ESTUDO XIV

O REINO DE DEUS

— A proeminência do tema. 
— O caráter do Reino. 
— O Reino durante a Idade Evangélica. 
— Idéias falsas corrigidas por Paulo. 
— Resultado das falsas idéias acerca do Reino. 
— Duas fases do Reino de Deus. 
— A fase espiritual e sua obra. 
— A fase terrestre e sua obra.
— Harmonia de suas operações. 
— A glória da fase terrestre. 
— A glória da fase celestial. 
— O Pacto original do qual brotam estas ramificações. 
— A fase terrestre do Reino será israelítica. 
— As tribos perdidas. 
— A Jerusalém Celestial. 
— Israel, um povo típico. 
— A perda e recuperação de Israel. 
— As classes escolhidas.
— Os herdeiros do Reino. 
— O Regime de ferro. 
— Ilustração do objetivo do Reino Milenário. 
— Entregado o Reino ao Pai. 
— O Plano original de Deus concluído em sua totalidade.
     [315]

 

     SEJA QUEM for que não haja examinado cuidadosamente este tema com uma concordância e a Bíblia na mão, ao fazê-lo se surpreenderá de encontrar sua proeminência nas Escrituras. O Antigo Testamento abunda em promessas e profecias nas quais o Reino de Deus, e seu Rei, o Messias, figuram como centro.

    A esperança do todo israelita (Lucas 3:15) era de que como povo, Deus exaltaria a sua nação debaixo do Messias, e quando o Senhor veio a eles, esperavam que fosse em sua qualidade de Rei, para estabelecer o prometido Reino de Deus sobre a terra.

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João, o Batista, o Precursor de Jesus

     João, o precursor e mensageiro do nosso Senhor, começou seu ministério com o anuncio: “Arrependei-vos, porque é chegado, o reino dos céus.” (Mateus 3:2, IBB) O Senhor começou seu ministério exatamente com o mesmo anuncio (Mateus 4:17, IBB), e os apóstolos foram enviados a pregar a mesma mensagem. (Mateus 10:7, IBB; Lucas 9:2)

     Não somente foi o reino o tema com o qual o Senhor começou o seu ministério, mas também na realidade foi o ponto principal de toda sua pregação (Lucas 8:1; 4:43; 19:11), mencionando outros temas somente em conexão, ou explicando este mesmo assunto.

     A maioria de suas parábolas, ou bem ilustravam o reino desde diferentes pontos de vista, e em seus diferentes aspectos, ou serviram para assinalar a consagração completa a Deus como essencial para tomar parte do reino, e para corrigir um erro da parte dos judeus, os que se julgavam seguros de obter o reino por serem filhos naturais de Abraão, e por conseguinte, os herdeiros naturais das promessas.

Porque não estabeleceu o seu reino no seu primeiro advento?

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Jesus curando, um antegozo do seu reino na terra

 

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Andando para Emáus

     Nosso Senhor em suas práticas com seus discípulos fortaleceu e alentou as esperanças deles em um reino vindouro, dizendo-lhes:

“e assim como meu Pai me conferiu o domínio eu vo-lo confiro a vós, para que comais e bebais à minha mesa no meu reino, e vos senteis sobre tronos, julgando [governando] as doze tribos de Israel”. (Lucas 22:29, 30, IBB)

Também lhes disse: “Não temas, ó pequeno rebanho! porque a vosso Pai agradou dar-vos o reino.” (Lucas 12:32, IBB; AL)

     E quando em vez de ser coroado e entronizado, Aquele que eles reconheciam como rei, pelo contrário, foi crucificado, os discípulos sofreram uma amarga decepção. Dois deles depois da ressurreição do Senhor, se expressaram de tal maneira ao suposto forasteiro no caminho de Emáus; segundo suas palavras, eles haviam esperado “que fosse ele quem havia de redimir Israel” — libertando-o do jugo romano, e fazendo de Israel o Reino de Deus com poder e grande glória.

     Mas suas esperanças haviam sido frustradas pelas alterações ocorridas poucos dias antes. Então Jesus lhes abriu el entendimento, provando-lhes com as Escrituras que seu sacrifício era necessário antes de que o Reino pudesse ser estabelecido. — Lucas 24:21, 25-27.

Porquê a redenção do homem precede as bênçãos do reino.

     Deus poderia dar a Jesus o domínio da terra sem ter redimido o homem, porque “o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens, e o dá a quem quer”. (Daniel 4:32, SBB, IBB) Mas Deus tinha um desígnio superior do que podia ter-se realizado por meio de tal plano.

     Um reino em tais condições poderia trazer bênçãos que, apesar de boas, somente teriam sido de um caráter temporário, porque a humanidade estava condenada a morte. Para fazer permanentes as bênçãos de seu reino, a raça primeiro teria que ser resgatada da morte e assim ser libertada da condenação que sobre todos caiu por causa de Adão.

     É evidente que ao explicar as profecias a seus discípulos, Jesus reviveu neles a esperança de um reino vindouro; ao deixá-los, perguntavam-lhe, dizendo:

“Senhor, é neste tempo que restauras o reino a Israel?”

     Sua resposta, ainda quando não muito explícita, não contradizia as suas esperanças. Respondeu-lhes:

“A vós não vos compete saber os tempos ou as épocas, que o Pai reservou à sua própria autoridade.” — Atos 1:6, 7, IBB.

Há de ser o reino terrestre ou celestial?

 

 

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     Certo é que no princípio os discípulos, o mesmo que a inteira nação judaica, abrigavam uma concepção imperfeita do Reino de Deus ao supor que era exclusivamente um reino terrestre, da maneira como agora muitos erram em sentido oposto ao supor que o reino é um exclusivamente celestial.

     Muitas das parábolas e enigmas do nosso Senhor foram ditos, com a intenção de corrigir no seu devido tempo estas falsas idéias. Entretanto, Jesus sempre apresentou a idéia de um reino, um governo que se estabeleceria na terra para reinar entre os homens; não somente inspirou neles a esperança de que participariam do reino, mas também lhes ensinou a orar por seu estabelecimento:

“venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim NA TERRA como no céu”.

Esperando por o Reino de Deus parecia absurdo para os sábios com sabedoria mundana.

 

 

 

 

 


Jesus ensinou que o seu reino não era deste mundo e não estabeleceria-se até depois do seu sofrimento e morte. Mas zelotes judeus rebelaram contra Roma, esforçando-se a estabelecer seu reino pre- maturamente.

     Para aqueles dentre os judeus que eram sábios com sabedoria mundana, Jesus parecia como fanático e impostor, e consideravam a seus discípulos como vítimas de uma alucinação. Não podia negar seu tacto, sua sabedoria nem seus milagres, nem eram competentes para darem uma explicação razoável da causa destes; no entanto, desde seu ponto de vista de incredulidade, as pretensões de ser Ele o herdeiro do mundo, quem estabeleceria o reino prometido que haveria de governá-lo, e que seus discípulos, todos eles dentre as classes mais humildes do povo, estariam associados em seu governo, pareciam demasiado absurdos para dar-lhes importância.

     Roma, com seus guerreiros disciplinados, seus generais adestrados e sua imensa riqueza, era a senhora do mundo e diariamente seu poder se aumentava. Quem era pois este nazareno? quem eram estes pescadores sem dinheiro nem influência, e só com um escasso séquito entre o povo? Que valiam estes para que falassem de estabelecer o reino por tão longo tempo prometido, o mais grandioso e cheio de poder que se conhecera na terra?

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A Masada

    O último posto avançado da rebelião judaica no ano 73 E. C. é a locação onde 960 zelotes judaicos escolheram a suicidar-se antes que submeter-se a uma vida de escravidão aos romanos.


“O Reino de Deus não vem com aparência exterior” — seria em todas partes presente e poderoso. O reino espiritual está sendo instituído primeiro e durante algum tempo não estará reconhecido.

     Os fariseus, querendo pôr de manifesto a suposta debilidade das pretensões do nosso Senhor, com o objetivo de desenganar a seus discípulos lhes perguntaram: Quando começará a estabelecer-se o reino de que tu falas? quando chegarão teus soldados? quando aparecerá o reino de Deus? (Lucas 17:20-30)

     Se não houvessem estado tão predispostos em contrário seu, nem tão cegados pela sabedoria de que eles faziam alarde, a contestação do nosso Senhor lhes haveria dado uma nova idéia do assunto. Ele lhes fez presente que seu reino nunca apareceria de maneira que eles esperavam.

     O reino que Ele predicava, e ao qual convidava a seus discípulos para serem co-herdeiros, era um invisível e não deviam abrigar a esperança de vê-lo. Respondeu-lhes:

“O reino de Deus não vem com aparência exterior; nem dirão: Ei-lo aqui! ou Ei-lo ali! pois o reino de Deus está [estará] dentro de vós.”*

    Indicou simplesmente que quando vier o seu reino, estaria presente e seria poderoso em todas partes, mas que não seria visível em parte alguma.

*Na Versão Moderna se lê “dentro de vós”, a qual é incorreta; mas, existe uma nota marginal que diz: “no meio de vós”.

A Versão Comum traduz esta parte “entre vós”. As duas últimas expressões são sinônimas. O insistir que o reino que Jesus pretendia estava pronto a estabelecer-se achava-se dentro dos corações dos fariseus aos quais Ele qualificou de sepulcros caiados e de hipócritas, seguramente que não está de acordo com teoria alguma.

Este reino, quando será estabelecido, estará “no meio de” ou “entre” todas as classes, governando e julgando a todos.


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     Assim, Ele lhes deu uma idéia do reino espiritual que predicava, mas não estavam preparados, e portanto não o receberam. Havia algo de veracidade nas esperanças dos judeus concernentes ao reino prometido, parte que como veremos, se realizará quando chegar o tempo para isto; entretanto, aqui o Senhor tão-somente se referia à fase espiritual do reino, a qual será invisível. E como esta fase do reino será a primeira em estabelecer-se, sua presença não será discernível, e por algum tempo passará desapercebida. 

     O privilégio de serem herdeiros nesta fase espiritual do Reino de Deus foi a única oferta que então se fez, e durante a Idade Evangélica que nesse tempo começou, tem sido uma só esperança da nossa vocação. Por isso Jesus se referia exclusivamente a tal fase. (Lucas 16:16) Este ponto nos será mais fácil de entender à medida que avancemos em nosso estudo.

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“Ora, havia entre os fariseus um homem chamado Nicodemos, um dos principais dos judeus. 

“Este foi ter com Jesus, de noite, e disse-lhe:

“‘Rabi, sabemos que és Mestre, vindo de Deus; pois ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não estiver com ele.’”  João 3:1, 2

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Jesus sarando

     Provavelmente este sentimento público adverso, especialmente da parte dos fariseus, motivou o que Nicodemos foi ter com Jesus, de noite, com desejo de decifrar o mistério, mas, aparentemente envergonhado de reconhecer em público que tais pretensões teriam algum valor para ele.

     A conversação entre o Senhor e Nicodemos (João 3, IBB), ainda quando só em parte é registrada, dá algo mais de luz sobre o caráter do Reino de Deus. Evidentemente estão mencionados somente os principais pontos da conversação, com o fim de que demos conta dela em sua totalidade; podemos parafrasear como segue:

Nicodemos

“Rabi, sabemos que és mestre vindo de Deus, pois ninguém pode fazer estes sinais (milagres que tu fazes), se Deus não estiver com ele.” Contudo, algumas de tuas palavras me parecem muito inconsistentes, e venho pedir uma explicação.

Por exemplo, tu e teus discípulos hão proclamado: “é chegado o reino dos céus”, mas tu não tens um exército, nem riquezas, nem influência, e segundo todas as aparências, essa é uma falsa pretensão, a qual dá lugar a crer que enganas o povo.

Os fariseus em geral te consideram como impostor, mas eu estou seguro de que deve haver algo de verdade em teus ensinos, “pois ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não estiver com ele”.

O objetivo de minha visita é o de perguntar-te: de que classe é, e de onde vem este reino que tú proclamas? quando e de que maneira será estabelecido?

“Gerado” e “Nascido” do Espírito

Jesus

Teu desejo de adquirir uma completa informação tocante ao reino dos céus não pode ser te satisfeito até o grau de que consegues dar-te conta cabal dele, não que eu não esteja plenamente certo de todos seus detalhes, senão porque em tua condição presente, ainda quando te o expuser em sua totalidade, não poderias entender ou apreciá-lo. “A menos que o homem não seja gerado* do alto, não pode ver [grego — eidom** — conhecer ou familiarizar-se com] o reino de Deus.”

*A palavra grega gennao (e seus derivados) que algumas vezes é traduzida gerado e outras nascido, realmente contém ambas idéias, e deveria ser traduzida por qualquer destas duas palavras portuguesas segundo o sentido da passagem em que ocorre. As duas idéias, gerar e nascer, sempre se encontram na palavra, de maneira que se usa-se uma, sempre se implica a outra, posto que o nascimento é a conseqüência natural do engendramento, e o engendramento é o antecedente natural do nascimento. Quando o agente ativo com o qual se associa gennao é masculino, deve traduzir-se gerado; quando é feminino, nascido. Exemplos: 1 João 2:29; 3:9; 4:7; 5:1, 18. Nestas passagens gennao deveria traduzir-se gerado, posto que Deus (masculino) é o agente ativo.

Entretanto, algumas vezes a tradução depende da natureza do ato, ou seja masculino ou feminino. Isto se ilustra nos casos em que se usa em conjunção com ek, que significa de; neste caso deveria traduzir-se nascido. Em João 3:5, 6, gennao deveria traduzir-se nascido, porque ocorre a palavra ek“da água”, “da carne”. “do espírito”.

 

**Esta mesma palalvra grega está traduzida considerar em Atos 15:6, AL; IBB, “Congregaram-se pois os apóstolos e os anciãos para considerar [examinar, SBB] este assunto”. A mesma palavra está traduzida considerai em Romanos 11:22, SBB, (considera, AL; IBB): “Considera [conheça, entenda] pois a bondade e a severidade de Deus”; também em 1 João 3:1 — “Vede [considere; saibas, entenda] que grande amor nos tem concedido o Pai”.

Ainda os meus discípulos apenas têm até agora vagas idéias do caráter do reino que estão proclamando. Não posso explicar a ti, e pelo mesmo motivo eles não podem entendê-lo.

Todavia, Nicodemos, uma peculiaridade do proceder de Deus é a de que antes de dar mais luz, demanda obediência de acordo com a luz já possuída, e na seleção daqueles que hão de ser considerados dignos de participar do reino, é requerida da parte destes uma manifestação de fé.

Os tais devem sentir-se dispostos a ser passo a passo guiados por Deus, ainda quando freqüentemente não podem discernir com claridade, senão apenas um passo em frente deles. Os tais andam por fé e não por vista.

Nicodemos

Não te entendo. O que queres dizer? “Como pode um homem nascer, sendo velho? porventura pode tornar a entrar no ventre de sua mãe e nascer?”

Acaso queres dizer que o arrependimento predicado por João, o Batista, expressado pelo batismo na água, é um nascimento simbólico?

Vejo que os seus discípulos predicam e batizam similarmente. É este o novo nascimento necessário para aqueles que desejariam ver ou entrar no teu reino?

Jesus

Nossa nação é uma nação consagrada, tem um pacto. Quando saíram do Egito, na nuvem e no mar, todos foram batizados em Moisés. Deus os aceitou em Moisés, o mediador desse pacto no Sinai; mas eles se hão olvidado do seu pacto, alguns estão levando uma vida de publicanos e pecadores, e muitos outros são hipócritas que a si mesmos se consideram justos, por isso a pregação de João e de meus discípulos é o arrependimento — volver-se a Deus e reconhecer o pacto feito; o batismo de João significa este arrependimento e reforma de coração e da vida, mas não é o novo nascimento.

A menos que tenham mais que isto, não poderás ver o Reino. Verás meu Reino se além da reforma simbolizada pelo batismo de João, recebes o engendramento e nascimento do espírito.

O arrependimento te porá de novo numa condição justificada, nessa condição, facilmente me reconhecerás como o Messias, tipificado por Moisés e se a mim te consagras, serás gerado pelo Pai a uma nova vida, para a natureza divina, a qual sendo desenvolvida e vivificada, dará por resultado que, na primeira ressurreição, naças como uma nova criatura, um ser espiritual; como tal, não somente hás de ver, senão que também tomarás parte no Reino.

A mudança que efetuará este novo nascimento do espírito é verdadeiramente grande, Nicodemos, o que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito.

Não te surpreendas pois que primeiro eu te disse como tens que ser gerado do alto antes de que possas entender, saber e apreciar as coisas espirituais das quais tu inqueres. “Não te admires de eu te haver dito: Necessário vos é nascer de novo.”

Muito marcada é a diferença entre a tua condição presente, nascido da carne, e a condição desses nascidos do Espírito, que entrarão ou constituirão o Reino que predico. Para que possas ter uma idéia dos seres que constituirão este reino quando hajam nascido do Espírito, te darei uma ilustração:

“O vento sopra onde quer, e ouves a sua voz; mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito.”

Serão como o vento que sopra aqui e ali e tú não podes vê-lo, ainda quando se exerce uma influência em teu redor. Esta é a melhor ilustração que posso dar-te acerca dos que nascerão do Espírito na ressurreição, aqueles que “entrarão” ou constituirão o Reino o qual eu predico agora.

Serão invisíveis como o vento, e os não nascidos do Espírito, serão incompetentes para dar-se conta donde vêm e para onde vão.

Como pode um homem nascer, sendo velho?

Arrependimento não é o novo nascimento.

Engendramento espiritual precede o nascimento espiritual.

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Eliseu e o seu Servo

Nicodemos

Como pode ser isso? — seres invisíveis!

Jesus

“Tú és mestre em Israel, e não entendes estas coisas?” Não sabes que os seres espirituais podem estar presentes e ainda invisíveis? Tú que procuras ensinar a outros, nunca hás lido acerca de Eliseu e seu servo, ou sobre a asna de Balaão? e muitos outros incidentes em que as Escrituras ilustram o princípio, de que os seres espirituais podem estar presente sobre os homens, e no entanto invisíveis?

Além disso, tu és dos fariseus, os que professam crer em anjos como seres espirituais. Entretanto, isto corrobora o que te disse no princípio: A menos que o homem seja gerado do alto, não pode ver [conhecer, familiarizar-se com, entender de uma maneira razoável] o Reino de Deus nem as várias coisas com ele relacionadas.

“O ventro sopra onde quer, e ouvas a sua voz; mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito.”  João 3:8

 

O que é engendramento do espírito?

 

 

 

 

 

 

 


*As palavras “que está no céu” que aparecem em algumas versões (vrso 13) não se encontram nos manuscritos mais antigos e fidedignos.

 

Se queres entrar e ser co-herdeiro comigo nesse reino que te anuncio, passo a passo deves seguir a luz. Ao fazê-lo assim, mais luz te será dada tão pronto como te encontras preparado para recebê-la. Estou te predicando as coisas que podes entender e que são para serem entendidas agora, estou levando a efeito milagres, me reconheces como um Mestre, vindo de Deus, mas não tens feito conforme esta fé, não tens tornado-se publicamente meu seguidor e discípulo.

Não deves esperar ver mais até que faças segundo o que tens visto; então Deus te dará luz e maiores demonstrações de seu favor para que possas dar o seguinte passo.

“Em verdade, em verdade te digo que nós dizemos o que sabemos e testemunhamos o que temos visto e [vos fariseus] não aceitais o nosso testemunho! Se vos falei de coisas terrestres, e não credes, como crereis, se vos falar das celestiais?”

Me seria inútil tentar falar-te das coisas celestiais, pois não te convencem, e a minha narração te pareceria cada vez mais tola.

Se isto que tenho ensinado, que é  de um caráter terrestre, e que tenho ilustrado com coisas terrestres, as que estão a teu alcance e podes entender, não hão podido convencer-te até o grau de que abertamente venhas a ser meu discípulo e seguidor, não te seriam mais convincentes coisas celestiais em caso de que te falasse delas, porque não as conheces, e como nenhum homem subiu ao céu, ninguém poderia corroborar meu testemunho. Eu, somente, eu que tenho descido do céu, posso entender as coisas celestiais.

“Ora, ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o Filho do homem.” *Somente depois de ser gerado do Espírito é quando se pode ter um conhecimento das coisas celestiais, e estas apenas podem ser gozadas pelos seres nascidos do Espírito, como seres espirituais.

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Jesus ensinou acerca dum reino terrestre.

     Vemos que ao explicar a natureza do reino aos que por suas predisposições e educação, não podiam ter mais que opiniões errôneas acerca da fase terrestre dele, requeria paciência da parte do Senhor. Entretanto, a eleição da classe do povo apropriado, para participar no reino do Messias prosseguia, ainda quando somente uns poucos foram os escolhidos de Israel, a quem exclusivamente se lhes ofereceu por sete anos.

     Como Deus havia previsto, por causa de sua falta de preparação para ele, e faltando de compreender e cumprir as condições requeridas, como nação, foi tirado deles o privilégio de participar no reino do Messias, havendo-o aproveitado somente um número reduzido; logo foi apresentado aos gentios, para tomar dentre eles também “um povo para o seu Nome”. Dentre estes, igualmente, só um número reduzido, “um pequeno rebanho”, apreciam tal privilégio, e são contados dignos de ser co-herdeiros de seu reino e de sua glória.

O Reino de Deus ainda não tem reinado na terra.

 

     Muito sério tem sido o erro introduzido na Igreja cristã nominal, a que, segundo o seu modo de entender, se refere simplesmente à Igreja nominal em sua condição presente, e que sua obra é apenas uma obra de graça nos corações dos crentes; este erro se tem feito chegar a tal extremo, que a presente e iligítima aliança da Igreja nominal com o mundo é considerada por muitos como o Reino de Deus na terra.

     É certo que num sentido, a Igreja é agora o Reino de Deus, e que se está levando a efeito uma obra de graça nos corações dos crentes; mas crer que isto é tudo, e negar que um verdadeiro e futuro Reino de Deus ainda está para estabelecer-se debaixo de todo o céu, no qual se fará a vontade de Deus assim como é feito no céu, é nulificar e invalidar as mais diretas e marcadas promessas que para nosso consolo e nossa ajuda em vencer o mundo, nos foram dadas, a saber, por meio do Senhor, dos apóstolos e dos profetas.

Fidelidade Cristã.

 

 

 

 


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O Reino terrestre de Cristo alcançará à terra inteira.

     Nas parábolas do Senhor, a Igreja freqüentemente é denominada como o reino, e o Apóstolo quando disse que Deus nos tirou do poder das trevas, e nos transportou para o reino do seu Filho amado, falava acerca dela como o reino sobre o qual Cristo agora reina. Nós, os que agora aceitamos a Cristo, reconhecemos que ele tem comprado o direito do domínio, e transbordamos de regozijo e voluntariamente lhe tributamos homenagem e obediência antes de que a força o estabeleça no mundo.

     Reconhecemos a diferença que existe entre as leis justas que Ele implantará, e as deste reino tenebroso que tem estabelecido o usurpador, agora príncipe deste mundo. A fé nas promessas de Deus transfere nossa submissão e lealdade; nos reconhecemos como súditos do novo Príncipe, e, por meio de sua graça e de seu favor, co-herdeiros com Ele nesse reino ainda por estabelecer-se com poder e grande glória.

     Mas isto de nenhuma maneira anula as promessas de que finalmente o reino de Cristo será um “de mar a mar, e desde o rio até as extremidades da terra” (Salmo 72:8, AL; IBB); que todos os domínios o servirão, e lhe obedecerão, e que diante dele se dobrará todo joelho dos que estão nos céus, e na terra. (Daniel 7:27; Filipenses 2:10) Antes, ao contrário, a presente seleção do “pequeno rebanho” confirma essas promessas.

Disse pois: Certo homem nobre partiu para uma terra longínqua, a fim de tomar posse de um reino e depois voltar.”  Lucas 19:12

 

     Ao examinar cuidadosamente as parábolas do Senhor, se verá que claramente ensinam como um acontecimento futuro a vinda ou estabelecimento do Reino de Deus com poder, e por suposto, não tomando lugar senão até depois da chegada do Rei.

     Isso podemos ver na parábola de certo homem nobre que partiu para uma terra longínqua a fim de tomar posse de um reino e depois voltar, etc. (Lucas 19:11-15, IBB), a qual claramente localiza o estabelecimento do Reino na Segunda vinda de Cristo. E muitos anos depois, a mensagem enviada pelo Senhor à Igreja foi:

“Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida.” (Apocalipse 2:10)

     Disto, logicamente se infere que os reis que hão de estar associados com Ele quando se estabelecer o reino, não serão coroados nem reinarão nesta vida.

O Reino de Deus ainda não está estabelecido em glória e poder.

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     Por tanto, a Igreja no tempo presente não é o Reino de Deus estabelecido em poder e grande glória, mas somente o é em seu estado incipiente e embrionário. Tal coisa indicam todos os textos do Novo Testamento que se referem a este ensino. Até agora, o reino dos céus é tomado a força da parte do mundo; ao Rei maltrataram-no e crucificaram-no, todos os que nas suas pisadas de uma maneira ou de outra, padecerão perseguições e violência.

     Se observará que isto é certo apenas da Igreja verdadeira, mas não da nominal. Não obstante, é nos feita a promessa de que se nós (a Igreja, o reino em embrião) sofrermos com Cristo, quando no tempo oportuno Ele tomar para si o seu grande poder, e começar a reinar, seremos glorificados e com Ele também reinaremos.

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Parábola do Publicano e do Pecador

 

 

 

 

 

E outra vez vos digo que é mais fácil um camelo passar pelo fundo duma agulha, do que entrar um rico no reino de Deus.” 
Mateo 19:24

     Tiago (2:5), em harmonia com o ensino do nosso Senhor, nos disse que Deus tem escolhido os que são pobres e desprezados segundo o modo de julgar do mundo, não para que agora reinem, mas como “herdeiros do reino que prometeu”. O Senhor disse:

“Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas!” (Marcos 10:23)

     É evidente que Ele não deu a entender como o reino para a Igreja nominal, a qual agora está reinando com o mundo, porque os ricos são forçados a entrar nela. Aos herdeiros do reino, Pedro exorta à paciência, à perseverança, à virtude e à fé dizendo-lhes:

“Portanto, irmãos, procurai mais diligentemente fazer firme a vossa vocação e eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis. Porque assim vos será amplamente concedida a entrada no reino eterno do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.” — 2 Pedro 1:10, 11, IBB.

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Porta do Fundo da Agulha —
Os homens podiam passar facilmente pela Porta; mas animais grandes, tais como camelos, tinham que descarregar-se e ficar de joelhos para passar.

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Porta de Jope –
Colocada ao lado oeste de Jerusalém, a Porta de Jope tem um “fundo (orifício) da agulha,” uma abertura pequena usada como entrada de seguridade na noite, quando a Porta grande estava seguramente cerrada.

Liberdade Cristã

     Alguns crêem que o dito por Paulo em Romanos 14:17 se refere a um reino figurativo, mas quando se examina junto com o contexto, se põe de manifesto que essa passagem simplesmente significa o seguinte: Irmãos, nós, os que temos sido transportados para o reino do Filho amado de Deus, temos certos direitos quanto ao alimento e outras coisas, liberdades que não gozávamos como judeus sob a lei (verso 14); no entanto, melhor não aproveitarmos estas liberdades se são motivos de tropeço ou entristecem a consciência dos irmãos que ainda não se hão dado conta dessas liberdades.

     Ao fazer uso de nossas liberdades, não demos margem para causar dano a nosso irmão por quem Cristo morreu, mas recordemos que os privilégios do reino, tanto agora como no futuro, consistem de maiores bênçãos do que a liberdade quanto ao alimento; tais bênçãos são nossa liberdade relativamente ao fazer o bem, tenhamos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo, e nosso gozo de participar do Espírito Santo de Deus. Estas liberdades do reino (agora e sempre) são tão grandes que as menores liberdades referentes ao alimento, podem muito bem ser sacrificadas, quando for necessário, em benefício do irmão.

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Cristãos têm que ser vencedores para sentar-se com Jesus no trono do Seu Pai e reinar sobre as nações na terra.

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O vencer requer a morte no serviço do Senhor.

     De maneira que não importa sob que ponto de vista bíblico miramos o assunto, encontramos as Escrituras contradizendo a idéia de que as promessas do reino são apenas enganosas e míticas, ou que as da condição presente é o cumprimento destas promessas.

     Para a Igreja primitiva, as promessas de honra, e de ser co-herdeiros com Cristo, serviram de estímulo para que permanecessem fiéis sob as angústias e perseguições que de antemão se lhes havia dito que as encontrariam; entre as palavras animadoras e cheias de consolo que se encontram no Apocalipse como dirigidas às sete igrejas, as seguintes sobressaem em esplendor e doçura:

“Ao que vencer, eu lhe concederei que se assente comigo no meu trono, assim como eu venci, e me assentei com meu Pai no seu trono.” “Ao que vencer, eu lhe darei autoridade sobre as nações”.

     Estas promessas não podem entender-se como referindo-se a uma obra de graça que agora se está efetuando no coração; tampouco a um reino sobre as nações na vida presente; porque os que serão vencedores terão que sê-lo morrendo no serviço, para ganhar assim as honras do reino. — Apocalipse 20:6.

Já estais fartos! já estais ricos! sem nós já chegastes a reinar! e oxalá reinásseis de fato, para que também nós reinássemos convosco! 
1 Coríntios 4:8

 

 

 

 

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Paulo predigou que a suferinza presente seria seguido pelo reinar futuro.

     Quão certo é que a natureza humana procura evitar o sofrimento e sempre está disposta para apoderar-se da honra e poder; por isto encontramos que ainda no tempo dos apóstolos, alguns membros da Igreja estiveram prontos para apropriar-se, para a vida presente, as promessas de honra e poder futuros, e começaram a proceder como se já houvesse chegado o tempo para que o mundo honrasse e obedecesse a Igreja.

     O apóstolo Paulo escreve corrigindo este erro, sabendo que tais idéias teriam um efeito prejudicial sobre a Igreja, cultivando o orgulho e apartando-a do caminho do sacrifício. Disse-lhes ironicamente: “Já estais fartos! já estais ricos; sem nós já chegastes a reinar”! E logo com ardor acrescenta: “e oxalá reinásseis de fato, para que também nós (os perseguidos apóstolos) reinássemos convosco”! (1 Coríntios 4:8, IBB)

     Estavam gozando do privilégio de ser cristãos tratando de sacar do cristianismo, e com o cristianismo, toda a honra possível; o Apóstolo muito bem sabia que se eles continuassem fiéis como seguidores do Senhor, não se encontrariam em tal condição. Portanto, ele lhes recordou que se na verdade houvesse chegado o reino por tão longo tempo esperado, então ele se encontraria reinando tanto com eles, e que o fato de que ele, por causa de sua fidelidade estava sofrendo pela verdade, provava que o reinado deles era prematuro, e um laço, em vez der ser algo de que gloriar-se. Logo, com um toque irônico agrega:

“Nós (apóstolos e fiéis seguidores) somos loucos por amor (causa) de Cristo, e vós sábios em Cristo; nós fracos, e vós fortes, vós ilustres, e nós desprezíveis.”

     Não escrevo estas coisas para vos envergonhar, tendo um objetivo maior e mais nobre — PARA VOS ADMOESTAR; o caminho de honras agora não conduz à glória nem à imortalidade que há de ser revelada; somente o sofrimento e a abnegação de si mesmo, constituem o caminho apertado à glória, e à honra, e à imortalidade e o privilégio de ser co-herdeiros com Cristo no reino.

    Exorto vos, portanto, a que vos torneis meus imitadores. Sofrei, sede injuriados e perseguidos agora para que comigo possais participar da coroa da vida, a qual o Senhor, justo Juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda. — 1 Coríntios 4:10-17; 2 Timóteo 4:8, IBB; AL.

A igreja verdadeira ainda não tem reinado sobre a terra.

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O Papa coroando a Charlemagne

     Mas, depois que a Igreja primitiva havia sofrido fielmente muitíssimas perseguições, as teorias de que a missão da Igreja era a de conquistar o mundo, estabelecer o reino dos Céus sobre a Terra, e reinar sobre todas as nações antes da segunda vinda do Senhor, principiaram a propagar-se.

     Isto serviu de fundação para a intriga mundana, a pompa, e o orgulho, a ostentação e as cerimônias da Igreja, com a intenção de impressionar, de cativar, e inspirar temor ao mundo, passo a passo conduzindo-a para proferir as grandes pretensões do Papado, ao efeito de que sendo o reino de Deus sobre a terra, teria o direito de exigir o respeito e a obediência a suas leis e a seus agentes, em todas as nações, tribos e povos.

     Sob este falso reclame (e aparentemente lograram enganar-se a si mesmos o mesmo que aos demais), o Papado por algum tempo coroava e descoroava os reis por toda a Europa, e ainda hoje em dia pretende ter essa autoridade, apesar de achar-se agora incapacitado para pô-lo em prática.

 

 

 

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     O Protestantismo tem tomado a mesma idéia do Papado, pois também pretende, ainda quando de uma maneira mais vaga, para que de algum modo o reinado da Igreja vá em progresso e o mesmo que os coríntios, seus aderentes já estão fartos! já estão ricos! e já chegaram a reinar! como tão graficamente os descreve o nosso Senhor. (Apocalipse 3:17, 18)

     Tal coisa tem acontecido até o extremo de que os membros nominais da Igreja — os não realmente convertidos, que não são trigo na reealidade, senão joio, a imitação do trigo — excedem em grande maioria o número dos verdadeiros discípulos de Cristo. Os tais, decididamente se opõem à abnegação e ao sacrifício verdadeiros, e não querem sofrer perseguições por amor da justiça [pela verdade]; ao mais, por pura fórmula, praticam certas classes de jejum, e coisas por estilo.

    Na realidade, estão reinando com o mundo, e não estão preparando-se para participar no reino verdadeiro, o qual será estabelecido pelo nosso Senhor em sua segunda presença.

Não pode haver nenhum reino sem rei.

     Qualquer observador cuidadoso se dará conta da manifesta incongruência entre esta opinião e os ensinos de Jesus e dos apóstolos. Eles ensinaram que não pode haver reino antes que venha o Rei. (Apocalipse 20:6; 3:21; 2 Timóteo 2:12) Conseqüentemente, o reino dos céus deve sofrer violência até esse tempo, em que será estabelecido com poder e grande glória.

Ao que vencer, eu lhe concerderei que se sente comigo no meu trono; assim como eu venci, e me assentei com meu Pai no seu trono. — Apocalipse 3:21

Duas Fases do Reino de Deus

     Ainda quando é certo como disse nosso Senhor, que o Reino de Deus não vem — não faz sua primeira aparição — com aparência exterior, entretanto, no tempo oportuno, por meio de sinais externos, visíveis e inequívocos, será manifestado a todos. Quando se estabelecer por completo, consistirá de duas partes, a fase espiritual ou celestial e a humana ou terrestre.

     A fase espiritual sempre será invisível aos homens, porquanto os que a hão de formar serão da natureza divina, espiritual, a qual nenhum dos homens tem visto, nem pode ver (1 Timóteo 6:16, IBB, João 1:18) mas, seu poder e sua presença serão grandiosamente manifestados principalmente por meio de seus representantes humanos, os que constituirão a fase terrestre do Reino de Deus.

 

 

 

 

 

 

     Os santos vencedores da Idade Evangélica — o Cristo, Cabeça e corpo — serão os que hão de compor a fase espiritual do reino, ao serem glorificados. Sua ressurreição e exaltação ao poder precederá a de todos os demais, porque por meio desta classe todos os outros serão abençoados. (Hebreus 11:39, 40) A deles é a primeira ressurreição. (Apocalipse 20:5)*

     A grandiosa tarefa que emprenderá esta gloriosa companhia ungida — o Cristo — requere a sua exaltação à natureza divina; unicamente o poder divino poderá levá-la a cabo; sua obra será não somente relacionada com este mundo, mas tam bém com todas as coisas no céu e na terra, tanto entre os seres espirituais como entre os humanos. — Mateus 28:18; Colossenses 1:20; Efésios 1:10; Filipenses 2:10; 1 Coríntios 6:3.


*Neste versículo (SBB) as palavras

“os restantes dos mortos não reviveram até que se completassem os mil anos”,

são espúrias. Não se encontram nos manuscritos gregos mais antigos e de maior crédito, tais como o Sinaítico e o Vaticano Nos. 1209 e 1160; tampouco se encontram no manuscrito Siríaco.

Devemos recordar que muitas passagens que se encontram nas cópias modernas são intercalações que não pertencem propriamente à Bíblia.

Visto que é ordenado que não acrescentemos à Palavra de Deus, por isso é nosso dever de repudiar tais intercalações tão logo como se comprova o seu caráter falso.

As palavras indicadas provavelmente foram introduzidas no texto acidentalmente, no século quinto, por que nenhum manuscrito de data anterior (seja grego ou seríaco) contém esta cláusula.

Provavelmente no princípio foram apenas um comentário marginal escrito por algum leitor, tratando de dar sua opinião acerca do texto, e logo foi acrescentado ao texto por algum transcritor subseqüente que não soube distinguir entre o texto e o comentário.

Entretanto, o repúdio desta cláusula não é essencial ao “Plano” que aqui se apresenta, porque o resto dos mortos — o mundo em geral — em sentido pleno da palavra, no sentido em que Adão viveu antes de pecar e cair sob a sentença “morrendo morrerás” não viverá outra vez senão até o final dos mil anos.

A vida perfeita, sem debilidades nem agonia, é o único sentido em que Deus reconhece a palavra vida. Desde seu ponto de vista, o mundo inteiro já tem perdido a vida, e podia mais apropriadamente considerar-se como morto do que como vivo — 2 Coríntios 5:14; Mateus 8:22.

A palavra ressurreição (do grego anastasis) significa levantamento. Em referência ao homem, significa levantá-lo à condição da qual caiu, para a plena perfeição da virilidade que perdeu por causa de Adão.

A perfeição da qual nossa raça caiu, será a perfeição até a qual gradualmente se levantará durante a Idade Milenária, o tempo da restituição ou ressurreição (levantamento).

A Idade Milenária não é apenas uma idade de prova, mas também de bênçãos, na qual, por meio da ressurreição ou restituição da vida, tudo o que foi perdido será restaurado aos que ao ter conhecimento e apresentar-se lhes a oportunidade gostosamente obedecem.

O processo da ressurreição será gradual, e requererá toda essa idade para o seu pleno cumprimento; ainda quando o despertar para gozar de uma espécie de raciocínio e vida, como os presentes, será por suposto instantâneo. Por conseguinte, apenas será até que os mil anos hajam terminado quando a raça obterá a completa medida de vida que perdeu em Adão.

E desde que tudo que não é vida perfeita se considera como uma condição de morte parcial, deduzimos que apesar de não serem autênticas as palavaras em discussão, seria estritamente correto o dizer, que o resto dos mortos não viverão outra vez (não voltarão a obter a plenitude de vida que perderam) até que os mil anos de restituição e bênção se completem.


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O quê significa a Ressurreição?

 

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“Não vos admireis disso, porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz e sairão:

“Os que tiverem feito o bem, para a ressureição da vida, e os que tiverem praticado o mal,  para a ressurreição do juízo.  (grego ‘krisis’),” 
Jo
ão 5:28, 29

 

 

 

O trabalho do Reino de Jesus e a igreja.

 

Quens são os “antigos dignitários?


Abraão

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A esperança judaica –
Crendo que o Reino de Deus seria estabelecido em Jerusalém e todas as nações viria à “casa do Deus de Jacó,” túmulos judaicos densamente cobrem os declives do Monte de Olivas, dando evidência à fei judaica nas promessas de Deus dum reino e da ressurreição.

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A esperança maometana —
Quando vem o Messias, entrará a Jerusalém pela Porta Áurea; daqui a ressurreição e o julgamento começarão de este lugar.

Aqueles que não podem andar a línea da justiça cairão no Vale da Morte abaixo. Túmulos maometanos rodeam à Porta Áurea, esperando ao Messias.

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A esperança cristã —
Um cemetério cristão se encontra no Vale de Cedron entre o cemetério judaico (no Monte das Oliveiras no leste) e o cemetério maometano (no Monte de Moriá ao oeste).
  
Quando Cristo volve, julgará ao mundo em justiça.

    A tarefa da fase terrestre do Reino de Deus será limitada a este mundo e à humanidade. Os que hão de ser tão altamente honrados para tomar parte nela, serão os mais exaltados e glorificados por Deus entre os homens. Estes compõem a classe da qual se faz referência no Estudo VIII (Pag. 145), cujo dia do juízo foi antes da Idade Evangélica.

     Havendo sido provados e encontrados fiéis, ao serem despertados não serão de novo trazidos ao juízo, mas imediatamente receberão a recompensa de sua fidelidade — instantaneamente serão ressuscitados à perfeição humana (todos os demais fora destes e da classe espiritual, serão gradualmente levantados até a perfeição durante a Idade Milenária). De maneira que a dita classe estará pronta desde logo, para sua grande tarefa, como agentes humanos de Cristo na obra de restaurar e de abençoar o resto da humanidade.

     Assim como a natureza espiritual é necessaria para levar a conclusão a obra de Cristo, igualmente, a natureza humana perfeita é apropriada para a futura execução do trabalho que se fará com os homens. Estes ministrarão entre os homens e poderão ser vistos por eles, ao mesmo tempo que a glória de sua perfeição será um exemplo constante e um incentivo para que os demais procurem obter a mesma perfeição.

     O fato de que estes antigos dignitários se encontrarão na fase humana do reino, e que serão vistos pela humanidade, está testemunhado pelas palavras de Jesus dirigindo-se aos descrentes judeus que o rejeitavam; lhes disse: vereis

“no reino de Deus, Abraão, Isaque, Jacó, e todos os profetas”.

     Não devemos passar sem advertência o fato de que o Mestre não fez menção, de que ele mesmo, ou os apóstolos seriam vistos juntamente com Abraão. Os homens poderão ver e misturar-se com a fase terrestre do reino, mas não com a espiritual, e é bem seguro, que muitos se sentirão bastante mortificados, por haver desprezado a honra tão grande.

Como operarão as duas fases do Reino?

 

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Moisés

     Não é nos subministrada informação explícita quanto à maneira exata em que operarão harmoniosamente estas duas fases do reino celestial; no entanto, com tratos de Deus com Israel, por meio de seus representantes, Moisés, Arão, Josué, os profetas, etc. — temos uma ilustração da maneira que possívelmente operarão, ainda quando as manifestações futuras do poder divino excederão em grandwe maneira as dessa idade típica, porque a obra da idade vindoura compreende o despertar de todos os mortos e a restauração dos obedientes à perfeição.

     Esta obra requererá o estabelecimento de um governo perfeito entre os homens, com homens perfeitos nos postos do poder, para que possam dirigir os negócios do Estado de uma maneira beneficiosa, e apropriada. Será necessário também de pôr em ação adequadas conveniências educacionais, o mesmo que várias medidas filantrópicas.

      E esta nobre tarefa de elevar a raça de tal maneira, a passos certos e firmes (sob a direção dos membros espirituais invisíveis do mesmo reino), é a alta honra designada para os antigos dignitários, e para o desempenho da qual, eles virão preparados tão logo que finalize a demolição, dos reinos do mundo, e Satanás, seu príncipe, haja sido amarrado. Então como representantes do reino celestial, divinamente enaltecidos e honrados, receberão a honra e a cooperação de todos os homens.

Quando a humanidade no fim dos mil anos permanece justa, o reino será devolvido a Deus.

     O conseguimento de um lugar no fase terrestre do reino de Deus, será colmar todos os desejos e aspirações legítimos do coração humano perfeito. Desde que se entre em possessão dela, será uma gloriosa e satisfatória porção, entretanto, a glória irá acumulando-se com o tempo e em proporção a que avança o progresso da bendita tarefa.

     E quando, no fim dos mil anos, o Cristo (ajudado em grande escala pela ação destes nobres colaboradores humanos) haja levado à conclusão a grandiosa obra da restituição; quando a raça humana inteira (excetuando os incorrigíveis — Mateus 25:46; Apocalipse 20:9) se encontre na presença de Jeová, aprovada, sem mácula, nem ruga, nem qualquer coisa semelhante, estes que serviram de instrumentalidade em levar à conclusão tal obra, resplandecerão “como as estrelas sempre e eternamente” (Daniel 12:3) entre os demais homens, diante de Deus, de Cristo e dos anjos. 

     Sua obra de amor jamais será esquecida pelos seus gratos companheiros. Ficarão em memória eterna. — Salmo 112:6, AL; IBB.

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     Mas apesar de glória sublime e sempre em aumento desses homens perfeitos que constituirão a fase terrestre do reino, a glória dos que constituem a fase celestial a sobrepujará. Ainda quando por toda a eternidade e como as estrelas, resplandecerão os primeiros, os outros resplandecerão como o fulgor do firmamento — como o sol. (Daniel 12:3)

    Tanto as honras da terra, como as honras do céu, serão postas aos pés do Cristo. A mente humana pode dar-se uma idéia, mas não pode claramente conceber a glória que por inumeráveis idades da eternidade há de ser revelada em Cristo. — Romanos 8:18; Efésios 2:7-12.

A descendência terrestre e a descendência celeste da promessa a Abraão.

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     Por meio destas duas fases do reino será cumprida a promessa feita a Abraão:

“em ti e em tua descendência serão benditas todas as famílias da terra”;

“multiplicarei a tua descendência, como as estrelas do céu, e como a arreia que está na praia do mar”

— uma descendência espiritual, e uma descendência terrestre, ambas usadas por Deus como instrumentos para abençoar o mundo. As duas fases das promessas foram claramente vistas por Deus e por Ele designadas desde um princípio, mas somente a terrestre foi discernida por Abraão.

    Ainda quando Deus escolheu dentre a descendência natural os principais da classe espiritual (os apóstolos e outros), e ofereceu a bênção principal, a espiritual, a todos os do povo de Israel que viveram no tempo oportuno para a vocação celestial, tudo isto foi favor sobre favor, muito mais de que Abraão pôde discernir do Pacto.

A ressurreição terrestre (humana) e a celeste (espiritual).

     Em Romanos 11:17 o apóstolo Paulo fala acerca do pacto com Abraão como a raiz donde Israel carnal cresceu naturalmente, mas na qual os crentes gentios foram enxertados quando os ramos naturais foram quebrados por causa da incredulidade. Isto prova o dobrado cumprimento da promessa em desenvolvimento das duas descendências, a terrestre (humana) e a celestial (espiritual) que constituirão as duas fases do reino.

    Este pacto original tem duas ramificações, das quais cada uma, em sua ressurreição, dará o seu fruto perfeito ainda quando diferente — as classes, a humana e a espiritual, no poder do reino.

     Na ordem do desenvolvimento, os que hão de ser governantes na fase terrestre foram primeiro preparados; logo, os da fase celestial; mas na ordem de grandeza de posição e de tempo da instalação no ofício, serão primeiro os espirituais, e em seguida os terrestres. Entretanto muitos que são primeiros serão últimos; e muitos que são últimos serão primeiros. — Mateus 19:30, IBB; Lucas 16:16.

O sermão de Estêvão demonstra que Israel ainda habia de receber a sua promessa terrestre.

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Esta Porta é tradicionalmente considerada o local onde Estêvão foi apedrejado enquanto deu seu sermão em Atos 7.

     A promessa feita a Abraão, da qual Estêvão faz referência em Atos 7:5, e na qual Israel confiava, era terrestre, era tocante à terra. Disse Estêvão que Deus “prometeu que lha daria em possessão”. Disse Deus a Abraão:

“Levanta agora os olhos e olha desde o lugar onde estás para o norte, para o sul, para o oriente e para o ocidente; porque toda essa terra que vês, te hei de dar a ti, e à tua descendência, para sempre.

E farei a tua descendência como o pó da terra; de maneira que se puder ser contado o pó da terra, então também poderá ser contada a tua descendência.

Levanta-te, percorre essa terra, no seu cumprimento e na sua largura; porque a darei a ti.” (Gênesis 13:14-17, IBB)

     Estêvão demonstra que esta promessa terá que cumprir-se quando declara que apesar de haver Deus oferecido ao Abraão a terra “nela não lhe deu herança, nem sequer o espaço de um pé”.

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 Porta de Estêvão –
No leste de Jerusalém está a Porta de Estêvão, também chamada A Porta do Leão por causa das gravuras de leãos nas pedras acima.

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O completamento da igreja tem que preceder a Israel receber a promessa.

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Sepulcros de Abraão, Isaque e Jacó em Hebrom.

     O Apóstolo ao escrever acercva desta mesma classe de antigos dignitários — Abraão e outros — confirma o dito por Estêvão que a promessa feita a Abraão ainda não se tem cumprido; depois assegura que essas promessas terrestres não podem cumprir-se, nem se cumprirão até que se levem a efeito ainda as superiores promessas celestiais referentes ao Cristo (Cabeça e corpo).

     Disse que todos estes morreram na fé, contudo não alcançaram a promessa [não obtiveram, contudo, a concretização da promessa — SBB]; visto que Deus provera alguma coisa melhor a nosso respeito [o Cristo], para que eles, sem nós, não fossem aperfeiçoados. (Hebreus 11:13, 39, 40, IBB)

    Deste modo se demonstra outra vez que o Redentor e Restaurador é espiritual, havendo ofertado o humano como sacrifício por todos; também está indicado que desta classe espiritual, quando será enaltecidea soberanamente, hão de emanar todas as bênçãos, ainda quando para isso a alguns se lhes conceda a honra de ser instrumentos ou agentes. — Romanos 12:1; Gálatas 3:29.

A proeminência de Israel no reino terrestre.

 

 

“Acontecerá nos últimos dias que se firmará o monte da casa do Senhor, será estabelecido como o mais alto dos montes e se elevará por cima dos outeiros; e concorrerão a ele todas as nações.

Irão muitos povos, e dirão: Vinde, e subamos ao monte do Senhor, à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine os seus caminhos, e andemos nas suas veredas; porque de
Si
ão sairá a lei, e de Jerusalém a palavra do Senhor. Isaías 2:2,3

     Desta maneira nos damos conta de que a fase terrestre do reino será israelítica; e ao redor deste fato positivo se agrupam as numerosas profecias, que se relacionam com a proeminência dessa nação no plano de Deus para a futura bênção do mundo, quando seu tabernáculo, agora caído no pó, será reedificado, e Jerusalém será posta por objeto de louvor em toda a terra.

     Tanto os profetas como os apóstolos dizem claramente que quando chegarem os tempos da restauração, entre todas as nações, Israel será a primeira que virá a estar em harmonia com o novo estado de coisas; que a Jerusalém terrestre será reedificada sobre suas antigas ruínas; e que seu governo, como no princípio, estará sob juízes ou príncipes. (Isaías 1:26; Salmo 45:16; Jeremias 30:18)

     E razoavelmente, que mais podia esperar-se, senão que Israel se regozije primeiramente ao reconhecer os patriarcas e os profetas? acaso poderia esperar-se menos de que seu conhecimento da lei, e sua prolongada disciplina debaixo dela, os tivesse preparado para a submissão e a obediência nesse tempo quando o reino será estabelecido com grande autoridade? E ainda quando, segundo é nos informado, Israel há de ser a primeira das nações que será reconhecida e abençoada, também está escrito: que “o Senhor (Jeová) salvará primeiro as tendas de Judá”. — Zacarias 12:7.

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Ezequiel 47:1-12 identifica a esta porta como a por meio da qual flui o rio da água da vida.

Porta de Ouro—
A única Porta no leste da area do Templo se guarda perpetuamente cerrada até que venya o Messias.
Quando se edificou de novo a Jerusalém por Suleimão o Magnífico em 1538-41 E. C., ele causou que se feche a Porta na esperança de pospor o “dia do juizo” e o fim do mundo.


 

 

 

 

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As promessas para Israel se cumprirão no reino terrestre do Messias.

     Não consideramos a importância de entrar em discussão com respeito ao lugar onde se tem de buscar as “tribos perdidas de Israel”. Alguns alegam que essas “tribos perdidas” genealogicamente constituem certas nações civilizadas do nosso dia. Pode que isto seja certo, como também pode que não o seja. Ainda quando algumas das provas que se apresentam não carecem de fundamento, mas, em geral não são mais que inferências e conjeturas.

     E ainda quando se pode demonstrar clara e convincentemente que algumas nações civilizadas são descendentes das tribos perdidas, não provaria ser isso vantagem alguma para eles como nação foram rejeitados, não se faz distinção alguma enter judeu e grego; escravo e livre. Se tais conjeturas chegarem a ser comprovadas (pois ainda não são), estariam em perfeita harmonia com as profecias e as promessas referentes a essa nação que ainda estão em espera de seu cumprimento, durante e sob a fase terrestre do reino.

     O apego natural, o mesmo que certaq confiança persistente nas promessas que hão esperado por tanto tempo, junto com todos seus preconceitos naturais, serão muito favoráveis a uma pronta e geral aceitação dos novos governantes por parte de Israel, assim mesmo, o costume de sua obediência, em certo grau, à lei, também lhes será favorável com o fim de rapidamente pôr-se em harmonia com os princípios do novo governo.

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De Sião sairá a lei, e de Jerusalém a palavra do Senhor.

     De maneira como Jerusalém, sob o reino típico de Deus, foi a capital do império, novamente ocupará o mesmo posto e será “a cidade do grande Rei” (Salmo 48:2, Mateus 5:35) Uma cidade simboliza um reino ou domínio, e assim o Reino de Deus está simbolizado pela nova Jerusalém, o novo domínio descendo desde o céu até a terra.

     Primeiramente consistirá só da classe espiritual, a Esposa de Cristo, a “Noiva adornada”, que gradualmente como a viu João, irá descendo do céu, isto é, irá gradualmente estabelecendo-se em poder à medida que os governos do tempo presente serão esmiuçados no dia do Senhor. Entretanto, no tempo oportuno, a fase terrestre desta cidade ou governo será estabelecido, e será constituído pelos antigos dignitários.

     Não haverá duas cidades (governos), mas uma só, um governo celestial, aquela cidade esperada por Abraão: “a cidade que tem fundamentos” — um governo estabelecido conforme à justiça, fundado sobre a rocha firme da justiça de Cristo o Redentor, sobre o preço do resgate que pelo homem ele deu; e sobre a firmeza da justiça divina, a qual agora não pode condenar o homem redimido de maneira como anteriormente também não pôde excusar o culpado. — Romanos 8:31-34; 1 Coríntios 3:11.

De bela e alta situação, alegria de toda a terra é o monte Sião aos lados do norte, a cidade do grande Rei.” Salmos 48:2

     Gloriosa cidade de Paz! cujos muros oferecem asilo, Salvação e bênçãos a todos os que nela entram, cujos fundamentos, firmemente colocados sobre a justiça, nunca serão abalados, cujo arquiteto e edificador é Deus! Ao luminoso esplendor dos gloriosos raios que se desprendem desta cidade (reino) de Deus, as nações (os gentios) andarão pelo caminho da santidade, até chegar à perfeição e entrar em plena harmonia com o Criador. — Apocalipse 21:24.

     Quando, como já temos visto, no final do Milênio a humanidade alcançar à perfeição, serão admitidos como membros do Reino de Deus, e como foi designado no princípio, será dado lhes o domínio absoluto da terra, sendo cada homem um soberano — um rei. Isto claramente está demonstrado na simbólica profecia de João (Apocalipse 21:24-26*); em sua visão não apenas viu as nações andando à luz da gloriosa cidade, mas também viu os reis entrar nela em glória, não podendo entrar ali coisa alguma ou pessoa contaminada.

     

*No versículo 26 a palavra “honra” tem sido agregada.

Naquele dia se entoará . . . porque ele confia em Ti. Isaías 26:1-3

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     Ninguém que com anterioridade não tenha sido plenamente provado, ninguém que ame ou pratique o engano e a injustiça, poderá chegar a ser identificado com essa cidade ou governo; somente aqueles os quais o Cordeiro reconhece como dignos da vida eterna, aos quais dirá: “Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado”.

 

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Dai voltas a Sião, ide ao redor dela; contai as suas torres.

“Notai bem os seus antemuros, percorrei os seus palácios, para que tudo narreis à geração seguinte.

“Porque este Deus é o nosso Deus para todo o sempre; Ele será nosso guia até a morte.

Salmos 48:12-14

 

Muros —
Os muros presentes
(muitos dos quais estão no lugar de muros mais primitivos) se construíram por Suleimão II cerca de 1540 E. C.

Os muros alongam-se por 2½ milhas (4 quilômetros,) com uma altura mediana de 38 pés (11½ metros.)

Algumas das pedras do muro do átrio do templo em Jerusalém existem ainda.

Medem 30 pés (9 metros) de longo, 8 pés (2½ metros) de ancho e 3½ pés (1 metro) de altura, com peso de mais de 80 toneladas (72.576 quilos.)

Josefus fala de pedras de 60 pés (18 metros) de longo no templo de Salomão.

Jerusalém, literal e simbólico

De Sião Sairá a Lei, e de Jerusalém a Palavra do SENHOR

     Portanto, apesar de que certamente a cidade de Jerusalém será reedificada e que provavelmente chegará a ser a capital do mundo, devemos recordar que muitas profecias que mencionam a Jerusalém, junto com sua glória futura, se referem sob esse símbolo, ao Reino de Deus que há de ser estabelecido com grande esplendor.

     Com respeito à futura glória da fase terrestre do reino, a qual se acha representada sob o nome de Jerusalém, os profetas em ardorosas frases desbordantes de alegria clamam:

“Clamai cantando, exultai juntamente, desertos de Jerusalém; porque o Senhor (Jeová) consolou o seu povo e remiu Jerusalém.”

“Porque crio para Jerusalém motivo de exultação e para o seu povo motivo de gozo”.

“Regozijai-vos com Jerusalém, e alegrai-vos por ela, ... e vos deleiteis com a abundância da sua glória. Pois assim diz o Senhor: Eis que estenderei sobre ela a paz como um rio, e a glória das nações como um rio, e a glória das nações como um ribeiro que transborda”.

“Naquele tempo chamarão a Jerusalém o trono do Senhor; e todas as nações se juntarão a ela”.

“Irão muitos povos e dirão: Vinde e subamos ao monte [reino] do Senhor, à casa do Deus de Jacó; para que nos ensine os seus caminhos, e andemos nas suas veredas; porque de Sião [a fase espiritual] sairá a lei, e de Jerusalém (a fase terrestre) a palavra do Senhor.”
— Isaías 52:9, IBB; 65:18, IBB; 66:10-12, IBB; Jeremias 3:17, IBB; Isaías 2:3, IBB.


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Israel, literal e simbólico

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Samaria
"...os plantarei na sua terra ...“

     Ao tomar em conta as muitas preciosas promessas de bênção futura feitas ao Israel, e enquanto esperamos o exato cumprimento de tais para esse povo, é bom recordar que como povo tanto são típicos, como propriamente reais. Num aspecto são típicos da humanidade inteira; e seu Pacto da Lei — “obedecei e vivereis” — era típico do Novo Pacto que será estabelecido com o mundo durante o Milênio e as idades vindouras.

O Pacto da Lei, típico do Novo Pacto

     O sangue da expiação debaixo do seu pacto típico, e o sacerdócio que o espargia sobre os que compunham essa nação, tipificavam o sangue do Novo Pacto e o Sacerdócio Real, o qual, durante o milênio do reino de Cristo na terra, fará uso desse sangue para purificar e abençoar todo o mundo. De modo que seu sacerdócio tipificava o Cristo, e a nação de Israel tipificava todos aqueles por quem o sacrifício verdadeiro se levou a efeito, sobre quem as verdadeiras bênçãos hão de cair — “todos os homens”, “todo o mundo”.

Israel será primícias entre as nações.

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     Recordemos também que ainda quando as bênçãos futuras, o mesmo que as passadas, serão primeiro para os judeus, e logo para os gentios, apenas será no tocante ao tempo que os judeus terão prioridade do favor divino; e isto como já indicamos, será a conseqüência natural de sua passada experiência debaixo da Lei, e que no tempo oportuno terá servido seu propósito designado de trazê-los a Cristo.

     Ainda quando no primeiro advento apenas um pequeno número deles foram trazidos a Cristo por meio da Lei, todavia , os trará como um povo no segundo advento, e como povo serão as primícias entre as demais nações. Finalmente, todas as bênçãos prometidas a Israel, com exceção das pertencentes às classes escolhidas, serão não somente cumpridas para eles, mas também recerberão o cumprimento tipificado — sobre todas as famílias da terra. Debaixo desse governo, Deus

“retribuirá a cada um segundo as suas obras; ... glória, porém, e honra e paz — para todo aquele que pratica o bem, primeiramente ao judeu, e também ao grego, pois para com Deus não há acepção de pessoas”. — Romanos 2:6, 10, 11, IBB.

Pois quê? O que Israel busca, isso não o alcançou; mas os eleitos o alcançaram; e os outros foram endurecidos.” Romanos 11:7


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     O apóstolo Paulo nos chama a atenção especialmente ao seguro das promessas de Deus a Israel no futuro; também indica os favores que perderam por causa de sua incredulidade, e os que todavia possuem em perspectiva. Diz: O que Israel busca, isso não o alcançou — o principal lugar na graça e no serviço divinos — por causa do orgulho, de sua incredulidade e dureza de coração.

     Paulo não se refere aqui a todas as gerações de Israel, desde o tempo de Abraão, mas às gerações existentes na primeira vinda; suas palavras também poderiam ser aplicáveis a todas as suas gerações que hão vivido durante a Idade Evangélica, a idade em que o favor principal se há oferecido — à vocação celestial para participar da natureza divina e a ser co-herdeiros com Cristo. Israel como povo não reconheceu nem se acolheu a este favor.

     E ainda que Deus, por meio do Evangelho, visitou os gentios e chamou muitos dentre eles, estes, o mesmo que o Israel carnal, deixarão de receber o prêmio celestial. Não obstante, uma classe, uma remanescente, um pequeno rebanho, dentre todos os que hão sido chamados, atenta o chamamento, e por meio do sacrifício e da obediência, fazem firme a sua vocação e eleição.

     Assim, o que Israel como povo não obteve, e aquilo que a Igreja cristã nominal também deixa de obter, será dado à classe escolhida, o fiel “corpo de Cristo” — eleito ou escolhido (segundo a presciência de Deus) pela santificação do espírito e fé na verdade. 2 Tessalonicenses 2:13; 1 Pedro 1:2.

“E ainda eles, se não permanecerem na incredulidade, serão enxertados; porque poderoso é Deus para os enxertar novamente.

Pois se tu foste cortado do natural zambujeiro, e contra a natureza enxertado em oliveira legítima, quanto mais não serão enxertados na sua própria oliveira esses que são ramos naturais!”  Romanos 11:23,24

 

     Mas ainda quando Israael por haver rejeitado o Messias perdeu toda esta graça especial, todavia, Paulo mostra que isto não prova que eles fossem inteiramente cortados da graça de Deus, porque ainda tinham o mesmo privilégio desfrutado pelo resto da humanidade, de serem enxertados em Cristo e de receber os favores espirituais, se ao ouvir o chamado, o aceitavam com fé; porque, alega Paulo, poderoso é Deus para os enxertar novamente, como para enxertar os ramos do zambujeiro, e assim disposto, se não permanecerem na incredulidade. — Romanos 11:23, 24.

 

De modo que a lei se tornou nosso aio, para nos conduzir a Cristo, a fim de que pela fé fôssemos justificados.Gálatas 3:24

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     Além disso, Paulo disse que apesar de Israel haver perdido a bênção principal, “o que buscava”, o lugar mais proeminente no reino de Deus, entretanto, ficam ainda para cumprir-se grandes promessas que neles hão de levar-se a efeito, porque, Paulo raciocina, os dons e as vocações, os pactos e as promessas de Deus, não passarão sem cumprir-se.

Deus sabia que Israel rejeitaria ao Messias e perderia a bênção principal.

 

 

Israel foi temporariamente rejeitado do favor de Deus.

 

    Deus conheceu o fim desde o princípio, sabia que Israel rejeitaria o Messias, e em vista disto, as inequívocas promessas que lhes faz, dão a garantia de que Israel ainda há de ser usado no serviço de Deus, como agências ou canal para abençoar o mundo, ainda quando “O que Israel busca, isso não o alcançou” — o favor principal.

     Em seguida Paulo demonstra que as promessas que Deus pactuou com Israel eram de tal natureza que não assinalavam definitivamente se como povo seriam a descendência celestial ou a terrestre — se herdariam e seriam instrumentos para levar a término as promessas superiores ou inferiores.

    Deus manteve em segredo, até o tempo oportuno, o superior favor espiritual, e as promessas a eles feitas mencionavam os favores terrestres, ainda quando também os favoreceu brindando-lhes a primeira oportunidade de obter esse favor espiritual, concedendo-lhes desta maneira mais do prometido. Em uma palavra, as promessas celestiais estavam ocultas em terrestres.

     Estas promessas disse Paulo, não podem falhar, portanto, o fato de que a primeira oferta desse favor oculto foi a Israel, e cegamente este o rejeitou, em nenhum grau nulifica nem invalida o outro caráter da promessa.

    Por causa disto, Paulo disse que ainda quando Israel como nação tem sido rejeitada durante o tempo em que a Noiva de Cristo se elege dentro judeus e gentios, entretanto, chegará o dia em que havendo-se completado o Libertador (o Cristo, Cabeça e corpo), o favor divino retornará a Israel carnal, e o glorioso libertador desviará de Jacó* as impiedades, e assim todo Israel será salvo [recobrado ao favor], assim como está escrito pelo profeta. As palavras do Apóstolo são como segue: —

O endurecimento de Israel se quitará pelo Libertador.

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“Porque não quero, irmãos, que ignoreis este mistério (para que não presumais de vós mesmos): que o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado; [até que se haja completado o número total de escolhidos entre os gentios]. E assim todo o Israel será salvo, como está escrito:

‘Virá de Sião o Libertador [o Cristo, Cabeça e corpo], e desviará de Jacó as impiedades (a impiedade ou incredulidade)’; ‘e este será o meu pacto com eles, quando eu tirar os seus pecados.’

Quanto ao Evangelho, eles na verdade, são inimigos por causa de vós, mas, quanto à eleição, amados por causa dos pais. Porque os dons e a vocação de Deus são irretratáveis. 

Pois, assim como vós [gentios] outrora fostes desobedientes a Deus, mas agora alcançastes misericórdia pela desobediência deles, assim também estes agora foram desobedientes, para também alcançarem [às mãos da Igreja glorificada] misericórdia pela misericórdia a vós demonstrada.

Porque Deus a todos encerrou debaixo da desobediência, a fim de usar de misericórdia para com todos. [Compare Romanos 5:17-19]. Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus!” — Romanos e11:25-33, IBB.

*Na Bíblia jamais é denominado o Israel espiritual sob o nome de “Jacó.”

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Quem subirá ao monte do Senhor?

Os Herdeiros do Reino

“Quem subirá ao monte [o reino — montanha se usa como símbolo do reino] de Jeová? E quem estará no seu santo lugar [o templo]? Aquele que é limpo de mãos e puro de coração.” — Salmo 24:3, HG, 4.

     A cidade de Jerusalém estava edificada sobre o cimo de uma montanha — um cimo duplo, porque o vale de Tiropeom a dividia em duas partes. Mas, era uma só cidade rodeada por um muro e suas duas partes unidas por meio de pontes. Sobre um destes cimos estava edificado o Templo.

     Pode-se entender isto como símbolo da união das qualidades reais e sacerdotais da Igreja glorificada, o Reino de Deus sob suas duas fases — o templo espiritual, não de origem humana, mas de uma natureza nova, espiritual. (Hebreus 9:11) unido, mas ao mesmo tempo separado da fase terrestre.

    

Modelo de Jerusalém na Terra Santa

     Uno dos modelos mais detalhados de cidades antigas, este foi disenhado por um conjunto de historiadores, arqueólogos e construtores para hacer ao modelo meticulosamente correto. Feito da afamada pedra cor de cravo alaranjado, retrata a cidade como tivesse estado no tempo herodeano.

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Vale Tiropeano

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O Templo

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As três Torres de Herodes

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O Santíssimo, nos precintos sagrados do Templo.

     Parece que Davi se refere aos dois lugares. Estar na cidade era considerado uma honra, mas muito maior o era de ascender ao templo santo, para o sagrado recinto no qual só os sacerdotes podiam entrar. Davi indica, que a pureza da vida e a sinceridade do coração são muito necessários para cada um que deseja alcançar qualquer destas honras.

     Os que desejam pertencer ao Sacerdócio Real estão exortados para que sejam puros, de maneira que o Sumo Sacerdote da nossa confissão é puro, para que deste modo possam ser considerados dignos de ser co-herdeiros seus.

    E todo o que nele tem esta esperança, purifica-se a si mesmo, assim como Ele é puro. Como já temos indicado, esta é a pureza de propósito, a qual se nos reconhece como uma pureza efetiva, sendo imputada a nós a pureza de Cristo, a qual, enquanto nós nos esforcemos para que não andemos segundo a carne, mas segundo o espírito, supre nossas fraquezas inevitáveis e compensa por nossas debilidades inevitáveis.

Consegração completo a Deus será indispensável no reino terrestre.

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     Mas não olvidemos que a pureza, a sinceridade e a completa consagração a Deus são essenciais da parte de todo aquele que quer entrar no Reino de Deus em qualquer das duas fases. Tal foi o caso com os antigos dignitários, os que sob Cristo, herdarão a fase terrestre do Reino. Eles amavam a justiça e odiavam a iniqüidade, ficavam contristados e faziam penitência quando chegaram a ser surpreendidos em algum delito, ou quando tropeçavam por causa de uma debilidade ou uma contínua tentação.

     Da mesma maneira há acontecido com os fiéis da Idade Evangélica, e assim sucederá com todos os da Idade Milenária, quando o Espírito de Deus, o espírito da verdade, será derramado sobre toda a carne. Os vencedores dessa idade também necessitarão esforçar-se para desenvolver a pureza de coração e de vida, se sob o plano de Deus quiserem obter o direito de entrar na cidade — no reino preparado para eles desde a fundação do mundo — o domínio original restaurado.

 

 

 

 

 

 

 

  

 

A regra de ferro não concederá nenhuma liberdade para fazer o mal.

 

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O Regime de Ferro

     Erroneamente muitos estão imaginando que quando inaugurar-se o Reino Milenário de Cristo todos se sentirão satisfeitos sob seu governo. Esse não é o caso. Seus regulamentos serão muito mais estritos que os de governos anteriores, e as liberdades do povo serão mais restringidas até o grau de que na verdade será irritável para muitos que agora estão pedindo a gritos mais liberdade.

     Por completo será restringida a liberdade para enganar, para fazer acusações falsas, para burlar e defraudar os outros. Absolutamente lhes será negada a liberdade de abusar ou fazer os outros abusarem quanto à comida e bebida, o mesmo que de corromper em qualquer grau os bons costumes.

    A ninguém será concedida a liberdade ou licença para praticar o mal de nenhuma espécie. A única liberdade que será concedida, será a verdadeira liberdade da glória dos filhos de Deus — a liberdade para fazer todo o bem que podem em benefício de si mesmos e dos outros, mas nada se permitirá que faça dano ou que destrua nesse Santo Reino. (Isaías 11:9; Romanos 8:21)

     Por conseguinte, muitos opinarão que esse governo é muito severo e que por completo está deitando pelo chão todos os seus hábitos e costumes anteriores, ao mesmo tempo que realiza a demolição das presentes instituições fundadas sobre estes maus costumes e as falsas idéias de liberdade. Por causa de sua firmeza e vigor, simbolicamente está qualificado como um retgime de ferro —

“E com vara de ferro as regerá”.

     (Compare Apocalipse 2:26, 27, AL; IBB; Salmo 2:8-12; 49:14) Assim se cumprirá o dito:

“E farei o juízo a linha para medir, e a justiça o prumo; e a saraiva [justos juízos] varrerá o refúgio da mentira, e as águas [a verdade] inundarão o esconderijo”, e tudo que está oculto será conhecido. — Isaías 28:17, IBB; Mateus 10:26, ALA; IBB.

Ninguém vivirá à custa de outros.

     Muitos se rebelarão contra esse governo perfeito e eqüitativo porque no passado, debaixo do governo do atual príncipe, estavam acostumados assenhorar-se sobre os demais mortais e a viver completamente à custa de outros, sem render serviço algum em compensação.

     Aqueles que hão gastado sua vida nada mais que satisfazendo o mais leve desejo e capricho, naturalmente serão castigados com muitos açoites antes de que possam aprender as lições desse reino — a igualdade, a justiça e a retidão. (Salmo 89:32; Lucas 12:47, 48) Em um tempo que já está perto, esta lição será ensinada primeiramente à geração vivente. — Tiago 5.

As leis de justiça e eqüidade serão impostas firmemente.

     Mas, só ao pensá-lo é motivo de gozo! quando o Príncipe da vida sob o seu regime de ferro haja posto em vigor as leis da justiça e eqüidade, toda a raça humana se dará conta de que

“a justiça exalta as nações; mas o pecado é o opróbrio dos povos”. (Provérbios 14:34)

    Chegarão ao conhecimento de que as leis e os planos de Deus são os melhores para todos, e finalmente aprenderão amar a justiça e odiar a iniqüidade. (Salmo 45:7; Hebreus 1:9) Todos os que sob esse reinado não aprendem a amar o bem, serão considerados como indignos de vida eterna, e portanto serão exterminados dentre o povo. — Atos 3:23; Apocalipse 20:9; Salmo 11:5-7.

Jeová será Rei; Cristo será o seu Vice-gerente.

 

 

Pois é necessário que Ele reine ... para que Deus seja tudo em todos. 1 Coríntios 15:25,28

O Reino Será Eterno

“Jeová será rei sobre toda a terra naquele dia”. (Zacarías 14:9, HG)

    O Reino que Deus estabelecerá nas mãos de Cristo durante o milênio do reino de Cristo na Terra será o reino de Jeová, mas estará sob a direção e controle de Cristo como representante de Jeová, muito semelhante à maneira em que o governo dos Estados Unidos tratou os Estados do Sul depois da rebelião.

     Durante certo tempo não lhes permitiu governar-se a si mesmos, elegendo os seus próprios mandatários, para evitar que se negassem a cumprir as leis constitucionais da União; em troca, e com o propósito de reconstruir o governo desses Estados, trazendo-os em sujeição e completa harmonia com o governo central, foram nomeados e instalados a frente deles, governadores investidos de plenos poderes.

     Da mesma maneira será o governo espiritual de Cristo sobre os assuntos da Terra, por um tempo limitado e com um propósito determinado, chegando a seu término tão logo se haja levado a cabo esse propósito. Por causa de sua rebelião, o homem perdeu os direitos concedidos por Deus, entre os quais se contava o de autonomia ou governo próprio, em harmonia com as leis divinas. Por meio de Cristo, Deus redimiu para o homem estes mesmos direitos, e lhe assegurou o privilégio não apenas de tomar a seu primeiro estado, mas ao mesmo tempo de recobrar o seu posto anterior como rei da Terra.

     Entretanto, a tarefa de trazer o homem para seu estado primitivo, conforme o desígnio de Deus, de maneira mais apropriada para deixar impressas as lições adquiridas debaixo das experiências presentes, e requerendo sua cooperação em esforçar-se todo o possível para efetuar o recobro, exige um governo estrito e perfeito. E esta honra de completar o recobro do homem é conferida a Cristo, quem por meio de sua morte adquiriu esse direito, e quem há de reinar.

     “Pois é necessário que ele reine até que haja posto todos os inimigos debaixo de seus pés” — até que cesse de haver sequer um que não reconheça, honre e renda obediência ao seu governo. Logo, havendo completado sua missão no tocante à reconstrução ou restituição da humanidade, Ele entregará o reino a Deus o Pai, então a humanidade, como no princípio, se entenderá diretamente com Jeová, havendo-se já levado a cabo a plena e completa reconciliação pela mediação do homem Cristo Jesus. — 1 Coríntios 15:25, 24-28, IBB.

     Quando o reino será entregado ao Pai, continuará sendo o Reino de Deus, e as leis serão sempre as mesmas. Toda a humanidade, já perfeitamente restaurada, será competente para render obediência absoluta e perfeita tanto em letras como em espírito; tudo o que o homem pode fazer agora é demonstrar o espírito de obediência e esforçar-se para observar a lei de Deus.

    A letra plena dessa lei perfeita os condenaria imediatamente à morte se deixassem de render absoluta obediência. (2 Coríntios 3:6) Nossa aceitabilidade agora é unicamente por meio do resgate provido.

     Até não ser verdadeiramente perfeito: “Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo”. (Hebreos 1i0:31, AL; IBB) Nem agora nem antes de obter a absoluta perfeição, nenhum ser poderá estar em pé diante da lei de estrita justiça; todos necessitamos a misericórdia livremente provida sob o mérito e sacrifício de Cristo.

     Mas quando Cristo entregar o Reino ao Pai, Ele os apresentará sem mancha alguma, competentes e capazes de gozar a eterna felicidade sob a lei perfeita de Jeová. Todo temor haverá então desaparecido, e Jeová e suas criaturas restauradas como no princípio, se acharão em perfeita harmonia.

     Quando, no fim da Idade Milenária, Cristo entregar o domínio da Terra ao Pai, o fará entregando-o à humanidade como representantes do Pai, pois desde o princípio foi designado para que eles tivessem esta honra. (1 Coríntios 15:24; Mateus 25:34) Desse modo, o Reino de Deus durará para sempre. Por isso lemos as palavras do Senhor:

“Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita [os que no transcurso do reino Milenário, por meio de sua harmonia e obediência hajam alcançado a posição de favor]: “Vinde, benditos de meu Pai [vos a quem meu Pai quer abençoar desta maneira], possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo.”  

O homem perfeito será capaz de obedecer a lei perfeita de Deus.

     Esta honra e este reino preparados para o homem, não deve confundir-se com esse reino e honra ainda mais superiores preparados para o Cristo, os quais “Deus preordenou antes dos séculos para nossa glória”; (1 Coríntios 2:7, IBB) para a qual fomos escolhidos em Cristo antes da fundação do mundo. E apesar de que, como já temos visto, a intervenção especial e o reinado do Cristo sobre a Terra terminarão, não devemos chegar à conclusão de que o domínio, a glória e o poder do Cristo cessarão então.

     Não; Cristo para sempre estará associado com toda a glória e poder divinos à mão direita do favor de Jeová; e sua Esposa e co-herdeira participará eternamente da sua glória crescente. Não trataremos de fazer aqui conjeturas com respeito à execução das maravilhosas obras, que em outros mundos estão à espera do poder deste enaltecido agente de Jeová; apenas chamaremos a atenção ao infinito e ativo do poder divino, o mesmo que o ilimitado do universo.

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     Certamente, não importa em que fase do reino se centre nosso interesse, esse reino será “o Desejado de todas as nações”, porque todas as nações hão de ser abençoadas debaixo dele. De modo que todos ardentemente podem desejar a chegada desse tempo, e muito bem podem todos orar,

“venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu.”

     Por este reino, em sua ignorância e cegueira, enquanto geme dobrada debaixo do peso da dor, toda a criação por longo tempo está à espera — aguarda com ardente expectativa a revelação dos filhos de Deus, e o reino que por completo hà de aniquilar o mal para em troca sarar e abençoar todas as nações. — Romanos 8:19, IBB; 16:20.

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