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ESTUDO XIII
OS REINOS DO MUNDO
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—
O
Primeiro Domínio.
— A perda do direito a ele.
— Sua redenção e restauração.
— O Reino Típico de Deus.
— O Usurpador.
— Duas
fases do domínio atual.
— Os poderes existentes são ordenados por
Deus.
— A visão de Nabucodonosor acerca deles.
— A visão e Daniel
e sua interpretação.
— Os Reinos do Mundo apresentados sob outro ponto de vista.
— Relação apropriada da Igreja com os governos do
tempo
presente.
— Breve exame do direito divino das reis.
— Falsas
pretensões da Cristandade.
— O Quinto Império Universal proporciona
melhor esperança.
[283] |
O homem foi criado na imagem de Deus.
“Homem e mulher os criou.”
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NO
PRIMEIRO CAPÍTULO da Revelação Divina, Deus declara seu propósito
concernente a sua criação terrestre e o governo desta:
“E
disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa
semelhança; domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu,
sobre os animais domésticos, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil
que se arrasta sobre a terra. Criou pois, Deus o homem à sua imagem;
à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. Então Deus os
abençoou e lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, enchei a tera e
sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e
sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra.”
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O domínio da terra foi dado a Adão.
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Desta
maneira o domínio da terra foi posto nas mãos da raça humana,
representada em Adão, o primeiro homem, que foi perfeito, e portanto,
inteiramente apto para ser o senhor, governador ou rei da terra. Esta
comissão para que multiplicassem-se, e enchessem, e subjugassem, e
dominassem sobre a terra, não foi dada apenas ao Adão, mas à
humanidade inteira: “dominai”, etc. Se a raça houvesse
permanecido por inteiro sem pecado, este domínio nunca teria passado de
suas mãos.
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Deus não tem dado ao homem domínio sobre os seus próximos.
Escravidão não é o desígnio de Deus para os homens.
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Se
notará que nesta comissão não foi dado a ninguém domínio ou
autoridade sobre os demais, senão que para a raça inteira lhe é
conferido o domínio sobre a terra, para cultivar e para servir-se de
seus produtos em comum acordo e para o bem geral. Não somente se pôs
sua riqueza vegetal e mineral ao mundo do homem, mas também todas as
variedades de vida animal foram postas a sua disposição e serviço.
Se a
raça tivesse permanecido em seu estado de perfeição e tivesse levado
à conclusão este desígnio original do Criador, em proporção a que
seu número se aumentava, seria necessário que os homens se reunissem
em consulta com o objetivo de sistematizar seus esforços, e projetar os
meios para fazer uma eqüitativa e prudente distribuição das bênçãos
comuns.
E
como, por causa de seu vasto número, com o transcurso seria impossível,
de reunirem-se para consultar uns com os outros, seria necessário para
os vários grupos de eleger entre seu número certos indivíduos, como
representantes seus, com o objetivo de que expressassem seus comuns
sentimentos e que atuassem em seu lugar. E se todos os homens fossem
perfeitos, mentalmente, moralmente e fisicamente; e se amassem todos a
Deus e suas leis supremamente, e ao seu próximo como a si mesmo, não
existiria a menor fricção em semelhante arranjo.
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Deus disenhou um governo no qual todo homem seria um soberano — |
Visto
desta maneira, o desígnio original do Criador relativo ao governo da
terra, foi o de um republicano em sua
forma, um em que todo indivíduo tomaria parte, sendo cada qual
um soberano amplamente competente em todo respeito para exercer os
deveres do seu ofício, tanto para seu bem próprio, como para o bem
geral.
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governado em harmonia com o Supremo Governante do universo, Cuja lei é o amor.
O amor cumpre a lei de Deus.
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Este
domínio da terra conferido ao homem apenas teve uma condição sobre a
qual dependia sua perpetuidade; tal condição era de que este governo
divinamente conferido, deveria sempre exercer-se em harmonia com o
Supremo Governante do universo, cuja única lei, brevemente expressada,
é o AMOR.
“O
amor é o cumprimento da lei”. “Amarás ao Senhor teu Deus de todo
o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. ...
Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.” — Romanos 13:10; Mateus
22:37-40.
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A desobediência de Adão lhe fez perder a vida e o domínio sobre a
terra.
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No
tocante a este grande favor conferido ao homem, Davi, em louvor a Deus,
disse:
“Contudo,
pouco menor o frizeste do que os anjos, e de glória e de honra o
coroaste. Deste-lhe domínio sobre as obras das tuas mãos”. (Salmo
8:5, AL; 6, IBB).
Este
domínio dado à humanidade na pessoa de Adão, foi por primeira vez o
estabelecimento do Reino de Deus sobre a terra. De maneira que o homem
exercia o domínio sobre a terra como representante de Deus, mas a sua
desobediência ao Supremo Governante, não somente lhe fez perder a vida,
senão também todos seus direitos e privilégios como governante da
terra em representação de Deus.
Então,
ele foi um rebelde destronado e condenado à morte. Logo, o reino de
Deus sobre a terra deixou de existir, e desde aquele tempo não voltou a
estabelecer-se, exceto por um curto tempo e de uma maneira típica com o
povo de Israel. Ainda quando no Éden, o homem perdeu o direito de vida
e do seu domínio, nenhum dos dois lhe foram tirados repentinamente; e
enquanto o homem se encontra sob a condenação, está lhe permitido
exercer domínio sobre a terra segundo suas próprias idéias e aptidões,
até que chegue o tempo determinado por Deus para que Aquele, a quem
pertence de direito, tome posse do domínio que comprou.
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A morte do nosso Senhor comprou o homem e o seu domínio.
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A
morte do nosso Senhor redimiu ou comprou não somente o homem, mas também
toda sua herança original, incluindo o domínio da terra. Havendo
comprado, já tem títulos, e logo, no tempo oportuno, tomará possessão
da sua compra. (Efésios 1:14)
Mas,
assim como ele comprou o homem, não com o objetivo de tê-lo como
escravo, mas para poder restaurá-lo ao seu primeiro estado, o mesmo
acontece com a Terra: comprou-a, juntamente com as bênçãos originais
do homem, com o propósito de restaurá-las quando este será competente
para fazer o uso devido delas em harmonia com a vontade de Deus.
Por
isso, o reinado do Messias sobre a Terra não será eterno, apenas durará
até que com vara de ferro haja subjugado todas as rebeliões e
insubordinações, e haja restaurado a raça caída à perfeição
original; então serão inteiramente competentes de exercer o domínio
sobre a Terra, como desde o princípio estava designado. Quando será
restaurado de tal maneira, será de novo o Reino de Deus sobre a Terra,
sujeito ao homem como representante assinalado por Deus.
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Israel foi típico do reino prometido.
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Durante
a Idade Judaica, Deus organizou o povo de Israel como seu reino, mas
somente de uma maneira típica, sob Moisés e os Juízes — uma espécie
de república. E o governo, já mais absoluto, estabelecido depois,
especialmente sob Davi e Salomão, em alguns respeitos foi típico do
reino prometido em que reinará o Messias. Muito diferentemente das
demais nações que a rodeavam, a nação de Israel tinha Jeová por Rei,
e seus governantes nominalmente, serviam sob sua direção, como o vemos
no Salmo 78:70, 71.
Isto,
claramente se dá a entender em 2 Crônicas 13:8, IBB e em 1 Crônicas
29:23, IBB, onde se menciona o Israel como o “reino do Senhor”, e
onde diz que Salomão “se assentou no TRONO DO SENHOR, como rei em
lugar de seu pai Davi”, que reinou nesse mesmo trono durante os
quarenta anos anteriores, em seguida Saul o primeiro rei.
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O reino típico de Israel foi derrocado ... |
Quando
o povo de Israel pecava contra Deus, Ele os castigava repetidamente, até
que no fim lhes tirou o reino por completo. Nos dias de Sedequias, o último
que reinou da família de Davi, o cetro de poder real foi removido. Ali
foi derrocado o típico reino de Deus.
A decisão de Deus tocante a este
assunto está expressada nas seguintes palavras: “E tu, ó profano e
ímpio príncipe de Israel, cujo dia é chegado no tempo da punição
final; assim diz o Senhor DEUS: remove o diadema, e tira a coroa, esta não
será a mesma: ... Ao revés, ao revés o porei; também o que não continuará
assim, até que venha aquele a quem pertence de direito: e lho darei
a ele.” (Ezequiel 21:25-27, IBB)
Em cumprimento desta profecia, o rei de Babilônia
pelejou contra Israel, cativou o povo e tirou o seu rei. Ainda quando
mais tarde Ciro, o rei da Pérsia, os restaurou a sua existência
nacional, estiveram subjugados e pagando tributos aos impérios de Medo-Persia,
Grécia e Roma, sucessivamente, até a destruição final de sua
nacionalidade no ano 70 d. C.; desde aquele tempo estão espalhados
entre todas as nações. |
até que Cristo, o herdeiro de dereito, o reclama.
Desde 70 d.C. Israel
tem sido espalhado entre todas as nações. |
Desde
a queda do homem, o reino de Israel tem sido o único que Deus tem
reconhecido como, em certo grau, representando seu governo, suas leis,
etc. Muitas nações hão existido antes da sua, mas nenhuma outra podia
pretender legitimamente que Deus foi seu fundador, ou que seus
governantes eram representantes seus.
Quando
foi despojado de Sedequias o diadema, e o reino de Israel foi derrocado,
foi decretado que devia permanecer de tal maneira, até que Cristo, o
herdeiro legal do mundo viesse a reclamá-lo. Assim, por inferência, os
outros reinos no poder, até o restabelecimento do Reino de Deus, são
incluídos no término dos “reinos do mundo” sob o domínio do “príncipe
deste mundo”; portanto, qualquer alegação que se apresente da parte
destes, de serem os reinos de Deus, é inteiramente falsa.
Tampouco
se “ESTABELECEU” este Reino de Deus no primeiro advento de Cristo.
(Lucas 19:12) Desde aquele tempo, Deus está escolhendo do meio do mundo
aqueles que serão considerados dignos de reinar com Cristo como co-herdeiros
nesse trono. Somente até o segundo advento será quando Cristo tomará
o reino e o poder, e a glória, e reinará como Senhor de todos.
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Arco de Tito, Roma, Italia
O Arco de Tito, no qual se retrata o candelabro judaico tomado do Templo
em Jerusalém, comemora a captura por Tito de Jerusalém no ano 70 d.C.
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Todos otros domínios se denominam os “Reinos do Mundo.” |
As
Escrituras denominam a todos os reinos, excetuando o de Israel, como
reinos pagãos o gentios, os “reinos do mundo”, sob “o príncipe
deste mundo” — Satanás. A remoção do reino de Deus nos dias de
Sedequias, deixou o mundo sem nenhum governo que pudesse ser aprovado
por Deus, ou de cujos assuntos ou leis, Ele se encarregasse
especialmente.
Os
governos gentios indiretamente estão reconhecidos por Deus com o fato
de que Jesus publicamente declarou o decreto (Lucas 21:24) ao efeito de
que durante o interregno, o mando de Jerusalém e do mundo inteiro seria
exercido pelos governos gentios.
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“... Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos destes
se completem.” Lucas
21:24
O homem caído tem provado a sua incapacidade de governar-se a si mesmo.
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Este
interregno ou lapso intermediário entre a deposição do cetro divino,
juntamente com o governo, e a restauração do mesmo com poder e grande
glória em Cristo, segundo as Escrituras se qualifica de “Os Tempos
dos Gentios”. E estes “tempos” ou anos durante os quais está
permitido governar aos “reinos do mundo”, são fixos e limitados, e
igualmente está fixado e demarcado nas Escrituras o tempo em que se
efetuará o restabelecimento do Reino de Deus sob o Messias.
Maus
como têm sido estes governos gentios, foram “ordenados” ou
permitidos por Deus com um propósito sábio. (Romanos 13:1) Sua
imperfeição e mau governo formam parte da lição geral acerca da
excessiva maldade do pecado, e provam a incapacidade do homem caído
para governar-se a si mesmo pelo menos até o grau de sua própria
satisfação.
Na
maior parte dos casos, Deus lhes permite levar a efeito seus propósitos
de acordo com suas habilidades, intervindo apenas quando eles pretendem
interferir em seus planos. Seu desígnio é de que eventualmente todas
as coisas cooperem juntamente para o bem, e que no final, ainda a ira ou
“a cólera do homem redundará em seu louvor”. Ele restringirá o
restante, tudo o que não redunda em bem, não ensina lição, nem é de
proveito algum. — Salmo 76:10.
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Satanás tem tergiversado o caráter de Deus e cegado os homens à
verdade.
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A
incapacidade do homem para estabelecer um governo perfeito é atribuível
a sua própria debilidade em condição caída e depravada. Destas
debilidades, as que em si mesmas seriam bastantes para frustrar os esforços
humanos em direção de implantar um governo perfeito se há aproveitado
Satanás, quem foi o primeiro em tentar o homem para que fosse desleal
ao Supremo Governante.
Satanás
continuadamente está aproveitando-se das debilidades do homem, fazendo
que o bem apareça como mal e o mal como bem. Ele tem tergiversado o caráter
e os planos de Deus, e tem cegado os homens para que não soubessem a
verdade. Operando desta maneira nos corações dos filhos de desobediência
(Efésios 2:2), os há guiado cativos segundo sua vontade, e se há
constituído, como nosso Senhor e os apóstolos dizem — “o príncipe
deste mundo”. (João 14:30; 12:31, AL; IBB)
Ele
não é o príncipe deste mundo por direito, mas por usurpação; por
meio de fraude, do engano e do domínio que exerce sobre os homens caídos.
Por este motivo, por ser ele um usurpador, sumariamente será deposto.
Se tivesse um direito legítimo de ser o príncipe deste mundo, não
seria tratado de semelhante maneira.
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Quando os Tempos dos Gentios acabam, Satanás será amarrado e derrocado. |
Assim,
se verá que o domínio da Terra, como agora se exerce, tem duas fases,
uma visível e outra invisível; a primeira é a fase espiritual, a
segunda é a humana; de maneira que num grau considerável, os governos
terrestres visíveis se encontram debaixo do domínio de um príncipe
espiritiual, Satanás.
Se
Satanás podia oferecer a nosso Senhore fazêo-lo o supremo soberano visível
da Terra sob sua direção (Mateus 4:9), foi por achar-se em possessão
de tal domínio. Quando os Tempos dos Gentios atingem o seu fim, as duas
fases do presente domínio terminarão; Satanás será amarrado, e os
reinos do mundo serão derrocados.
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Toda
a corração, cega, caída, e dobrada debaixo do peso da dor, século após
século, incerta e vacilante, tem percorrido sua fatigosa senda; a cada
paso recebendo um novo desengano, provando infrutuosos seus mais intrépidos
esforços; entretanto, crendo estar muito próxima, sempre está em
ardente expectativa por aquela idade de ouro sonhada por seus filósofos.
Não se da conta de que uma liberação mais grandiosa que essa por qual
suspira e aguarda, será levada a efeito por mãos do desprezado
Nazareno e de seus seguidores, os quais, como filhos de Deus, muito em
breve serão revelados em poder do Reino, para libertá-la do cativeiro
da corrupção. — Romanos 8:22, 19, 21.
Com
o objetivo de que seus filhos não ficassem nas trevas no tocante a
permissão de maus governos do tempo presente, e com respeito a seu propósito
final de estabelecer um governo melhor depois que, sob sua providência
previdente e dominante, estes reinos hajam servido o propósito para o
qual foram permitidos, Deus, por meio de seus profetas, nos tem dado várias
e excelentes vistas panorâmicas dos “reinos do mundo”, e em cada
vez, para encorajar-nos, deixa-nos ver seu derrocamento efetuado por
meio de seu próprio reino eterno e justo, que será estabelecido sob o
Messias, o Príncipe da Paz.
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Deus concedeu permissão aos impérios do mundo de governar. |
Que
o presente esforço do homem para exercer o domínio não é em desafio
com êxito, contra a vontade e o poder de Jeová, mas com sua permissão,
está demonstrado pela mensagem a Nabucodonosor na qual Deus concede permissão
aos quatro grandes impérios, Babilônia, Medo-Pérsia, Grécia e Roma
de governar até o tempo do estabelecimento do Reino de Cristo. (Daniel
2:37-43) Isto indica quando há de terminar tal permissão para exercer
o domínio.
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Recordemos,
enquanto damos uma olhada a estas visões proféticas, que as tais começam
com Babilônia do tempo de derrocamento do Reino de Israel, o típico
Reino de Deus.
Os
Governos da Terra na Visão de Nabucodonosor
Entre
as coisas que foram escritas anteriormente, para “nosso ensino”, com
o objetivo de que nós, aos quais está requerido que estejamos sujeitos
às autoridades existentes, pudessemos, pela paciência e pela consolação
das Escrituras, ter esperança (Romanos 15:4; 13:1), encontra-se o sonho
de Nabucodonosor e a interpretação divina dada pelo Profeta. —
Daniel 2:31-45, IBB.
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Daniel
explicou o sonho da seguinte maneira:
“Tu,
ó rei, na visão olhaste e eis uma grande estátua.
“Esta
estátua, imensa e de excelente esplendor, estava em pé diante de
ti; e a sua aparência era terrível.
“A
cabeça desta estátua era de ouro fino; o peito e os braços de
prata; o ventre e as coxas de bronze; as pernas de ferro; e os pés
em parte de ferro e em parte de barro.
“Estavam
vendo isto, quando uma pedra foi cortada sem auxílio de mãos, a
qual feriu a estátua nos pés de ferro e de barro, e os esmiuçou.
“Então
foi juntamente esmiuçado o ferro, o barro, o bronze, a prata e o
ouro, os quais se fizeram como a pragana das eiras no estio, e o
vento os levou, e não se podia achar nenhum vestígio deles; a
pedra, porém, que feriu a estátua se tornou uma grande montanha,
e encheu toda a terra.
“Este
é o sonho; agora diremos ao rei a sua interpretação.
“Tu,
ó rei, és rei de reis, a quem o Deus do céu tem dado o
reino, o poder, a força e a glória [ali os governos ou poderes
gentios, que hão existido, foram ordenados por Deus]; em cuja mão
ele entregou os filhos dos homens, onde quer que habitem, os
animais do campo e as aves do céu, e te fez reinar sobre todos
eles; tu és a cabeça de ouro.
“Depois
de ti se levantará outro reino, inferior ao teu; [representado
pela prata]; e um terceiro reino, de bronze, o qual terá domínio
sobre toda a terra.
“E
haverá um quarto reino, forte como ferro, porquanto o ferro esmiúça
e quebra tudo; como o ferro quebra todas as coisas, assim ele
quebrantará e esmiuçará.
“Quanto
ao que viste dos pés e dos dedos, em parte de barro de oleiro, e
em parte de ferro, isso será um reino dividido; contudo haverá
nele alguma coisa da firmeza do ferro, pois que viste o ferro
misturado com barro de lodo.
“E
como os dedos dos pés eram em parte de ferro e em parte de barro,
assim por uma parte o reino será forte, e por outra será frágil.” |
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Cabeça de Ouro
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=
Babilônia
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Braços e Peito de Prata
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=
Medo-
Pérsia
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Ventre e Coxas de Bronze
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=
Grécia
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Pernas de Ferro
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=
Roma
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Pedra
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=
Reino de Deus
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Quatro Impérios Universais
Entre
os muitos impérios da terra que se hão levantado, o estudante da história
facilmente pode determinar quais são esses quatro grandes impérios
descritos por Daniel. Estes se qualificam de IMPÉRIOS UNIVERSAIS. São
como segue: o primeiro, o de Babilônia, a cabeça de ouro (Verso 38); o
segundo, o peito de prata, o Medo-Pérsia, conquistador do de Babilônia;
o terceiro, ventre de bronze, o Império da Grécia, conquistador do de
Medo-Pérsia; quarto, Roma, o reino forte, as pernas de ferro e os pés
de ferro misturado com barro.
No
tempo do nascimento do Senhor, três destes impérios já haviam passado,
e o quarto, o Romano, exercia o poder universal segundo lemos:
“Naqueles
dias saiu um decreto da parte de César Augusto, para que todo o
mundo fosse recenseado.” — Lucas 2:1, IBB.
Roma,
o império de ferro, foi o mais poderoso, e duradouro em comparação
com seus antecessores. De fato, o Império Romano todavia existe, como
se representa nas nações de Europa. Tal divisão está representada
nos dez dedos dos pés da imagem. A mistura do barro e do ferro nos pés,
representa a união da Igreja e do Estado. Esta mistura está
qualificada pelas Escrituras como “Babilônia”, confusão.
Como
veremos, o símbolo do verdadeiro Reino de Deus é a pedra, que a
“Babilônia” tem substituído com uma imitação de pedra — o
barro de lodo — o que está unido aos fragmentos que ainda restam do
Império Romano [o ferro]. E este sistema misturado, a Igreja e o Estado
— a Igreja nominal unida com os governos deste mundo, e a qual o
Senhor qualifica de Babilônia ou confusão, tem a presunção de dar-se
o nome de cristandade, que significa o Reino de Cristo. Daniel explica:
“Quanto
ao que viste do ferro misturado com barro de lodo, misturar-se-ão
pelo casamento [a mistura da igreja e o mundo — Babilônia]; mas não
se ligarão um a outro, assim como o ferro não se mistura com o barro.”
Não
poderão por completo amalgamar-se.
“Mas
nos dias destes reis [os reinos representados pelos dedos dos pés, os
chamados ‘reinos de Cristo’, ou ‘cristandade’], o Deus do céu
suscitará um reino que não será jamais destruído; nem passará a
soberania deste reino a outro povo; mas esmiuçará e consumirá todos
estes reinos, e subsistirá para sempre.” — Daniel 2:43, 44, IBB.
Daniel
não assinala aqui o tempo em que hão de terminar estes governos
gentios, isso encontramos em outra parte; mas toda circunstância
predita indica que o fim já está próximo, mesmo às portas. O sistema
Papal faz muito tempo que pretende ser o reino que o Deus do céu tem
prometido levantar, e que em cumprimento desta profecia esmiuçou e
consumiu todos os outros reinos.
Porém,
a verdade é que a Igreja nominal apenas se uniu com os impérios
terrestres como o barro com o ferro, de maneira que o Papado nunca tem
sido o verdadeiro Reino de Deus, mas somente sua falsificação.
Uma
das melhores provas de que o Papado não destruiu nem consumiu estes
reinos terrestres, é o fato de que todavia existem; e agora que o barro
de lodo se tem tornado quebradiço, secando-se e perdendo seu poder
adesivo, ameaça a ruina, e prontamente se esmiuçará quando será
golpeado pelo verdadeiro reino, “a pedra”.
Continuando
a interpretação, disse Daniel:
“Porquanto
viste que do monte foi cortada uma pedra, sem auxílio de mãos, e ela
esmiuçou o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro, o grande Deus
fez saber ao rei o que há de suceder no futuro. Certo é o sonho, e
fiel a sua interpretação.” — Versículo 45, IBB.
A
pedra que do monte foi cortada, sem auxilio de mãos, e que fere e
espalha os governos gentios, representa a Igreja verdadeira, o reino de
Deus. Durante a Idade Evangélica, esta “pedra” (reino), tem estado
em processo de formação. Sendo “cortada”, lavrada e modelada para
sua futura posição e grandeza, não por meio de mãos humanas, senão
por meio do espírito da verdade, o poder invisível de Jeová.
Quando
estará completada, quando será inteiramente cortada, ferirá e
destruirá os reinos do mundo. A estátua não simboliza o povo, mas os
governos, e estes serão destruídos para que o povo seja posto em
liberdade. Nosso Senhor não veio ao mundo para destruir as vidas dos
homens, mas com o objetivo de salvá-las. — João 3:17.
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A pedra cortada duma montanha representa o reino de Deus ...
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Em
vista do seu destino futuro, a pedra, durante sua preparação, enquanto
é cortada, poderia chamar-se, uma montanha em embrião; assim também,
a Igreja podia chamar-se, e algumas vezes chama-se o Reino de Deus.
Entretanto, a pedra não chegou a converter-se em uma montanha senão até
que feriu a estátua; e assim mesmo, a Igreja, no sentido pleno da
palavra, somente virá a ser o Reino que há de ocupar toda a terra,
quando “o dia do Senhor”, o “dia de indignação das nações”,
ou “tempo de tribulação”, terá passado, quando será estabelecido,
e quando todos os outros domínios se encontrarão em subordinação.
Recordemos
agora a promessa feita por nosso Senhor aos vencedores da Igreja cristã:
“Ao
que vencer, eu lhe concederei que assente comigo no meu trono”.
“Ao que vencer, e ao que guardar as minhas obras até o fim, eu lhe
darei autoridade sobre as naçoes, e com vara de ferro as regerá,
quebrando-as do modo como são quebrados os vasos de oleiro, assim
como eu recebi autoridade de meu Pai.” (Apocalipse 3:21, IBB; 2:26,
27, IBB; Salmo 2:8-12)
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A mão que feriu os governos sarará o povo. |
Quando
a vara de ferro terá levado a cabo a obra de destruição, então a mão
que feriu os sarará e os povos se voltarão para o Senhor. (Isaías
19:22, IBB; Jeremias 3:22, 23; Oseas 6:1; 14:4; Isaías 2:3) Ele então
lhes dará uma grinalda em vez de cinzas, óleo de gozo em vez de pranto,
vestidos de louvor em vez de espírito angustiado.
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O sonho de Nabucodonosor representa o ponto de vista do mundo. |
Os
Governos Terrestres na
Visão de Daniel
Na
visão dada a Nabucodonosor vemos que os impérios da Terra sob o ponto
de vista do mundo, são uma exibição da glória, da grandeza e do
poder humanos; ainda quando também pode-se entender seu decaimento e
destruição final, como é demonstrado por gradual deterioração desde
ouro, até a mistura do ferro com barro.
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Imperador Diocletian (245-313 d.C.) |
A
Igreja verdadeira, representada pela pedra, durante sua seleção, ao
ser tomada da montanha, tem sido considerada pelo mundo como se não
tivesse valor algum. Tem sido desprezada, e rejeitada pelos homens; eles
não têm visto nela formosura alguma que pudessem desejar. O mundo
admira, ama, elogia e defende os governos e os governantes representados
nesta estátua, ainda quando tem sido constantemente enganado,
decepcionado, ferido e oprimido pelos tais.
O
mundo exalta por meio de verso e de prosa, aos grandes e vitoriosos
agentes desta estátua, seus Alexandres, seus Césares, seus Bonapartes,
e outros cuja grandeza se exibe nas vítimas que deixaram estendidas na
sua passagem, e cuja insaciável cobiça de poder deixou milhões de viúvas
e de órfãos. E ainda, tal é o espírito que destingue os “dez dedos”
da estátua, como hoje o vemos demonstrando-se nos adestrados exércitos
com mais do que doze milhões de homens armados com todas invenções
diabólicas de modernos engenhos bélicos, com o único objetivo de
exterminar-se uns aos outros sob mandato dos “poderes existentes”.*
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Ora
pois, nós reputamos por bem-aventurados os soberbos; também os que
cometem impiedade prosperam (se estabelecem em poder). (Malaquias 3:15,
IBB) Acaso não percebemos, então, que a destruição desta estátua
com o choque da pedra, e o estabelecimento do reino de Deus, significa
nada menos que a liberdade dos oprimidos e a bênção para todos? Ainda
quando por algum tempo a mudança causará distúrbios e tribulação,
finalmente produzirá um fruto pacífico de justiça.
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O sonho de Daniel representa o ponto de vista de Deus.
Daniel
disse:
“Eu
estava olhando, numa visão noturna, e eis que os quatro ventos do
céu agitavam o Mar Grande.
“E
quatro grandes animais, diferentes uns dos outros, subiam do
mar.
“O
primeiro era como leão, e tinha asas de águia; ... e eis aqui o
segundo animal, semelhante a um urso, ... e eis aqui outro,
semelhante a um leopardo, ... Depois disto, eu continuava olhando
em visões noturnas, e eis aqui o quarto animal, terrível e
espantoso, e muito forte, o qual tinha grandes dentes de ferro;
ele devorava e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava;
era diferente de todos os animais que apareceram antes dele, e
tinha dez chifres.” — Daniel 7:2-7, IBB. |
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Mas
agora, tendo presente a diferença do ponto de vista, fixemos nesses
mesmos quatro impérios universais sob o ponto de vista de Deus e dos
que se encontram em harmonia com Ele, como pode se ver na visão que foi
dada ao amado profeta Daniel.
De maneira que a nós, estes reinos
aparecem desnudos de glória alguma, mas em troca, brutais e bestiais,
assim, a Daniel, estes quatro impérios universais lhe foram mostrados
como quatro grandes bestas ferozes.
E a sua vista, o vindouro Reino de
Deus (a pedra) proporcionalmente apareceu mais grandioso do que como
este foi visto por Nabucodonosor.
Leão
=
Babilônia
|
Urso
=
Medo-Pérsia
|
Leopardo
=
Grécia
|
Quarto
Animal
=
Roma
|
Passamos
por alto como menos importantes que os
detalhes do quarto animal, Roma,
os relativos dos primeiros três animais (Babilônia, o leão; Medo- Pérsia,
o urso; e Grécia, o leopardo) com suas cabeças, patas, asas, etc.,
todos dos quais são simbólicos.
O Império Romano, Terrível e Espantoso Mostrado
Acerca
do quarto animal, Roma, disse Daniel:
“Depois
disto, eu continuava olhando, em visões noturnas, e eis aqui o quarto
animal, terrível e espantoso, e muito forte, ... e tinha dez chifres.
|
O “Animal Espantoso.”
|
“Eu
considerava os chifres, e eis que entre eles subiu outro chifre,
pequeno, diante do qual três dos primeiros chifres foram arrancados;
e eis que neste chifre havia olhos, como os de homem, e uma boca que
falava grandes coisas.” — Daniel 7:7, 8, IBB.
Aqui
está mostrado o Império Romano; e as divisões do seu poder estão
demonstradas pelos dez chifres, o chifre sendo símbolo do poder. O
outro chifre, pequeno, que subiu entre eles, que tomou para si o poder
de três deles, e que reinou entre os outros, representa o pequeno
princípio e a ascensão gradual ao poder, da Igreja de Roma, o chifre
ou poder Papal.
À
medida que estava obtendo influência, três das divisões, chifres ou
poderes do Império Romano (Hérulos, Exarcado Oriental, Ostrogodos),
foram afastados para deixar campo a seu estabelecimento como poder
civil ou chifre. Este último chifre, o Papado, é especialmente notório
por seus olhos, os que representam inteligência, e por sua boca —
seus ditos e pretensões, etc.
|
Os três chifres do Império Romano
O “Chifre Pequeno”
|
Daniel
não dá nenhum nome descritivo a este quarto animal que representa
Roma. Ainda quando dos outros disse que tinham semelhança de leão, de
urso e de leopardo, o quarto era tão terrível e feroz que nenhum
animal podia ser comparado com ele.
João,
o Revelador, contemplando em visão o mesmo animal (besta) simbólico,
ou governo, não encontrou nome para descrevê-lo, e finalmente lhe deu
vários, entre outros, o de “Diabo”. (Apocalipse 12:9)
|
|
Verdadeiramente
escolheu um nome bastante apropriado, porque visto à luz de suas
sangrentas perseguições, o Império Romano tem sido certamente o mais
diabólico de todos os governos terrestres. Ainda em sua mudança de
Roma Pagã para a Roma Papal, demonstrou um dos princípios característicos
de Satanás, porque ele também para aparecer se disfarça em
anjo de luz. (2 Coríntios 11:14), da mesma maneira que Roma se
transformou do paganismo e pretendeu ser cristã, ou seja o Reino de
Cristo.*
|
|
*Recorde-se
que este livro foi escrito em 1886. No conflito mundial começado
em 1914 viu-se muito bem demonstrado o “espírito” aqui
mencionado. Fazemos também constar que nos volumes 2 e 4 desta
série, que por primeira vez apareceram nos anos de 1889 e 1897,
respectivamente, o autor repetidas vezes menciona o ano de 1914
em conexão com as três fases, (guerra, revolução e anarquia)
do Grande Tempo de Tribulação predito nas Escrituras. — Nota
do tradutor.
|
|
O Animal e o Chifre Pequeno são gradualmente derrocados. |
Depois
de dar alguns detalhes concernentes a esta última besta (quarto animal)
que representava a Roma, e especialmente acerca de seu chifre papal, o
Profeta disse que teria de formular-se um juízo contra este chifre e
que começaria a perder seu domínio, o qual se consumaria por
meio de um processo gradual, até que a besta
fosse destruída.
|
O Animal será matado pelo levantamento das massas populares no Dia do
Senhor.
|
Esta besta ou Império Romano, com seus chifres ou
divisões, ainda existe, mas sua vida lhe será tirada pelo levantamento
das massas populares e o derrocamento dos governos, no “dia do Senhor”,
preparatório para o reconhecimento do governo celestial. Isto está
demonstrado claramente em alguns textos, que serão examinados
posteriormente. Todavia, a destruição do chifre Papal se
levará a cabo primeiramente. Seu poder e influência começaram a
decrescer quando Napoleão levou o Papa prisioneiro para a França.
Logo, quando nem as ameaças dos Papas, nem as orações,
os livraram do poder do Bonaparte, chegou a ser evidente para todas as
nações e povos que a autoridade e poder divinos que o Papado pretendia
possuir, eram sem fundamento algum. Depois disto, o poder temporal do
Papado diminuiu rapidamente, até que em setembro de 1870, perdeu o último
vestígio do poder temporal por mãos de Victor Emanuel.
____________
*O fato de que Roma se chama “o Diabo” de
nenhuma maneira é prova contra a existência de um diabo pessoal,
senão ao contrário. Por haver tais bestas como leões, ursos e
leopardos, com características conhecidas, é porque se comparam a eles
esses governos; e se o quarto império universal se compara com o Diabo,
é porque existe um com características conhecidas. |
Grandes palavras do Chifre Pequeno. |
Entretanto, durante todo
esse tempo em que se efetua “sua destruição”, se manteve dando
expressão a suas grandes palavras de blasfêmia, sendo a última que
prorrompeu no ano de 1870, uns poucos meses antes de sua queda, quando
declarou a infalibilidade dos Papas. Tudo isto está
anotado na profecia:
“Então esteve olhando [depois do decreto contra o
‘chifre’, depois de haver começado sua destruição], por causa
da voz das GRANDES PALAVRAS que o chifre proferia”. — Daniel 7:11,
IBB.
|
O quarto império irá a destruição completa simbolizado pelo lago de
fogo. Apocalipse 19:20
|
Assim nós somos trazidos por meio da história até
nossos dias, e é feito nos ver que no tocante aos impérios da terra,
tudo o que podemos esperar é sua completa destruição. De acordo com
as Escrituras, o que há de efetuar-se em seguida, está descrito assim:
“estive olhando até que o animal (besta) foi morto, e o seu corpo
destruído; pois ele foi entregue para ser queimado pelo fogo”.
Tanto a morte, a queima e a mesma besta, são símbolos,
e significam a destruição total e sem esperança, dos governos agora
organizados. No versículo 12 o profeta faz ver uma diferença entre o
fim desta quarta besta e o das outras três. Sucessivamente, para as três
(Babilônia, Pérsia e Grécia), foi-lhes tirado o domínio, cessando de exercer o domínio
e poderio sobre toda a terra. Entretanto, sua vida nacional não cessou
ao mesmo tempo.
Grécia e Pérsia ainda têm algo de vida, apesar de
que já faz muito tempo que o poder universal passou de suas mãos. Porém,
este não é o caso com o Império Romano, a quarta e última besta.
Perderá o seu domínio e a sua vida ao mesmo tempo: será destruído
totalmente e com ele, os vestígios dos outros impérios também passarão.
— Daniel 2:35.
|
O Quinto Império Universal (o Reino de Deus) há de ser um domínio
eterno.
|
Não importa quais serão os meios ou a
instrumentalidade que será usada, a causa da queda será o
estabelecimento sobre a Terra do QUINTO IMPÉRIO UNIVERSAL, o Reino de
Deus, sob Cristo, a quem pertence de direito de entrar no poder. A mudança
do reino tirado do quarto animal (besta) e o qual durante seu tempo
assinalado foi “ordenado por Deus”, ao quinto reino sob o Messias,
quando chegar o tempo oportuno, está descrito pelo Profeta nas
seguintes palavras:
“e eis que vinha com as nuvens do céu um como o
Filho do homem; e dirigiu-se ao ancião de dias, e foi apresentado
diante dele. E foi-lhe dado [ao Cristo, a cabeça e o corpo já
completo], domínio e glória, e um reino, para que todos os povos, nações
e línguas o servissem, o seu domínio é um domínio eterno, que não
passará, e o seu reino tal, que não será destruído”.
O anjo deu a seguinte interpretação:
“O reino, e o domínio, e a grandeza dos reinos
abaixo de todo o céu, serão dados ao povo dos santos do Altíssimo.
O seu reino será um reino eterno, e todos os domínios o servirão e
lhe obedecerão.” — Daniel 7:13, 27, IBB.
|
“Pois é necessário que ele reine até que haja posto todos os
inimigos debaixo de seus pés.” I
Coríntios 15:25
|
Visto desta maneira, o domínio da terra será
colocado por Jeová (o Ancião de dias) nas mãos de Cristo, quem
sujeitará todas as coisas debaixo dos seus pés. (1 Coríntios 15:27,
IBB) Assim entronizado, sobre o reino de Deus, Ele deve reinar até que
haja submetido toda autoridade e todo poder que estiver em conflito com
a vontade e a Lei de Jeová.
Para levar a cabo esta grande missão é necessário
que primeiramente sejam derrocados estes governos gentios, porque “os
reinos do mundo”, o mesmo que “o príncipe deste mundo”, não se
renderão pacificamente, senão que terão que ser atados e restringidos
pela força. Por isso está escrito:
“para prenderem os seus reis com dadeias, e os
seus nobres com grilhões de ferro; para executarem neles o juízo
escrito: esta honra será para todos os seus santos”. — Salmo
149:8, 9, IBB.
|
“Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu.”
Mateus 6:10
|
“Venha O
Teu Reino”
À medida que examinamos os governos presentes sob o
ponto de vista do nosso Senhor e do profeta Daniel, e em proporção a que nós nos damos conta de seu caráter feroz,
destrutivo, egoísta e bestial, nossos corações sentem o anelo da
terminação dos governos
gentios, e cheios de regozijo olham para esse tempo de bênçãos em que
os vencedores da idade presente serão entronizados com seu Cabeça para
governar, para abdnçoar e para restaurar a criação que geme.
Indubitavelmente que todos os filhos de Deus, de todo o coração, e
junto com seu Senhor podem orar:
“VENHA O TEU REINO, seja feita a tua vontade,
assim na terra como no céu”.
|
O reino de Deus há de inaugurar-se antes de que os reinos deste mundo caírem. |
Cada um destes governos representados pela estátua
e pelas bestas, começou a organizar-se desde antes que chegou a exercer
o poder universal. Da mesma maneira, o verdadeiro Reino de Deus faz
muito tempo que existe, mas separado do mundo, não procurando governá-lo,
mas esperando o seu tempo: o tempo determinado pelo Ancião de dias.
Assim como os outros, tem que ser “estabelecido” antes de que possa exercer seu
poder para ferir e matar a besta ou reino que o precede.
Portanto, bastante apropriado é o dito:
“Mas, nos dias desses reis [enquanto que eles
ainda exercem o poder], o Deus do céu suscitará [estabelecerá em
poder e autoridade] um reino.” e depois que será estabelecido,
“esmiuçará e consumirá todos esses reinos, e subsistirá para
sempre”. — (Daniel 2:44,
IBB)
Daquí, por mais que nós podemos olhar para isto,
devemos esperar que o Reino de Deus deve inaugurar-se antes da caída dos reinos
do mundo, e que seu poder e seus ataques ocasionarão o derrocamento
destes. |
O poder de Satanás não tem sido absoluto
Imperador Hirohito
Benito Mussolini |
Os Governos do Tempo Presente desde outro Ponto de
Vista
O direito e a autoridade suprema para governar
pertencem e para sempre pertencerão a Jeová, o Criador, não importa a
quem ele permita ou autorize para que exerça uma autoridade subordinada.
Sob as imperfeições e debilidades que resultaram por causa de sua
infidelidade ao Rei dos reis, Adão logo tornou-se débil e impotente.
Como monarca, principiou a perder o poder por meio
do qual, no princípio, fazendo uso da força de sua vontade, ordenava e
mantinha em sujeição a criação animal. A tal grau perdeu o domínio
de si mesmo que quando desejava fazer o bem, intervinham suas
debilidades para frustrá-lo, e o mal estava com ele, dando por
resultado que não fazia o bem que queria, mas o mal que não queria,
esse practicava.
Ainda quando não tratamos de escusar a raça
rebelde, não obstante, podemos simpatizar com seus vãos esforços para
governar-se a sí mesmo e para arranjar o seu bem-estar. Algo pode dizer-se
do êxito alcançado nesta direção, pois ainda apesar de reconhecer o
verdadeiro caráter destes governos bestiais, por corruptos que têm
sido, imensamente superam a carência total, deles, resultando muito
melhor que a desordem e a anarquia.
Ainda quando a anarquia provavel- mente teria sido
bastante aceitável ao “príncipe deste mundo”, tal não é o caso
com seus súditos, e como quer que seu poder não é absoluto; senão
que está limitado até o grau em que possa operar por meio da
humanidade, suas táticas têm em sua maior parte que conformar-se com
os ideais, as paixões e as idéias preconcebidas dos homens. O ideal
humano era seu governo próprio, independente de Deus; quando Deus lhe
permitiu experimentá-lo, Satanás se aproveitou da oportunidade para
estender sua influência e seu domínio.
Por causa dos seus desejos de rejeitar o
conhecimento de Deus (Romanos 1:28), o homem caiu exposto às influências
deste astuto, poderoso e invisível adversário; e desde então está
obrigado a lutar contra suas maquinações, em acréscimo a suas próprias
debilidades pessoais.
|
Os governos da humanidade tratam de promover a justiça.
Quando foi passada por cima a justiça, hào resultado revoluções.
José Stalin
|
Sendo este o caso, novamente olharemos para os
reinos do mundo, considerando-os agora como os esforços da humanidade
caída para governar-se a si mesma independemente de Deus. Ainda quando
a corrupção e o egoísmo individuais têm transtornado o curso da
justiça a tal grau que esta em seu verdadeiro sentido, raras vezes é
administrada sob os reinos do mundo, mas o objetivo ostensível de todos
os governos que se hão organizados na terra tem sido de prover a justiça
e o bem-estar dos povos.
Até que ponto foi conseguido esse intento, é outra
questão; mas isto é o que foi pretendido fazer por todos os governos,
e devido a isso, os povos se deixaram governar, submetendo-se e
sustentando os tais, quando foram passados por cima os princípios de
justiça, ou foram enganadas e cegadas as massas com respeito a eles, ou
hão resultado guerras, comoções e revoluções.
As negras ações dos tiranos ruins que obtiveram o
poder nos governos do mundo, não representavam as leis nem instituições
desses governos, mas ao usurpar a autoridade e empregá-la com fins tão
egoístas, derem aos governos seu caráter bestial. Todo governo tem uma
maioria de leis sábias, justas e benéficas adotadas com o fim de
proteger a vida e a propriedade; para proteção de interesses domésticos
e comerciais; para o castigo do crime, etc.
Também têm cortes de apelação para resolver
certas dificultades, e nelas, até certo grau pelo menos, é exercida a
justiça; ainda tendo em conta a imperfeição de seus funcionários, a
vantagem e a necessidade que existe de tais instituições é manifesta.
Apesar de pouco satisfatório que têm sido estes governos, sem eles, o
elemento mau da sociedade, sendo maior em número, teria prevalecido
sobre o melhor e mais justo.
|
Satanás tem operado pelas debilidades e pelos gostos depravados de
governantes.
Vladimiro Lenin
Adolfo Hitler
__________
|
Governos Humanos a
Miúdo Bestiais
Portanto, ainda quando reconhecemos o caráter
bestial destes governos, feitos assim por causa da exaltação ao poder
de uma maioria de governantes iníquos, quais por meio de intrigas e
decepções de Satanás, operando pelo conduto das debilidades e dos
gostos depravados do homem alcançaram tais postos, não obstante, não
podemos menos que reconhecê-los como os melhores esforços da pobre e
caída humanidade para governar-se a si mesma.
Século após século, Deus tem lhes permitido que
façam o esforço e que se dêem conta dos resultados.
Mas depois de vários séculos de experiência, os
resultados estão longe de ser satisfatórios hoje, como em qualquer
outro período da história.
Podemos dizer que o descontentamento é agora mais
geral e extenso de que nunca antes, não porque prevalece maior opressão
e injustiça de que em outros tempos, mas porque de acordo com os desígnios
divinos, os olhos dos homens estão sendo abertos através de progressos
da ciência. |
O aumento de ciência e o espírito de independência estão diminuindo a
influência de Satanás. |
Os diferentes governos que de tempo em tempo eram
estabelecidos no mundo, deram a conhecder o ponto médio de
habilidade do povo por eles representado, para governar-se a
si mesmos. Ainda onde existiram os governos despóticos, o fato de que
foram tolerados pelas massas, prova que como povos não eram competentes
para estabelecer e sustentar um governo melhor, ainda quando, sempre,
indubitavelmente muitos indivíduos entre o número se encontravam em
grande maneira adiantados da classe média.
|
Preparação para o tempo de iluminação pública geral.
|
Ao comparar a condição do mundo hoje em dia com a
de qualquer outro período anterior, encontramos uma diferença marcada
no sentimento das massas. O espírito de independência se acha
espalhado onde quer, e os homens não tão facilmente se os cega, engana
nem conduz por meio de mandatários nem estadistas, e portanto, já não
se submeterão aos jugos de tempos anteriores.
Esta mudança do sentimento público não tem sido
gradual desde o mesmo princípio que o homem intentou governar-se a si
mesmo, senão que claramente pode discernir-se seu começo no século
dezesseis, e seu progresso tem sido mais rápido no transcurso dos últimos
cinqüenta anos. Por conseguinte, esta mudança não é por conseqüências
das experiências dos tempos passados, mas o resultado natural do
recente aumento de conhecimento e de sua difusão geral entre as massas.
A invenção da imprensa, aproximada- mente no ano
1440 d. C., e o conseguinte aumento de livros e periódicos, foram o
ponto de partida e os primeiros preparativos para essa difusão de
conhecimento. No século dezesseis começou a sentir-se a influência
deste invento no despertar do público em geral; os passos progressivos
desde esse então são familiares.
|
A ciência desperta respeito próprio e uma realização de direitos.
Martin
Luther King, Júnior
Rosa Parks
|
A educação geral das massas chegou a ser popular,
e as invenções e descobri- mentos são ocorrências diárias. Estes
progressos da ciência entre os homens, designados por Deus, e efetuando-se
no tempo determinado é uma das poderosas influências que agora se
ocupam em atar Satanás, diminuindo sua influência e circunscrevendo
seu poder neste “Dia da sua Preparação” para o estabelecimento do
reino de Deus sobre a Terra.
Os
progressos da ciência em toda direção despertam entre os homens um
sentimento de respeito próprio, também os fazem dar-se conta de seus
direitos naturais e inalienáveis, os quais não por muito tempo
permitirão que sejam passados por alto ou menosprezados; ao contrário,
irão ao extremo oposto.
Daremos
agora uma olhada retrospectiva através dos séculos, e notamos como as
nações com sangue hão escrito a história de seu descontentamento. Os
profetas declaram que por causa dos progressos da ciência, um
descontenta- mento mais geral e contagioso será manifestado, e dará
lugar a uma revolução universal, redundando em desarranjo de toda lei
e ordem; também nos dizem que a anarquia e a angústia sobre todas as
classes será o resultado, mas que no meio da confusão, o Deus do céu
“SUCITARÁ” seu Reino, o qual satisfará os desejos de todas as nações.
Fatigados e desanimados por causa do inútil de seus esforços, e
achando que suas últimas e mais desesperadas tentativas hão dado por
resultado a anarquia, os homens pronto e jubilosamente darão boas-vindas
e se prostrarão diante da autoridade celestial, reconhecendo seu
estrito e justo governo. Desta maneira, a condição extrema do homem se
tornará em uma oportunidade para Deus, e virá “o Desejado de todas
as nações” — o Reino de Deus com poder e grande glória. — Ageu
2:7, AL. |
A extremidade do homem — a oportunidade de Deus. |
Sabendo ser este o propósito divino, nem Jesus nem
os apóstolos intrometeram-se de nenhuma maneira com os governos
terrestres. Ao contrário, ensinaram a Igreja a submeter-se a estes
poderes, ainda quando muitas vezes sofreram sob seu abuso de poder.
Todos eles ensinaram a Igreja a obedecer as leis e
respeitar os que se encontravam exercendo autoridade, por causa do seu
ofício, ainda quando pessoalmente não eram dignos de estima; ensinavam
para que se pagasse os tributos, e que não se opusesse nenhuma resistência
às leis estabelecidas, exceto quando estivessem em pugna com as leis
divinas. (Atos 4:19; 5:29; Romanos 13:1-7; Mateus 22:21)
O Senhor, os apóstolos e a Igreja primitiva,
submeteram-se às leis, ainda quando estiveram separados e não tomaram
parte alguma nos governos do mundo.
|
“Assim, pois, não sois mais estrangeiros, nem forasteiros, antes sois
concidadãos dos santos e membros da família de Deus.” Efésios 2:19
Depois da morte dos Apóstolos, a predicação da vinda do Reino de Deus
foi impopular. |
Ainda quando os poderes existentes, os governos
deste mundo, foram ordenados ou arranjados por Deus, para que a
humanidade obtivesse uma experiência necessária debaixo deles, no
entanto, a Igreja, os consagrados que aspiram oficiar no futuro Reino de
Deus, não deveriam cobiçar as honras nem as remunerações oferecidas
pelos tais; tampouco deveriam opor-se a estes poderes. São concidadãos
e herdeiros do reino celestial (Efésios 2:19), e como tais não
deveriam esperar mais direitos nem privilégios dos reinos do mundo do
que os concedidos aos estrangeiros.
Sua missão não é ajudar a melhorar a condição
presente do mundo, nem misturar-se nos assuntos da atualidade. Ao
intentar tal coisa seria um desperdício de esforços, porque o curso do
mundo e a terminação desse curso, claramente acham-se especificados
nas Escrituras e encontram-se sob o pleno domínio Daquele que a seu
tempo próprio há de dar-nos o reino.
A influência da Igreja verdadeira¸ há sido sempre, e
ainda o é, tão insignificante, que politicamente não é nem sequer
digna de menção; e ainda no caso de que tal influência revistisse
certas proporções, devemos seguir o exemplo e ensino de Jesus e de
seus apóstolos. Estando certa de que o propósito de Deus é o de que o
mundo ponha à prova sua capacidade de governar a si mesmo, a Igreja
ainda quando está no mundo, não deve formar parte do mundo.
Somente em sua condição de separação, e deixando
brilhar sua luz de maneira que o espírito
da verdade CONVENÇA o mundo, é como os santos podem exercer sua influência
sobre ele. Desta maneira, sem lançar mão do método comumente seguido
de misturar-se com política e, junto com o mundo, urdir tramas para
adquirir poder, vendo-se forçada a tomar parte em contendas, pecados e
degener- ação geral, mas antes proclamando o prometido Reino de Deus e
assinalando as bênçãos que se esperam debaixo dele, a futura Noiva do
Príncipe da Paz, como representante do seu Senhor no mundo, ataviada em
sua gloriosa castidade deveria constituir-se em uma potência promotora
do bem.
|
|
A Igreja de Deus deveria dedicar toda
sua atenção e todos seus esforços para predicar o Reino de
Deus, e ao adianta- mento do interesse do dito Reino, de acordo com o
plano formulado nas Escrituras. Se isto for feito fielmente, não haverá
nem tempo nem desejos para entrometeri-se na política dos governos
presentes. O Senhor não teve nem tempo nem desejos para isto; tampouco
os tiveram os apóstolos, nem algum dos santificados que hão seguido
seu nobre exemplo.
|
O Papa coroando a Charlemagne
|
Pouco depois da morte dos apóstolos, a Igreja
primitiva foi presa desta mesma tentação. A predicação da vinda do
Reino de Deus que destronaria todos os outros reinos terrestres, e a
predicação de Cristo crucificado como herdeiro desse Reino, não
encontrou acolhida popular, mas sim atraiu sobre ela perseguições, o
opróbrio e o desprezo.
Houve alguns dentre o número que pensaram melhorar
o plano de Deus, e em vez de sofrer, fazer que a Igeja obtivesse uma
posição de favor com o mundo; isto conseguiram por meio de uma combinação
com os poderes terrestres. Como resultado, se desenvolveu o Papado, a
Igreja de Roma, a qual com o tempo converteu-se em rainha e concubina
das nações. — Apocalipse 17:3-5; 18:7.
Tudo se mudou com esta tática: em vez de
sofrimentos, houve honras; em troca da humildade veio o orgulho; o erro
tomou lugar da verdade, e cessando de ser perseguida, a Igreja tornou-se
em perseguidora dos que condenavam suas novas e ilegítimas honras.
Logo começou a inventar novas teorias e sofismas
para justificar a sua conduta, primeiramente enganando-se a si mesma,
logo as nações, com a crença de que o prometido Reino Milenário de
Cristo JÁ HAVIA COMEÇADO, e que Cristo, o Rei, estava representado
pelos papas, que como vigários seus, reinavam sobre os reis da terra.
Conseguiu enganar todo o mundo com suas pretensões.
Todas as nações “se embriagaram” com suas doutrinas
errôneas (Apocalipse 17:2), sendo intimidadas com o ensino que o
tormento eterno esperava a todos quantos resistirem suas pretensões.
Pronto os reis da Europa foram coroados e destronados por meio de seus
éditos e sob uma suposta autoridade.
|
Em seguida. a igreja nominal, unindo-se com governos da terra, pretendeu
que o reino de Cristo tivesse vindo. |
Esta é a razão pela qual os reinos da Europa
alegam ser reinos cristãos; pretendem que seus soberanos “reinam pela
graça de Deus”, isto é, pela autoridade ou com o consentimento do
Papado ou de alguma das seitas Protestantes. Ainda quando os reforma-
dores abandonaram muitas das pretensões do Papado no concernente
à jurisdição eclesiástica, e a outros pontos, não obstante reteram
esta honra que os reis da terra haviam atribuído ao cristianismo.
Por causa disto, os reformadores caíram no mesmo
erro, e ao sancionar e constituir governos e reis, denominando-os
“reinos cristãos”, ou reinos de Cristo, exerceram uma autoridade de
monarcas. Esta é a razão pela qual hoje em dia ouvimos falar desse
estranho enigma, “O
MUNDO CRISTÃO”, um enigma na verdade, quando o estudamos sob os
estritos princípios do Evangelho!
Referindo-se aos seus discípulos nosso Senhor disse:
“Eles não são do mundo, assim como eu não sou do mundo.” E o apóstolo
Paulo nos faz a seguinte exortação: “E não vos conformeis com este
mundo”. — João 17:16, IBB; Romanos 12:2, AL.
Deus nunca há sancionado para que estes reinos
sejam chamados com o nome de Cristo. Enganados pela Igreja nominal,
estas nações estão navegando sob falsas cores, pretendendo ser o que
não são. A sua única autorização, à parte da conferida pelo voto
popular, é a permissão limitada concedida por Deus e
comunicada a Nabucodonozor, até que venha aquele a quem pertence de
direito o domínio.
A pretensão de que estes reinos imperfeitos, com as
suas leis imperfeitas e os seus governantes, muitas vezes egoístas e
viciosos, constituem “o reino do Senhor e seu Ungido”, é um
grosseiro libelo difamador do Príncipe da Paz, dos justos governantes
do Reino Vindouro, e também do verdadeiro Reino de Cristo, diante do
qual, muito em breve, todos os outros deixarão de ser. — Isaías
32:1.
|
Filhos de Deus foram destraídos do reino celestial prometido. |
União Impróprio de Igreja e Governos
Outro sério prejuízo resultante desse erro é o do
que tem apartado a atenção dos filhos de Deus do prometido reino
celestial; os há conduzido a sancionar indevidamente e a manter
intimidade com os reinos terrestres; isto há dado margem a que
descuidando o Evangelho concernente ao Reino verdadeiro e as esperanças
concentradas nele, em troca dedicam seus esforços para a quase
infrutuosa tarefa de enxertar as graças e morais do cristianismo nestes
troncos montarazes e mundanos.
Sob esta ilusão, hoje em dia (1886) muitos se esforçam
para que o nome de Deus seja incorporado na Constituição dos Estados
Unidos, e assim, esta nação se torne “cristã”.
Por muito tempo os presbiterianos reformados hão recusado votar e
desempenhar emprego algum neste governo, porque não é um reino de Cristo.
Desta
maneira reconhecem o impróprio que é aos cristãos tomar parte em
outro algum. Aprovamos este sentimento, mas não a conclusão, que se o nome
de Deus fosse acrescentado à Constituição,
esse acontecimento transformaria este governo dum reino do mundo em
reino de Cristo, dando-lhes liberdade de participar em eleição e para
ocupar postos nele. Que necedade!
Quão grande o engano com o qual a “Mãe das
prostituições” (Apocalipse 17:2) tem embriagado as nações. De uma
maneira semelhante é pretendido que os reinos da Europa foram
transferidos do domínio de Satanás ao de Cristo, chegando a ser “nações
cristãs”.
É preciso saber que as melhores e as piores nações
da Terra não são mais que “reinos do mundo”, cuja faculdade de domínio
concedida por Deus está proxima de expirar, para dar lugar ao sucessor
ordenado, o Reino do Messias, o Quinto Império Universal da terra.
(Daniel 2:44; 7:14, 17, 27) Se discernirmos isto, nos ajudará muito a
estabelecer a verdade e a demolir o erro.
Mas assim como isto é, as ações do Papado sobre
este respeito, sancionadas pelos reformadores protestantes, passam sem
despertar oposição alguma da parte do povo cristão. Sempre e quando
que como cristãos seu dever é o de manter no alto o Reino de Cristo,
se sentem compelidos a defender a causa dos cambaleantes reinos atuais
de tal chamada cristandade, cujo dia está precipitada- mente tocando no
seu fim; por causa disto, amiúde suas simpatias se encontram do lado da
opressão em vez de estar ao lado do direito e da liberdade; se
encontram do lado dos reinos do mundo e do príncipe deste mundo, em vez
de encontrar-se ao lado do legítimo e verdadeiro reino vindouro, o de
Cristo. — Apocalipse 17:14; 19:11-19. |
Reinos deste mundo não são com espírito de Cristo. |
A humanidade rapidamente está chegando à conclusão
de que “os reinos do mundo” não demonstram grande semelhança a
Cristo, e que suas pretensões de estar por Ele autorizados dão muito
lugar a dúvida.
Os homens começam a fazer uso de suas faculdades de
racionínio nesta e outras questões; a expressão que as suas convicções
hão de dar será tanto mais violenta, quando se apercebem de que hão
sido objetivo de uma fraude perpetrada em nome do Deus de Justiça e do
Príncipe da Paz.
Na realidade, a tendência de muitos é para o
extremo de imaginar que o cristianismo em si, não é mais que uma
impostura sem fundamento algum, cujo único propósito, em união com os
governantes, é o de manter sob seu punho de ferro as liberdades do povo.
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Quem dera que os homens fossem sábios! que
aplicassem seus corações para entenderem a obra e o plano de Deus! Se
fosse assim, gradualmente iriam desapare- cendo os reinos presentes; uma
reforma seria seguida de outra; se acrescentariam novas liberdades para
as já gozadas, e, até que a retidão ficasse para sempre implantada
sobre a terra, a verdade juntamente com a justiça prevaleceria sobre
tudo.
Mas deixam de fazer tal coisa; não a podem fazer em
sua condição caída. Por isto, transbordando de egoísmo, cada qual
tratará de sobrepor-se aos demais, dando lugar ao derrubamento de todos
os reinos do mundo no grande “tempo de tribulação, qual nunca houve,
desde que existiu nação até aquele tempo”.
Aqueles que em vão tratarão de aderir e sustentar
no alto um domínio cujo fim haverá chegado quando vem Aquele a quem
pertence de direito, o Senhor adverte aos tais, e lhes dá a entender
que estão lutando contra Ele; bem podem estar seguros de perder em tal
conflito. Suas palavras são como segue: |
Fazei amigo o Filho Ungido de Deus.
Beijando o dedo do pé do
Papa — uma aplicação errônea de “Beijai
o Filho” [o Ungido Filho de Deus]. Governadores da terra hão de
arrepender-se para evitar a ira de Deus.
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“Por que se amotinam as nações, e os povos
tramam em vão? Os reis da terra se levantam, e os príncipes
conspiram contra o Senhor (Jeová, HG) e contra o seu ungido dizendo:
Rompemos as suas ataduras, e sacadamos de nós as suas cordas.
“Aquele que está sentado nos céus se rirá; o
Senhor zombará deles. Então lhes falará na sua ira, e no seu furor
os confundirá, dizendo:
“Eu tenho estabelecido o meu Rei sobre Sião, meu
santo monte. ... Agora, pois, ó reis, sede prudentes; deixai-vos
instruir, juízes da terra.
“Servi ao Senhor com
temor, e regozijai-vos com tremor. Beijai o Filho (fazei amigo o
Ungido de Deus), para que não se ire, e pereçais no caminho; porque
em breve se inflamará a sua ira.
“Bem-aventurados todos
aqueles que nele confiam.” Salmo 2:1-6, 10-12, IBB.
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Promessas
Preciosas
Ouçam
o que Deus tem dito:
Ó pequeno povo Meu,
Fraco, triste e aflito,
Eu construo vosso lar.
Da tribulação as cenas,
Nunca devem desconcertá-lo;
Chamai “glória” portas vossas,
E os muros “Salvação”.
Como
do córrego águas,
Alegrias
fluirão,
Vossa fé Deus recompensa,
Todo seu prêmio dará.
Numa possessão tranquila,
Paz e justiça devem reinar,
Opressão
nunca mais tereis,
Guerras nunca mais vereis.
Não
vereis mais lua minguar,
Vosso Sol jamais se põe:
Aflições findam e em Mim,
Meio dia vós tereis:
Deus levantará a brilhar,
Noites
em dias vos mudará;
Deus será a vossa Glória,
Luz eterna para vós.
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