, porém a mim, para eu não reinar sobre eles.”

     Samuel, a instâncias de Deus, referiu ao povo como os seus direitos e liberdades seriam desatendidos, e que com tal mudança eles seriam servos; apesar de tudo seguiram enfatuados com a idéia popular exemplificada nas nações vizinhas. (1 Samuel 8:6-22, IBB) Quem compreender o relato do desejo do povo para ter um rei, não concebe a idéia de que Moisés sem dificuldade podia pôr-se por cabeça de um grande império?


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Juízes—“...de um mesmo modo ouvireis o pequeno e o grande...” Deuteronômio 1:17

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Peitoral do Sumo Sacerdote que continha o Urim e o Tumim

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O Sumo Sacerdote

     Apesar de que Israel em sua totalidade constituia uma nação, sua divisão em tribos sempre se reconheceu depois da morte de Jacó. De comum acordo, cada família ou tribo elegia ou reconhecia certos membros dela como seus representantes ou chefes. Este costume foi contínuo ainda durante sua longa escravidão no Egito. 

     Estes eram conhecidos como chefes ou anciãos, e foi sobre eles que Moisés pôs a honra e o poder do governo civil; se houvesse desejado centralizar o poder em si mesmo e em sua família, tais indivíduos haveriam sido os últimos a quem ele tivesse pensado em honrar com o poder e governo.

     Modelo de simplicidade e pureza são as instruções que como da parte de Deus se davem aos assinalados para o governo civil. Na presença dos juízes, Moisés declarou ao povo:

“E no mesmo tempo ordenei a vossos juízes dizendo: Ouvi a causa entre vossos irmãos, e julgai com justiça entre o homem e seu irmão, ou o estrangeiro que está com ele. Não farei acepção de pessoas em juízo; de um mesmo modo ouvireis o pequeno e o grande; não temereis a face de ninguém, porque o juízo é de Deus: e a causa que vos for difícil demais, a trareis a mim, e eu a ouvirei.” (Deuteronômio 1:16, 17, IBB)

     Esses casos difíceis depois da morte de Moisés foram trazidos diretamente a Jeová pelo Sumo Sacerdote, sendo a resposta Sim ou Não pelo Urim e Tumim.

     Em vista dos fatos anteriores, que diremos da teoria insinuando que estes livros foram escritos por mal intencionados sacerdotes com o objetivo de procurar influência e poder sobre o povo?

     Com semelhantes intenções, houvessem tais homens falsificado escritos que precisamente iam destruir os seus objetivos? Houvessem procurado adiantar escritos subministrando provas concludentes de que o grande chefe de Israel, da tribo sacerdotal, pelo mandato divino separou o sacerdócio do poder civil e pôs esse poder nas mãos do povo? Pode considerar-se razoável uma conclusão assim?

“Jubileu” — o nivelador econômico

 

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Fazendo soprar as Trombetas do Jubileu

     Também é digno de notar que as leis da mais adiantada civilização do nosso século não hão sido mais cuidadosas que aquelas para colocar os ricos e os pobres sobre o mesmo nivel, deixando a ambos responsáveis diante da mesma lei civil. Nas Leis de Moisés não haveria em absoluto a mais ligeira distinção.

     E no que toca a proteger o povo contra os perigos ocasionados por chegar uns a ser muito pobres e excessivamente muito ricos e poderosos os outros, não se há expedido outra lei nacional que guarde tão cuidadosamente este ponto. A Lei Mosaica assinalava uma restituição cada cinqüenta anos que culminavam no Ano do Jubileu.

     Essa lei, que impedia a alienação absoluta de propriedade, evitava a conseqüente acumulação dela em mãos de alguns poucos. (Levítico 25:9, 13-23, 27-30) Na realidade, eles foram ensinados a respeitar-se como irmãos, a obrar de acordo, a ajudar-se mutuamente sem recompensa, e a não tomar usura dos demais. ― Êxodo 22:25; Levítico 25:36, 37, AL; Números 26:52-56.

Todas as leis se leram em voz alta

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O governo de Deus protegiu a Israel de ditadura.

     Todas as leis eram anunciadas ao público; isto impedia os homens sagazes de perpetuar com êxito algum desmando por eles fraguado contra os direitos do povo. Tanto ao alcance do público se mantinham essas leis, que todo aquele desejoso de copiá-las podia fazê-lo; e, com o objetivo de que ainda os mais pobres e ignorantes as conhecessem, era dever dos sacerdotes ler essas leis ao povo nas festas que celebravam cada sete anos. (Deuteronômio 31:10-13)

     Pode-se logicamente imaginar que tais arranjos e leis foram o produto de homens maus que projetaram roubar ao povo suas liberdades e sua felicidade? Tal afirmação seria absurda.

Considerando os direitos e interreses dos estrangeiros e dos inimigos, a Lei Mosaica foi trinta e dois séculos adiantada, se é que acaso se encontram algumas leis entre as mais civilizadas nações do dia que a igualem em formosura e benevolência. Lemos: ―

As leis manifestavam amor para o forasteiro

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Rute e Boaz

“Uma mesma lei tereis, tanto para o estrangeiro como para o natural; pois eu sou o Senhor vosso Deus.” ― Êxodo 12:49; Levítico 24:22, IBB.

“Quando um estrangeiro peregrinar convosco na vossa terra, não o maltratareis. Como um natural entre vós será o estrangeiro que peregrinar convosco; amá-lo-eis como a vós mesmos, pois estrangeiros fostes na terra do Egito.” ― Levítico 19:33, 34, IBB.

Os animais não se esqueceram, senão que fpram protegidos por leis de benevolência.
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Os animais não deviam ser desigualmente jungidos.

“Se encontrares desgarrado o boi do teu inimigo, ou a seu jumento, sem falta lho reconduzirás. Se vires deitado debaixo da sua carga o jumento daquele que te odeia, não passarás adiante, certamente o ajudarás a levantá-lo.” ― Êxodo 23:4, 5, IBB.

     Ainda nem os animais foram esquecidos. A crueldade para com eles era absolutamente proibida tanto como para os seres humanos. Não podia atar-se a boca ao boi quando estava debulhando o grão pela simples razão de que o obreiro é digno de seu alimento. O boi e o jumento, por causa de serem desiguais em força e em pisada, não deviam ser postos juntos para lavrar. Também foi feita provisão para o seu descanso. ― Deuteronômio 25:4; 22:10; Êxodo 23:12.

 

Os dízimos eram voluntariosos.

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Os Leptos da Viúva

 

O Sacerdócio Não era Uma 
Classe Favorecida

     Por causa de que os levitas se sustentavam com o décimo anual ou os dízimos do produto individual de seus irmãos das outras tribos, poderia alguém afirmar que o sacerdócio foi uma instituição egoista. Tal fato apresentado desta maneira, é um argumento muito na moda entre os cépticos, que, tal vez por falta de informação, torcem uma das mais notáveis evidências de que Deus tomou parte na organização de tal sistema, e que não foi a obra de sacerdotes astutos e egoístas.

     Certo é que tal organização freqüentemente se faz aparecer com falsas cores por um sacerdócio moderno, que agora trata de impor um sistema parecido, usando o outro como precedente, sem mencionar, por suposto, as condições sobre as quais se fundou, nem seu método de pago.

Os Sacerdotes no tiveram herança nenhuma na terra.

 

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O Sumo Sacerdote

 

     O sistema de dízimos estava baseado sobre a mais estrita eqüidade. Quando Israel tomou possessão da terra de Canaã, os levitas certamente tinham o mesmo direito a uma porção de terra como as outras tribos, mas por mandato direto de Deus nada lhes foi dado, exceto, e como residência certas cidades espalhadas entre as diferentes tribos, a quais eles serviam em assuntos religiosos. Antes de dividir-se a terra, nove vezes se estipulou esta proibição.

     Em vez de terra algo equivalente se lhes havia de dar, e o dízimo foi uma disposição justa e razoável. Não é isto tudo; o dízimo, ainda quando como o temos visto era uma dívida justa, não se pagava como um tributo, mas como uma contribuição voluntária. Nunca foram ameaçados para que dessem sua parte correspondente, ficando o assunto inteiramente a opção individual e aos ditados de sua consciência.

     As únicas exortações ao povo sobe este particular são como segue: ― 

“Guarda-te, que não desampares o levita todos os dias que viveres na tua terra.” (Deuteronômio 12:19, IBB)

“Mas não desamparás o levita que está dentro das tuas portas, pois não tem parte nem herança contigo [na terra].” ― Deuteronômio 14;27, IBB.

     Agora perguntamos: Será razoável supor que esta ordem de coisas foi arranjada por sacerdotes egoístas e ambiciosos? Podemos imaginar que eles mesmos iam deserdar-se par ficar submetidos a receber o sustento das mãos de seus irmãos? Não nos ensina a razão ao contrário?

Não se hizo nenhum arranjo para honrar aos sacerdotes.

 

Proteção para viúvas e órfãos

Proteção de salários ...

Honra para os anciãos

 

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“Diante das cãs te levantarás, e honrarás a face do ancião.” Levítico 19:32

     Em harmonia com isto, e igualmente inexplicável a não ser em terreno que alegamos de que Deus é o autor dessas leis, se encontra o fato de que não se deu lugar para nenhum arranjo especial com o objetivo de honrar o sacerdócio. Em nada teriam os impostores tanto empenho como em tomar certas medidas conducentes para a reverência e o respeito para si mesmos, impondo a pena de maldição e castigos severos para todo aquele que não as acatasse.

     Mas nada disso aparece: nem honras especiais, nem reverências, nem imunidade por violência ou o insulto. A lei comum não fazia distinção de classes nem acepção de pessoas, e esta era sua única proteção. Isto é mais notável se temos em conta que o tratamento para os servos e estrangeiros, o mesmo que para os anciãos, foi assunto de legislação especial. Por exemplo: Ao estrangeiro não maltratarás, nem oprimirás; a nenhuma viúva nem órfão afligireis. Se de alguma maneira os afligirdes, e eles clamarem a mim, eu (Deus) certamente ouvirei o seu clamor; e a minha ira se acenderá, e vos matarei à espada; e vossas mulheres ficarão viúvas e vossos filhos órfãos. (Êxodo 22:21-24, IBB; 23:9; Levítico 19:33, 34)

“Não oprimirás o trabalhador pobre e necessitado, seja ele de teus irmãos, ou seja dos estrangeiros que estão na tua terra e dentro das tuas portas. No mesmo dia lhe pagarás o seu salário, e isso antes que o sol se ponha; porquanto é pobre e está contando com isso; para que não clame contra ti ao Senhor, e haja em ti pecado.” (Levítico 19:13; Deuteronômio 24:14, 15, IBB; Êxodo 21:26, 27, IBB)

“Diante das cãs te levantarás, e honrarás a face do ancião.” (Levítico 19:32, IBB; 19:14) Tudo isto, e no entanto nada especial em benefício dos sacerdotes, levitas, ou seus dízimos!

Sanidade científica

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     As medidas sanitárias da lei, indispensáveis para um povo tão pobre e por tão longo tempo oprimido, o mesmo que as limitações e disposições com respeito aos animais limpos e imundos, que se devem comer e os que não se devem comer, são incomparáveis, e junto com os outros detalhes seria muito interessante sua discussão se dispuséssemos de espaço para isto; seu exame nos demonstraria que essas leis se encontravam à altura, ou talvez mais avançadas, que as últimas conclusões científicas sobre o assunto.

     A Lei Mosaica tem também um caráter típico que deixaremos para considerá-lo mais adiante, mas já temos visto como uma ligeira olhada para esta Lei demonstra com evidências esmagadoras que essa Lei, a que constitue o fundamento de todo o sistema da religião revelada, qual o restante da Bíblia elabora, é verdadeiramente uma exibição surpreendente de sabedoria e justiça, especialmente quando se leva em conta a sua antiguidade.

Tudo isto é evidência dum Deus sábio, justo e amante.

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     À luz da razão todos devem admitir que não há evidência alguma de que esta Lei haja sido a obra de homens malvados e astutos, senão ao contrário, ela corresponde em todo ponto exatamente o que nos ensina a natureza com respeito ao caráter de Deus. Apresenta evidências de sua Sabedoria, de sua Justiça, e de seu Amor; e por último, o evidentemente pio e nobre legislador, Moisés, nega que as leis sejam obra sua, atribuindo-as a Deus. (Êxodo 24:12; Deuteronômio 9:9-11; Êxodo 26:30; Levítico 1:1)

     Em vista de seu caráter geral, de seus mandatos ao povo a efeito de que não deviam levantar falso testemunho, de aborrecer a mentira e a hipocrisia, é razoável supor que tal homem levantara falso testemunho fazendo passar como divinas suas próprias idéias e leis?

      Também se deve recordar que estamos examinando os exemplares atuais da Bíblia, e que portanto, a integridade que a caracteriza é aplicável igualmente aos sucessores de Moisés, porque ainda quando houve alguns homens máus entre seus sucessores, os que procuravam seu próprio bem no lugar do povo, não levaram a efeito nenhuma mudança nas Escrituras Sagradas, as que hão chegado puras até nossos dias.

 

“Irmãos, tomai como exemplo de sofrimento e paciência os profetas que falaram em nome do Senhor.” Tiago 5:10

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Elias Reprova ao Rei Acabe

Os Profetas da Bíblia

     Examinemos agora o caráter geral dos profetas da Bíblia e seus testemunhos. Bastante notável é o fato de que, com  poucas exceções, os profetas não foram da classe sacerdotal e que em seu tempo as profecias por eles dadas a conhecer foram repugnantes em geral tanto ao sacerdócio degenerado e servil, como ao povo inclinado para a idolatria.

     A carga das mensagens dadas por Deus ao povo pelo conduto dos profetas, era geralmente reprovando o pecado e anunciando ao mesmo tempo alguns castigos vindouros; de quando em quando encontramos promessas de bênçãos futuras, para o tempo em que se purificassem de seus pecados e regressassem ao favor divino.

     Suas experiências em maior parte não têm nada invejável: foram geralmente injuriados, muitos deles postos na prisão, e alguns castigados com a pena de morte violenta. Em confirmação disto leia 1 Reis 18:4, 10, 17, 18; 19:10; Jeremias 38:6; Hebreus 11:32-38. 

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Os Profetas

     Em alguns casos, somente depois de vários anos da ocorrência de sua morte foi quando seu verdadeiro caráter de profetas de Deus chegou a reconhecer-se. Fazemos apenas menção do dito, dos escritores proféticos cujos ditos pretendem ser diretamente inspirados por Jeová.

     É bom recordar em conexão com isto que os sacerdotes não interviram quando foi dada a Lei a Israel. Foi dada por Deus ao povo por intermedio de Moisés (Êxodo 19:17-25; Deuteronômio 5:1-5), e qualquer que presenciasse uma violação da Lei, tinha imposto como dever de repreender o pecador. (Levítico 19:17)

     De modo que todos tinham a autoridade de ensinar e censurar, mas, assim como em nossos dias, a maioria estava absorvida nos cuidados de seus quefazeres chegando por isto a ser indiferentes e irreligiosos; poucos satisfaziam os requisitos de repreender o pecado e exortar ao bem; estes predicadores no Antigo como no Novo Testamento se qualificam de “profetas”.

     Em seu uso geral, o término profeta significa expositor público, e tal término também se aplica aos mestres públicos de idolatria, por exemplo: os “profetas de Baal”, etc. Veja 1 Coríntios 14:1-6; 2 Pedro 2:1; Mateus 7:15; 14:5; Neemias 6:7; 1 Reis 18:40; Tito 1:12.

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Exortando aos Israelitas ao Arrependimento

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Débora Reprovando e Admoestando

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Daniel na Cova dos Leões

“Porque a profecia nunca foi produzida por vontade dos homens, mas os homens da parte de Deus falaram movidos pelo Espírito Santo.” 2 Pedro 1:21

     Profetizar, no sentido ordinário de ensinar, veio a fazer-se popular a certa classe, e degenerou em farisaísmo. o que em vez de ensinar os mandamentos de Deus, pelo contrário ensinava as tradições dos anciãos quase sempre em oposição à verdade; desta maneira vieram a converter-se em falsos profetas e mestres. ― Mateus 15:2-9.

     Foi da grande clase dos chamados profetas, Jeová em diferentes ocasiões escolheu alguns a quem comissionava especialmente para dar mensagens relacionadas às vezes com assuntos à mão, outras com acontecimentos futuros. Os escritos desta classe que escreveram e falaram movidos pelo Espírito Santo, são os que agora consideramos. Com bastante propriedade podem estes designar-se como:

 

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Profetas de Deus

Videntes ou Profetas Divinamente Comissionados.

     Quando recordamos que estes profetas foram em sua maior parte leigos, não sustentados com os dízimos da tribo sacerdotal, e se acrescentar a isto o fato de que freqüentemente foram não somente os repreensores dos reis e dos juízes, senão também dos sacerdotes (ainda quando eles não reprovavam o ofício, senão os pecados cometidos pelos que o desempenhavam), carece de evidências a dedução que estes profetas eram partidários de alguma liga de sacerdotes, ou de alguma outra organização designada com o fim de fabricar falsidades em nome de Deus. À luz dos fatos, a razão contradiz tal suspeita.

O laço de união entre os Testamentos Velho e Novo

     Se não achamos terreno para impugnar as causas dos diferentes escritores da Bíblia, mas ao contrário, em todas as suas partes achamos sinais de veracidade e de justiça, então prossigamos a investigar se existe alguma conexão ou laço de união entre os escritos de Moisés, de outros profetas e os escritores do Novo Testamento.

     Se encontramos em seus escritos uma linha comum de idéias entretecida na lei, os profetas e o Novo Testamento, o que abrange um período de mil quinhentos anos, isto, acrescentando ao caráter dos escritores, será uma razão suficiente para admitir suas pretensões de que são divinamente inspirados, particularmente se o tema comum de todos eles é sublime e nobre, e está em completo acordo com o que o sentido comum santificado nos ensina do caráter e dos atributos de Deus.

A Bíblia tem um plan, um espírito, um objetivo, e um propósito

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A Bíblia de Wycliffe

A Bíblia contem mais de morais, máximas e palavras de conforto.

A Bíblia se escreveu por muitas penas em vários tempos sob diferentes circunstâncias.

A Bíblia Harmoniosa

     O resultado do nosso exame é: um plano, um espírito, um objetivo e propósito ocupam o livro inteiro. Nas primeiras páginas está registrada a criação e a queda do homem; nas últimas páginas fala do homem recuperado de sua queda; o resto do livro se dedica a demonstrar os passos sucessivos do Plano de Deus.

     A harmonia apesar do contraste, entre os primeiros três e os últimos três capítulos da Bíblia é de verdade surpreendente. Uns descrevem a primeira criação, os outros descrevem a mesma criação restaurada ou renovada, sem o pecado nem suas conseqüências, uns mostram o Satanás e o mal entrando no mundo para enganar e destruir, os outros nos deixam ver essa obra desfazida, o destruído restaurado, o mal extinguido e Satanás aniquilado; uns falam do domínio perdido por Adão, os outros desse domínio restaurado e para sempre estabelecido por Cristo, e a vontade de Deus sendo feita assim na terra como no céu; os primeiros ensinam que o pecado traz consigo a degradação, a vergonha e a morte, os outros assinalam que o prêmio da retidão é a honra, a glória e a vida.

     Ainda quando foi escrita por vários autores, em diferentes tempos e sob várias circunstâncias, a Bíblia não é somente uma coleção de preceitos morais, de sábias doutrinas, e de palavras alentadoras. Não, é mais que isto, porque é também um compêndio filosófico razoável e harmonioso que nos explica a causa do mal que agora existe no mundo; nos deixa ver seu único remédio e os resultados finais como os contempla a sabedoria divina, a qual viu o fim do plano desde antes de começar a executá-lo; ao mesmo tempo marca a vereda do povo de Deus, sustentando-o e fortalecendo-o por meio das preciosas e grandíssimas promessas que a seu tempo hão de realizar-se.

Há a tema de redenção ...

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“... pelas suas pisaduras fomos sarados.” Isaías 53:5

 

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Perante Pilatos

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A Ressurreição de Jesus

     O ensino que se mantém e elabora através de todas as partes da Bíblia é o mesmo que se encontra no Gênesis, com referência a que o homem em seu representante (Adão) foi posto à prova em um estado de perfeição original; que ele caiu acarretando como resultados do pecado, as imperfeições, as enfermidades e a morte que agora contemplamos, mas que Deus não o há abandonado senão que finalmente o recobrará por meio de um redentor nascido de mulher. (Gênesis 3:15)

     A necessidade da morte de um redentor como sacrifício pelos pecados do mundo, e de sua justiça para cobrir nossos pecados, foi indicada no vestido de peles para Adão e Eva; na aceitação da oferta feita por Abél; em Isaque sobre o altar; em diferentes sacrifícios por meio dos quais os patriarcas tiverem acesso a Deus, e nos instituídos sob a lei e perpetuados durante a Idade Judaica.

     Os profetas ainda quando entendendo muito ligeiramente a significação de alguns dos seus ditos (1 Pedro 1:12), mencionam a expiação do pecado pondo esses pecados sobre uma pessoa em vez de ser sobre um animal, e em suas visões proféticas contemplam aquele que redimiria e libertaria a raça: “como um cordeiro que é levado ao matadouro”; dizem que “o castigo que nos traz a paz estava sobre ele”, e que “pelas suas pisaduras fomos sarados”. Eles o pintam como “desprezado, e rejeitado dos homens, homem de dores, e experimentado nos sofrimentos”, e declaram que “o Senhor fez cair sobre ele a iniqüidade de todos nós”. (Isaías 53:3-6, IBB)

      Disseram aonde deveria nascer este libertador (Miquéias 5:2) e quando teria que morrer, assegurando-nos que não seria “por si mesmo”. (Daniel 9:26) Mencionavam várias peculiaridades concernentes a sua pessoa; nos dizem que seria “justo” e livre de “engano”, da “injustiça” e de qualquer outra coisa digna de morte (Isaías 53:8, 9, 11, AL; IBB); que seria vendido por trinta moedas de prata (Zacarias 11:12); que na sua morte seria contado com os transgressores (Isaías 53:12); que não seriam quebrados seus ossos (Salmos 34:20; João 19:36), e que ainda quando morreria não seria deixado na morte, nem o seu corpo experimentaria a corrupção. ― Salmos 16:10; Atos 2:31, SBB.

O preço de resgate ...

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     Os escritores do Novo Testamento, com claridade e sem dar lugar a dúvida, ainda quando em simplicidade, dão testemunho do cumprimento de todas estas predições em Jesus de Nazaré, e mostram com lógicos razoamentos que o preço do resgate que Ele deu, era necessário, segundo foi predito na Lei e pelos Profetas, antes de que os pecados do mundo pudessem ser apagados. (Isaías 1:18)

     De maneira mais lógica e convincente traçam o plano inteiro, apelando, não aos preconceitos nem às paixões daqueles que o escutavam, senão só a sua razão esclarecida; também elaboram alguns dos razoamentos mais assombrosamente exatos e concludentes que podem encontrar-se. Veja Romanos 5:17-19, e até o capítulo 12.

A bênção para TODOS ...

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     Não somente indicou Moisés na Lei um sacrifício, senão também assinalou o perdão dos pecados e a bênção do povo por meio deste grande Libertador, cujo poder e autoridade, ele declarou que seriam maiores que os seus, ainda quando seria “semelhante” a ele. (Deuteronômio 18:15-19)

     Além disso podemos ver que o prometido libertador à parte de abençoar a Israel, igualmente e por meio deste, abençoaria “todas as famílias da terra”. (Gênesis 12:3; 18:18; 22:18; 26:4) Apesar das predisposições dos judeus contra isto, os profetas continuavam pelo mesmo estilo, declarando que o Messias também seria posto “para luz das nações” (Isaías 49:6, IBB; Lucas 2:32); que a ele virão as nações “desde as extremedades da terra” (Jeremias 16:19, IBB); que seria “grande entre as nações” o nome Dele (Malaquias 1:11) e que “a glória do Senhor se revelará, e toda a carne” juntamente a verá. ― Isaías 40:5, IBB; 42:1, 7.

A seleção dum “pequeno rebanho” ...Jesus17SheepA.jpg (4119 bytes)

     Os escritores do Novo Testamento alegam possuir uma unção divina que lhes facilita conhecer o cumprimento das profecias concernentes ao sacrifício de Cristo. Apesar dos preconceitos da raça judaica, a qual pensava que todas as bênçãos eram limitadas ao seu próprio povo (Atos 11:1-18), muito bem puderam compreender que além de ser abençoada sua nação, também junto com eles e por meio deles, serão benditas todas as famílias da terra.

     Perceberam também de que antes da bênção de Israel e do mundo um “pequeno rebanho” seria escolhido dentre judeus e gentios, cujos membros, depois de serem provados, seriam achados dignos de ser co-herdeiros da glória e da honra desse GRANDE LIBERTADOR, participando com ele da honra de abençoar a Israel e a todas as demais nações. ― Romanos 8:17.

     Estes escritores assinalam a harmonia de tal idéia com o escrito na Lei e os Profetas, e a grandeza e a amplitude do plano que eles apresentam, supera em todos seus pontos a mais enaltecida concepção de que o dito plano pretende ser: boas “novas de grande alegria, que o será para todo o povo”.

A Bíblia fala do Messias e do seu reino ...

 

 

 

E como se enxugarão a morte e a lamentação

     A perspectiva de que o Messias, além de Israel, regerá o mundo inteiro, se sugere nos livros de Moisés e é o tema de todos os profetas. Nos ensinamentos dos apóstolos a idéia desse reino encontra um lugar proeminente, e o mesmo Jesus nos ensinou a orar dizendo: “venha o teu reino”; Ele também prometeu uma participação nesse reino aos que primeiro sofressem por causa da verdade provando assim ser dignos de participá-lo.

     Esta esperança do glorioso reino vindouro deu valor a todos os fiéis para suportar, até a morte, todas as perseguições de que foram objeto; para sofrer as reprovações, as privações e toda classe de perdas. Na grande profecia alegórica que finaliza o Novo Testemunho, “digno é o Cordeiro, que foi morto” (Apocalipse 5:12) e os dignos vencedores os quais fará reis e sacerdotes em seu reino, junto com as provas e obstáculos a que eles devem sobrepor-se para serem dignos de alcançá-lo, se acham fielmente descritos.

     Também se introduzem representações simbólicas das bênçãos que ao mundo trará este reinado milenário, quando Satanás será preso, quando a tristeza e a morte adâmica serão extintas, e quando todas as nações da terra andarão na luz do reino celestial simbolizado pela nova Jerusalém.

A Bíblia dá a esperança da ressurreição ...

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Interior do Sepulcro de Jesus

 

 

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“... em Cristo todos serão vivificados”

     De princípio ao fim a Bíblia sustenta a doutrina não encontrada em nenhuma outra parte, e em oposicão às teorias de todas as religiões pagãs de que a vida futura para os que hão deixado de existir virá por meio de uma RESSURREIÇÃO DOS MORTOS. Todos os escritores inspirados expressam sua confiança em um redentor; um deles declara que “na manhã” quando Deus os chama da sepultura e sairão, os maus não hão de ser estes os que regerão a terra, porque “os retos terão domínio sobre eles na manhã”. (Salmos 49:14, AL)

     A ressurreição dos mortos é ensinada pelos profetas. Sobre ela os escritores do Novo Testamento baseam todas suas esperanças de bênçãos e de vida futura. Paulo se expressa como segue:

“Mas se não há ressureição dos mortos, também Cristo não foi ressucitado, E, se Cristo não foi ressucitado, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé. ... Logo, também os que dormiram em Cristo estão perdidos. ... Mas na realidade Cristo foi ressucitado dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem. ... Pois como em Adão todos morrem, do mesmo modo em Cristo todos serão vivificados.” ― 1 Coríntios 15:13-22, IBB.

O Velho Testamento se verifica pelos escritores do Novo Testamento, escritos 2.000 anos à parte, assim como por otros escritores do Velho Testamento.

 

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Rolos do Mar Morte

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Jesus sarando

 

     De maneira como um relógio cujas muitas rodas à primeira vista podem parecer supérfluas, mas que até as mais lentas são indispensáveis, a Bíblia, composta de muitas partes e preparada por muitos escritores forma um conjunto harmonioso e completo. Nenhuma de suas partes é supérflua, e ainda quando algumas tomam um lugar mais ativo e proeminente que as outras, não obstante todas são úteis e essenciais.

     Hoje em dia entre os chamados “grandes teólogos”, e “pensadores avançados” tem chegado de estar na moda o ridicularizar ou passar inadvertidos muitos dos milagres do Antigo Testamento, qualificando-os de “conto de velhas” ou de “fábulas”.

      Entre os milagres se encontram as histórias de Jonas e o grande peixe, Noé e a arca, Eva e a serpente, a parada do sol sob comando de Josué e o incidente da jumenta de Balaão que falou. Aparentemente, estes homens sábios não estão interados de que a Bíblia está tão bem entretecida e tão bem unidas suas partes, que negar tais milagres ou desacreditá-los equivale a destruir e desacreditar tudo. Se a relação original é falsa, aqueles que a repetiram foram impostores ou enganados, e em qualquer caso seria impossível aceitar seu testemunho como inspirado por Deus.

     Ao eliminar da Bíblia os milagres mencionados, se invalidaria o testemunho dos principais escritores dela, inclusive o de nosso Senhor Jesus. A história da queda é atestada pelo Paulo (Romanos 5:17); este também atesta o engano de Eva pela serpente. (2 Coríntios 11:3; 1 Timóteo 2:14 ― Veja a referência que nosso Senhor faz a isto no Apocalipse 12:9 e 20:2)

     A parada do sol durante a destruição dos amorreus, como demonstração do poder divino, evidentemente tipificava o poder que se exibirá no “dia do Senhor” por aquele a quem Josué tipificava. Isto é corroborado por três profetas. (Isaías 28:21; Habacuque 2:1-3, 13, 14 e 3:2-11; Zacarías 14:1, 6, 7)

     O relato com referência a um jumento mudo que falou está confirmado por Judas (versículo 11) e por Pedro (2 Pedro 2:16, AL; IBB) Jesus o grande Mestre, confirma a narração de Jonas e o grande peixe, o mesmo que a de Noé e o dilúvio. (Mateus 12:40; 24:38, 39; Lucas 17:26; também 1 Pedro 3:20)

     Realmente, estes milagres não são maiores que os levados a cabo por Jesus e seus apóstolos, tais como a transformação de água em vinho, a cura de enfermidades, etc., e enquanto aos milagres, a ressurreição dos mortos é o mais maravilhoso de todos.

Eliminar aos milagros da Bíblia se invalidaria ao testemunho dos seus escritores principais.

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NOÉ
Gênesis 6 e 7 —

Mateus 24:38

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JONAS
Jonas 1:17 —
Mateus 12:40


ADÃO E EVA
Gênesis 2:7, 19 —

1 Coríntios 15:45

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JOSUÉ
Josué 10:12 —
Isaías 28:21; 
Habacuque 3:11;

Zacarias 14:1, 6, 7

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BALAÃO
Números 22 e 31:16 —
2 Pedro 2:15, 16 
e Juda 11

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Sementes crescem — não podemos dizer como ... nem pode o filósofo mais sábio explicar ao milagro.

     Estes milagres, ainda quando nunca presenciados por nós, diariamente encontram paralelos em nosso redor, mas sendo mais comuns, os deixamos passar inadvertidos. A reprodução do organismo vivente tanto animal como vegetal, se encontra mais além de nossa faculdade de entendimento e de poder, e portanto é um milagre. Podemos ver o exercício do princípio da vida, mas não somos competentes para entendê-lo nem produzi-lo.

     Plantamos duas sementes juntas; as condições, ar, água e terreno, são as mesmas; logo crescem, não podemos dizer como, nem tampouco o mais sábio filósofo pode explicar esse milagre. Estas sementes desenvolvem organismos de tendências opostas; uma delas produz uma planta que se arrasta, a outra, uma planta que cresce para cima e eréta, e apesar de ser as condições iguais, diferenciam-se em forma, em cor, flores e produto.

     Tais milagres vêm a ser-nos comuns, e no momento em que deixamos o assombro da infância, cessamos de considerá-los extraordinários. Estes, não obstante, manifestam um poder que excede ao nosso, e sobrepuja nossa inteligência limitada, o mesmo que os pouco milagres registrados na Bíblia, levados a efeito com fins especiais, e como ilustrações intencionais da onipotência, e da habilidade do grande Criador para vencer cada obstáculo que impede o cumprimento de sua vontade, ainda no tocante à prometida ressurreição dos mortos, ao extermínio do mal, e ao resultante domínio perpétuo da justiça.

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     Daremos por terminada nossa pesquisa. A razão foi usada como pedra de toque para provar cada passo. Temos encontrado que existe um Deus, um Criador inteligente e supremo em quem em perfeita harmonia se reunem a sabedoria, o amor, a justiça e o poder. Nós percebemos de que era razoável esperar a revelação de seus planos feita a suas criaturas capazes de apreciá-los e interessar-se neles.

     Encontramos dignas de serem consideradas as pretensões que fazem a Bíblia de ser essa revelação. Examinamos seus escritores e seus possíveis objetivos, à luz disto que eles ensinaram; nós temos admirado, e a razão nos tem feito deduzir que tal sabedoria combinada com tal pureza de motivos não foi o produto de homens astutos com fins egoístas. A razão nos indica como mais provável, que semelhante retidão e benevolência de sentimentos e de leis provêm de Deus e não dos homens; e insiste em que estas não podem haver sido tramadas por mal intencionados sacerdotes.

     Temos visto a harmonia dos testemunhos concernentes a Jesus, a seu sacrifício expiatório, à ressurreição, e a todas as bênçãos que trará o glorioso reino vindouro; a razão nos leva à conclusão de que um plano tão grandioso e tão amplo, excedendo a tudo o que podiamos esperar e levantado sobre tão razoáveis deduções, deve ser o esperado Plano de Deus. Não pode ser puramente invenção humana, porque ainda depois de revelado pode dizer-se que é demasiado sublime para ser acreditado pelos homens.

O testemunho próprio da Bíblia nos convence que Deus é o seu Autor

 

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     Quando Colombo descobriu o rio Orenoco, alguém disse que havia encontrado uma ilha. Ele replicou: “Não pode vir semelhante rio de uma ilha. Esta torrente poderosa deve recolher as águas de um continente.”

      Assim a profundidade, a força, a sabedoria e o alcance dos testemunhos da Bíblia nos levam a convicção de que não foi o homem, mas o Deus Todo-Poderoso, o Autor de seus planos e de sua revelação. Apenas às pressas temos examinado as evidências exteriores de sua origem divina; temos achado seu testemunho conforme a razão.

     Os estudos seguintes desenrolarão as diferentes partes do Plano de Deus, e confiamos que toda pessoa sincera há de encontrar neles amplas evidências de que a Bíblia é uma revelação divinamente inspirada, a largura, e o cumprimento, e a altura, e a profundidade do plano nela descrito, gloriosamente refletem o caráter divino até hoje tão confusamente discernido, mas agora, mais fácil de distinguir na luz da aurora do dia Milenário.

 

PAZ E BOA VONTADE

No silêncio de uma formosa noite
Um anjo, os pastores visitou;
De grande alegria, lhes deu boa nova:
“Em Belém há nascido o Salvador.”

“Glória a Deus, nas alturas!”
Cantou o coro celestial;
“Paz na terra; entre os homens
De boa vontade.”

* * * * *

Hão passado os anos, e na terra
O mal floresce, não se encontra paz;
E parece que o homem se compraz
Em demonstrar má vontade.

“Glória a Deus, nas alturas!”
Ainda é canto angelical;
Mas acrescentam: Pobre terra!
Que de má vontade!

* * * * *

No meio da dor e de lágrimas,
Buscando em sua Palavra a razão,
Achamos que os anjos cantavam
De um futuro dia de bênção.

Já assomam, desse Dia, as alvoradas;
Ali, Aquele que o anjo anunciou,
Revestido de glória, e com poderes,
Cumprirá sua missão de Salvador.

Então: “Glória a Deus, nas alturas!”
Em união desse coro celestial,
Os homens cantarão e comprazidos
Mostrarão sua boa vontade.

* * * * *

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